Biografia:
Anita dos Santos é natural de Alcântara, Lisboa, residindo há mais de uma década na Ericeira com o seu marido e filhos.
Depois de trabalhar trinta e nove anos na área financeira, sem horários nem tempo pessoal, dá por si com todo o tempo disponível.
A sua paixão sempre foram os livros. Mas não só. O sonho de escrever esteve sempre presente.
Agora, com o tempo, nasceu o sonho com o seu primeiro livro "Crónicas de André e Vicente - O Bosque dos Murmúrios".
Começo por deixar aqui o meu agradecimento à Anita por ter partilhado comigo o seu livro, por ter aceite responder a esta entrevista e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.
Entrevista:
Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
Anita dos Santos (A.S.): Sempre
escrevi. Quando era garota tinha sempre comigo um caderninho em que ia
debitando os meus pensamentos de jovem, questões existenciais que me
apoquentavam, preocupações com o que se vivia na altura… Enfim, o que fosse!
Depois
a vida e a falta de tempo encarregou-se de me fazer esquecer aquele meu
caderno. Até que um dia, na única formação que tive no último emprego onde
estive, as formadoras me instaram vivamente a escrever. E as palavras delas
ficaram comigo, felizmente.
Uma
manhã dei por mim a fazer parte do número de estatística dos desempregados do
nosso País, e com todo o tempo ao meu dispor. Foi quando me lembrei das
palavras daquelas senhoras fantásticas, e resolvi, porque não?
D.P.: 2_Em que contexto surgiu o livro “Crónicas
de André e Vicente”? Como é que surgiu a oportunidade de o publicar?
A.S.: Em
primeiro lugar tive de encontrar algo sobre o que gostasse de escrever. Fiz
experiências, que larguei, até que um dia comecei as “Crónicas de André e
Vicente” precisamente como estão. Era por ali que tinha de ir, era aquele o meu
caminho e o dos meus personagens.
E
assim foi! Quando dei o livro por terminado, tenho de confessar que fiquei
radiante!
Depois
pensei: Então agora tenho um livro escrito, e o que é que vou fazer com ele?
Sabia
que várias editoras recebiam originais para apreciação, e assim resolvi enviar
para a Chiado Editora.
Passados
sete dias deram-me resposta positiva.
Foi
uma sensação extraordinária!
D.P.: 3_De onde vêm as suas personagens?
Identifica-se com alguma delas?
A.S.: Os
meus personagens surgem-me naturalmente, no correr da história, umas vezes
vejo-os primeiro e depois eles apresentam-se – eles é que me dizem o seu nome!
-, outras vezes sucede o contrário, primeiro surge o nome e só depois vejo o
personagem. Tenho de os conseguir ver e compreender, para os descrever.
E
não, não me identifico com nenhum deles. Eu sou a contadora da história.
D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu
trabalho?
A.S.: Todas
as pessoas têm a sua opinião e o seu juízo, e em especial o seu gosto.
Respeito
todas elas, assim como espero que respeitem, embora por vezes possam não
apreciar aquilo que escrevo.
Claro
que fico muito contente quando gostam do meu livro!
D.P.: 5_O que sente quando escreve? O que lhe dá
mais prazer na escrita? Qual é a maior dificuldade que sente quando está a
escrever?
A.S.: Sinto-me
muito feliz em contar uma história que irá dar prazer e acalentar sonhos a
outras pessoas. Sem se conseguir imaginar não se pode viver. Espero que as
minhas histórias tragam a quem as lê um pouco desse sonho que eu encontro
enquanto escrevo e imagino todas aquelas situações em que o Traquinas e o
André, o Vicente e o Cotovia se encontram por vezes. E está claro que me deu
muito prazer criar a personagem do Bosques. Ele tornou-se uma das personagens
centrais do livro devido ao seu carisma e a quem se vem a saber ser.
Quanto
à dificuldade, por vezes tenho de parar, pois o caminho que os personagens
escolhem não é o que eu tinha inicialmente eleito, eles têm ideias muito
próprias. Então, tenho que repensar…
D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita?
A.S.: Só
escrevo quando me apetece. Se assim não for, não escrevo nada com sentido.
D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior
talento?
A.S.: Não
penso em mim como uma pessoa talentosa.
Sou
mulher, esposa e mãe, com diversas obsessões. Ou gostos, como queira!
A
leitura, a escrita, as minhas flores, o meu cão – agora só tenho o King que já
está velhote, e é extremamente territorial -, gosto de ir ver os patos, os
corvos marinhos num passeio à beira mar.
Enfim,
a companhia dos amigos de sempre faz-me sempre falta, mesmo quando não a sinto.
D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um
passatempo?
A.S.: Escrever
para mim já se tornou uma necessidade, sim.
D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
A.S.: Isso
é quase perguntar se prefere respirar ou comer!
Maldade!
