Nasceu a 29 de junho de 1992, é natural de Marco de Canaveses e aluno de Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Começou a escrever poesia com dezassete anos e em 2011 lança o seu primeiro livro de poemas com o título Desculpe Mãe. Ainda no mesmo ano leva a cena uma comédia de sua autoria intitulada É Melhor Roubar Que Pedir. Na altura de dar um novo passo, começou a escrever prosa e edita em 2014 o seu primeiro romance Os Mistérios de Santiago. Aos vinte e dois anos conclui o seu terceiro livro, uma coletânea de 500 frases que intitula de Fome.
(Biografia retirada do site da Chiado Editora: https://www.chiadoeditora.com/)
(Biografia retirada do site da Chiado Editora: https://www.chiadoeditora.com/)
Começo por deixar aqui o meu agradecimento ao Raul por ter aceite a entrevista e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.
Entrevista:
Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
Raul Minh'alma (R.M.): Comecei
a escrever em 2009, pouco tempo depois de completar 17 anos de idade.
D.P.: 2_Em que contexto surgiram os seus livros “Desculpe
Mãe”, “Fome” e “Os Mistérios de Santiago”? Como é que surgiu a oportunidade de
os publicar? Prefere escrever que géneros literários?
R.M.: O
Desculpe Mãe foi um livro que “aconteceu”. Comecei a escrever e depois de ter
umas dezenas de poemas escritos publiquei-os num site próprio para novos autores, de uma editora, pouco tempo depois
fui contactado pela editora para publicar um livro de poesia. Os Mistérios de
Santiago surge pela necessidade de dar um salto na escrita, um novo desafio.
Sugeri-o a uma editora e publicou-me o livro. O Fome foi outro livro que
aconteceu. Comecei a escrever frases soltas e a publicá-las na minha página de
autor. Vi que eram muito bem recebidas, especializei-me e concentrei-me em
construir frases e deu-se um novo livro. Que foi publicado pela mesma editora
que o meu anterior livro. O género que mais aprecio é o romance.
D.P.: 3_Costuma partilhar frases, textos e
pensamentos no seu site e na sua página do Facebook. Em que medida é importante
para si o contacto com os leitores?
R.M.: Eu
escrevo sempre, repito, sempre, para os meus leitores. Nunca escrevo para mim.
Se escrevesse para mim nunca publicaria nada (se é para mim, é para mim, então
só eu leio). E como escrevo para o público é importante para mim saber de que
forma me estou a sair, ou seja, se aquilo que eu escrevo está a chegar ao seu
destino, que é o coração de quem me lê. E se de facto estou a conseguir ajudar
alguém com as minhas palavras.
D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu trabalho?
R.M.: Felizmente
praticamente todas as críticas são positivas, mas à medida que se vai ficando
conhecido as críticas negativas vão aumentando. E não tem que ver com a falta
de qualidade que possa decrescer. Mas lido muito bem, sei ouvir, sei entender.
E uso isso para melhorar. Sei, essencialmente, separar o que é útil do que não
é numa crítica. E isso é muito importante para qualquer autor.
D.P.: 5_O que sente quando escreve? O que lhe dá mais prazer na escrita? Qual é a maior dificuldade que sente quando está a escrever?
R.M.: Eu
sinto cansaço. Não sinto prazer algum, sinceramente. O prazer que sinto é saber
que alguém o sente com aquilo que escrevo. Como disso “o outro” é, e será
sempre, mais importante. Eu não preciso do que escrevo para praticamente nada,
mas sei que alguém “do outro lado” precisa. E por isso eu escrevo. A maior
dificuldade é tornar cada frase que escrevo única e que seja rica em mensagens.
Quando escrevo uma frase e sinto que se não tivesse mais frases à volta ela não
significaria nada, sinto-me mal por isso. Nem sempre consigo, e às vezes fazem
falta frases que apenas ligam outras frases, mas ainda assim, continuo a não
gostar.
D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita?
R.M.: Quando
estou a construir uma obra é obrigatório para mim escrever todos os dias. Por
exemplo no caso do meu romance estabeleci que escreveria três páginas por dia.
No caso do Fome estabeleci que teria de escrever três frases por dia (havia
vezes em que chegava ao final do dia e não tinha conseguido fazer uma única
frase, ou seja, no dia seguinte tinha de fazer seis).
D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior talento?
R.M.: Não
sei se tenho mais algum talento, mas dizem que represento muito bem. Embora
esteja afastado dos palcos há algum tempo. Mais por questões de saúde.
D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um passatempo?
R.M.: Muito
raramente sinto vontade de escrever. Sinceramente. É uma necessidade, mas não
porque eu me sinta melhor a escrever.
D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
R.M.: Escrever.
De longe. Muito longe.
D.P.: 10_O que pensa que seria do mundo sem livros?
R.M.: O
mundo vive bem sem livros, não vive bem é sem pessoas que tenham algo
importante e interessante a dizer. E como os livros é a forma dessas pessoas
chegarem às outras pessoas, o mundo seria, naturalmente, muito desinteressante
e pobre se não os tivesse.
D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
R.M.: Não
há nenhum que se destaque, de todos os que já li, não por causa deles, mas por
minha. Porque não me posso considerar leitor. Embora leia. Como tal é uma
pergunta que não sei, nem posso, responder.
D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
R.M.: Vai
na mesma linha da resposta anterior.
R.M.: Não.
D.P.: 14_Prefere o livro ou o filme?
R.M.: O
filme.
D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
R.M.: Comptine
d'un autre été.
D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a escrever?
R.M.: Tento,
mas quase sempre acabo por me distrair com a música e a escrita acaba por não
ser produtiva. Por isso evito.
D.P.: 17_É fácil conciliar a escrita com o seu trabalho e a sua vida?
R.M.: Eu estudo e como tal acaba por ser fácil, embora eu escreva à noite e estude de dia. É só uma questão de se saber gerir o tempo, porque, como digo no Fome, só não há tempo para admitir que há tempo para tudo.
R.M.: Eu estudo e como tal acaba por ser fácil, embora eu escreva à noite e estude de dia. É só uma questão de se saber gerir o tempo, porque, como digo no Fome, só não há tempo para admitir que há tempo para tudo.
D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
R.M.: “Não
tenhamos pressa, mas não percamos tempo”, de José Saramago.
D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
R.M.: A
dor. A minha e a das outras pessoas.
D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
R.M.: Ser
alguém.
D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
R.M.: Ser
diferente, com sabedoria.
D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O que podem os leitores esperar para o futuro?
R.M.: Sim,
estou sempre a pensar em novas coisas. Podem esperar que vou sempre tentar
superar-me. E podem esperar obras de géneros diferentes, mas sempre cheias de
alma.
D.P.: 23_Onde podem os leitores adquirir os seus livros?
R.M.: Podem
adquiri-los a mim, ou então através de encomenda através de qualquer grande
superfície comercial de venda de livros. E ainda via online.
D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos escritores?
R.M.: Atualizem-se
ou então deixem-se morrer no esquecimento.
D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior segredo do Universo?
R.M.: É a
simplicidade. Que por ser tão óbvia acaba tantas vezes por ser esquecida. E,
incrivelmente, tão difícil e ao mesmo tempo fácil de alcançar.
Para mais informações e para poder seguir o trabalho do escritor, visite a sua página no Facebook: https://www.facebook.com/raulminhalma
Muito obrigado pela entrevista. Foi um gosto enorme da minha parte. Sucesso!
ResponderEliminarEu é que agradeço por ter aceitado o convite! Foi um prazer! :)
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