MBarreto Condado nasceu em Moçambique. Desde cedo descobriu que adora contar histórias, criar situações, personagens e locais que nos consigam despertar diferentes sentimentos transportando-nos através do tempo a sítios fantásticos onde só mesmo a imaginação consegue chegar.
Começo por deixar aqui o meu agradecimento à MBarreto por ter aceite responder a esta entrevista, por ter partilhado comigo um dos seus livros e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.
Entrevista:
Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
MBarreto Condado (M.B.C.): Julgo que desde o momento em que aprendi a ler. Sempre gostei muito de inventar estórias pelo que a escrita acabou por aparecer naturalmente, como uma extensão de mim mesma.
D.P.:2_Em que contexto surgiram os seus livros “YGGDRASIL – Profecia do Sangue” e “Lua do Lobo”? Como é que surgiu a oportunidade de os publicar?
M.B.C.: Estas sagas são duas das muitas estórias que tenho para contar. Contudo Yggdrasil surgiu depois da minha última viagem a Dublin e a Glendalough. Sempre me senti fascinada pela Irlanda e a atração tornou-se mais forte quando lá estive. Soube quase de imediato que gostaria de escrever sobre a fantástica ilha esmeralda envolta em todo o seu misticismo. Lua do Lobo é também ela uma parte dos dez anos da minha vida passada num colégio de Irmãs, das amizades que lá se criaram, desses laços profundos que se mantém até hoje. Achei que tinha chegado a altura de relembrar esses tempos e a minha própria Irmandade, mas tudo com muita imaginação e fantasia à mistura, claro.
D.P.: 3_ De onde vêm as suas personagens? Identifica-se com alguma delas?
M.B.C.: O mais caricato é que as minhas personagens não são planeadas vão surgindo conforme vou escrevendo. Dou-lhe o exemplo de Lochan que apareceu quando já a estória estava no seu auge. Em relação a identificar-me com alguma delas, penso que o faço um pouco com todas, acabam por ser todas um reflexo de mim. Contudo, também consigo ver em muitas delas pessoas que conheço, de quem gosto e até mesmo algumas de quem gosto menos. Mas se me perguntar com qual é que me identifico, gosto de pensar que em Yggdrasil, o Fionn é a minha alma gémea, e na Lua do Lobo talvez tenha um pouco da Ana.
D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu trabalho?
M.B.C.: Não me intimidam, antes pelo contrário, gosto de ouvir o que as pessoas pensam e o que gostariam de ver mudado. Sinto que só assim consigo crescer na minha escrita e melhorar. Dou-lhe o exemplo da Profecia do Sangue, no segundo livro a ser publicado no próximo ano já não fui a tempo de fazer alterações, pois já estava terminado e inclusive enviado para a editora, mas no terceiro volume muitas das opiniões que me foram chegando dos meus leitores em relação a Yggdrasil fizeram-me mudar o rumo da estória. Julgo que para melhor.
M.B.C.: A maior gratificação que tiro enquanto escrevo é aquela possibilidade única de viver as minhas próprias aventuras. Adoro sentar-me ao computador e começar a ver a estória aparecer, quando acabo um capítulo gosto de o reler e confesso que tenho sempre agradáveis surpresas com as situações que vou criando sem me aperceber para onde me levam até lá chegar. A minha única dificuldade é conseguir parar.
D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita?
M.B.C.: Nenhum. Sei que adoro escrever sentada na minha sala, com a televisão ligada e rodeada por todos os meus animais. Mas posso fazê-lo em qualquer local.
D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior talento?
M.B.C.: Não lhe chamaria um talento, mas gosto muito de animais, tudo o que esteja relacionado com o bem-estar deles pelo que abri em Dezembro uma pequena loja com uma maior variedade de serviços virados para eles e onde pretendo criar acima de tudo uma rede de adopções responsáveis entre outros serviços.
D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um passatempo?
M.B.C.: Considero a escrita como um complemento de quem sou. Sinto-me viva quando o faço. Se falarmos em passatempo gosto de pensar que o que me ocupa nesses momentos são bons livros. E temos tantos e tão pouco tempo para os ler todos.
D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
M.B.C..: Gosto de fazer ambos. E acredito piamente que só após lermos muito conseguimos escrever. Sem qualquer sombra de dúvidas ambas se complementam.
D.P.: 10_O que pensa que seria do mundo sem livros?
M.B.C.: Um buraco negro. Imagine viver sem conseguir sonhar. Os livros têm essa capacidade de nos transportar para locais onde a nossa imaginação não chegaria de outra forma. Através deles conseguimos viver aventuras fantásticas, sentir medo, amor, ódio, toda uma mistura de sentimentos que mexem connosco a todos os níveis. Espero que se continuem a criar muitas aventuras onde eu possa entrar, nem que seja momentaneamente.
D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
M.B.C.: O alemão Heinz G. Konsalik. De quem, aliás, já li todos os livros e os quais mantenho num lugar de destaque na minha casa.