Sou “leitora/dependente” ! A par disso
não consigo passar sem escrever!
D.P.: 10_O que pensa que seria do mundo sem
livros?
A.S.: Seria
um mundo de robots, onde o sonho estaria estrangulado, a imaginação teria sido
abolida, se isso fosse passível de ser conseguido. Um mundo onde não haveria
troca de ideias nem ideais, onde todos seriam o mais iguais possíveis, pois a
diferença seria desconhecida.
Um
mundo só em tons de cinzento.
D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
A.S.: Uma
vez mais, maldade!
Não
se vai a uma montra de bolos, e se pede para escolher um só!
Se
há tantos escritores fantásticos e que adoro ler, porquê escolher só um? Hoje
apetece-me ler Robert Heinlein ou Anne McCaffrey. São eles os favoritos. Amanhã
vou ler George Martin ou Ursula Le Guin. Eles são os favoritos. Outro dia será Deborah
Harkness ou Lara Adrian ou ainda Nora Roberts ou Patrick Rothfuss. Agora vou
ler Anne Bishop! Fabulosa!
Incontáveis
escritores para outros tantos estados de espirito, ou gostos, ou formas de ver,
este ou aquele livro de que gostei em especial.
D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
A.S.: Lá
está! De novo não consigo dar uma resposta única porque não posso gostar de um
só livro! Gosto de tantos!
Só
mencionando alguns, a trilogia das Jóias de Sangue de Anne Bishop, a saga dos
Dragões de Pern de Anne McCaffrey (todos os livros!), Os Túmulos de Atuan de
Ursula Le Guin, Maléfico de Nora Roberts – ou qualquer outro dela ou enquanto
J.D. Robb.
E a
lista poderia continuar interminável, pois não sou capaz de eleger um de entre
todos eles.
D.P.: 13_Houve algum livro que a tenha feito
olhar o mundo de forma diferente?
A.S.: Não
posso colocar as coisas nesses termos. O que eles deixam sempre é algo de cada
um dentro de mim.
D.P.: 14_Prefere o livro ou o filme?
A.S.: Normalmente,
quando vejo o filme já li o livro. Em poucas situações isso não sucedeu. Talvez
com um ou dois do Harry Potter.
Depois
depende da adaptação ao cinema. Há algumas que vejo, também incontáveis vezes.
É o caso da Entrevista com o Vampiro e A Rainha dos Malditos, baseados em
livros da Anne Rice. Excelentes adaptações e grandes interpretações.
D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
A.S.: Gosto
de música. Não tenho preferências.
D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a
escrever?
A.S.: Sim,
gosto de ouvir música celta normalmente.
D.P.: 17_É fácil conciliar a escrita com o seu
trabalho e a sua vida?
A.S.: Com
a boa vontade e a ajuda sempre presente do meu companheiro de vida tudo se
consegue!
D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
A.S.: "Viver
e deixar viver!"
D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
A.S.: A
inspiração vou buscar dentro de mim. Tenho de a encontrar lá, junto com os meus
personagens, as minhas paisagens os meus animais.
Tudo
quanto espero é ter o engenho suficiente para encontrar as palavras certas para
os descrever e apresentar, como os vejo, tanto os bons como os menos bons.
D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
A.S.: Ter
sempre mais uma história para contar.
D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
A.S.: Não
fazer aos outros, o que não gosto que me façam a mim!
D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O
que podem os leitores esperar para o futuro?
A.S.: Está
claro que as aventuras do André e do Vicente vão continuar. Esse é um facto que
se deixa antever no final das “Crónicas de André e Vicente”.
Nesta
altura o segundo volume já está bem adiantado, embora ainda não esteja
concluído, infelizmente. Penso dentro em breve conseguir fazê-lo.
A.S.: O
meu livro está em venda no site da Chiado Editora, na Wook, na Bertrand.pt , na
FNAC, na Livraria Ler em Campo de Ourique, nas Livrarias
Apolo 70, e na Livraria Europa-América. No norte do país pode ser adquirido
através da livraria Leitura/Bulhosa Online.
No site da Chiado Editora está também disponível em formato
ebook.
Aqueles
que pretendem um exemplar do livro autografado, podem entrar em contacto comigo
através de e-mail para satina@live.com.pt e fazer o pedido do mesmo.
D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos
escritores?
A.S.: Não
tenham medo de escrever. Escrevam só o que trazem na alma.
D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior
segredo do Universo?
A.S.: O do
Polichinelo.
Nesta
imensidão que é o Universo ainda pensam que estamos sós?
Impossível!
Opiniões do blogue a obras de Anita dos Santos:
Para mais informações, consulte a página no Facebook da autora: https://www.facebook.com/AnitadosSantos.sitiodosfae
Um abraço Ana!
ResponderEliminarAnita dos Santos
Mais uma vez, obrigada! :)
EliminarUm beijinho,
Ana