D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
M.B.C.: “O Anjo dos Esquecidos” de Konsalik.
D.P.: 13_Houve algum livro que a tenha feito olhar o mundo de forma diferente?
M.B.C.: Todos eles de alguma forma me tocam, quer seja pela mensagem que transmitem, pelos sonhos que me fazem viver, pelos personagens que de algum modo me fazem vibrar, adoro entrar no mundo privado que cada um dos escritores nos proporciona através dos seus livros.
M.B.C.: O livro sem pensar duas vezes. Com base no que estamos a ler, podemos imaginar as personagens, os locais, as situações que apesar de nos serem narradas de forma a sonharmos acabam por ser sempre um reflexo dos nossos próprios desejos, das nossas dúvidas. Já com o filme, e principalmente depois de já termos lido o livro, sinto-me sempre roubada, os personagens quase nunca são como os imaginei enquanto lia, os locais ficam sempre aquém do que me fora transmitido, a minha imaginação começa a ser posta em causa. Não quero com isso dizer que não gosto de ver algumas adaptações ao cinema, sinto, contudo que essas são uma nova versão do que já li.
D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
M.B.C..: Confesso que não tenho uma música preferida, gosto de vários géneros dos mais antigos aos mais recentes. Mas se me perguntar quais foram as músicas que de alguma forma me acompanharam no processo criativo de Yggdrasil e da Lua do Lobo posso dizer que no caso do primeiro foram os Imagine Dragons com a música “Demons” e Brian McFadden com “Demons”, coincidência ou não, acabaram referidos no livro. No que diz respeito à Lua do Lobo certamente os Nightwish com “Élan”.
D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a escrever?
M.B.C.: Música, televisão. Basicamente tenho que ter ruído de fundo do qual aos poucos me vou abstraindo até ficar sozinha no meu mundo, com as minhas personagens. Alguns poderão considerar loucura, para mim é um privilégio.
D.P.: 17_É fácil conciliar a escrita com o seu trabalho e a sua vida?
M.B.C.: Com o trabalho muito fácil. Tenho uma Pet Shop onde estou todo o dia e nos momentos livres consigo sempre ir escrevendo. Com a família sempre vou ouvindo de vez em quando algumas reclamações por “aparentemente” me esquecer deles quando escrevo. Enfim, Homens!
M.B.C.: Com o trabalho muito fácil. Tenho uma Pet Shop onde estou todo o dia e nos momentos livres consigo sempre ir escrevendo. Com a família sempre vou ouvindo de vez em quando algumas reclamações por “aparentemente” me esquecer deles quando escrevo. Enfim, Homens!
D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
M.B.C.: “Faz o que quiseres desde que não prejudiques ninguém”.
D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
M.B.C.: Tudo me inspira. Na rua as pessoas, as situações com que me deparo no meu dia a dia, as viagens, os locais, o que leio, o que me contam, as comidas, as bebidas, um cheiro, uma sensação, enfim, tudo.
D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
M.B.C. Poder um dia ter uma casa em Glendalough à qual chamarei certamente Yggdrasil, para onde me possa retirar durante largas temporadas para escrever rodeadas dos meus animais e da natureza.
D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
M.B.C.: Viver um dia de cada vez, sempre com esperança de que o amanhã seja sempre melhor do que o dia de hoje. Sou optimista por natureza.
D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O que podem os leitores esperar para o futuro?
M.B.C.: Neste momento já tenho o segundo livro da saga Profecia do Sangue pronta para ser publicada (Fivela de Aker) e o segundo volume da saga Irmandade da Cruz (Lua de Sangue) também em avançado progresso, vou ter um conto publicado no inicio do próximo ano com a editora Lua de Marfim na colectânea “Obsessões”. E muito, muito, mais que para já prefiro deixar reservadas para não agoirar. Posso contudo afirmar que em breve ouvirão falar muito de mim, dos MacCumhaill e dos Krieger.
D.P.: 23_Onde podem os leitores adquirir os seus livros?
M.B.C.: Aconselho sempre a fazerem-no através dos sites das editoras, é muito mais rápido o envio dos mesmos, mas podem sempre encontrar-me na Fnac, Bertrand, Wook, Amazon, na Livraria Passar a Página, Apólo 70, enfim em vários locais. Podem faze-lo até através da minha página pessoal (http://mbarretocondado.wix.com/author-mac.pt) onde reencaminho directamente para as páginas das editoras ou ainda através da minha página do Facebook (MBarreto Condado) por mensagem privada. Se pretenderem um livro autografado podem sempre dar essa informação para as editoras que eu faço-o sempre com imenso prazer.
D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos escritores?
M.B.C.: Que nunca desistam. Por vezes o que parece impossível torna-se realidade.
D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior segredo do Universo?
M.B.C.: A nossa capacidade de sonhar.
Para mais informações e para poder seguir o trabalho da escritora, visite a sua página no Facebook: https://www.facebook.com/MBarreto-Condado-1048703308489065/
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