terça-feira, 1 de setembro de 2015

25 Questões ao Criador: Conhecendo melhor... Anita dos Santos (Entrevista)


Biografia:

   Anita dos Santos é natural de Alcântara, Lisboa, residindo há mais de uma década na Ericeira com o seu marido e filhos.
  Depois de trabalhar trinta e nove anos na área financeira, sem horários nem tempo pessoal, dá por si com todo o tempo disponível.
   A sua paixão sempre foram os livros. Mas não só. O sonho de escrever esteve sempre presente.
  Agora, com o tempo, nasceu o sonho com o seu primeiro livro "Crónicas de André e Vicente - O Bosque dos Murmúrios". 

Começo por deixar aqui o meu agradecimento à Anita por ter partilhado comigo o seu livro, por ter aceite responder a esta entrevista  e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.


Entrevista:

Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
    Anita dos Santos (A.S.): Sempre escrevi. Quando era garota tinha sempre comigo um caderninho em que ia debitando os meus pensamentos de jovem, questões existenciais que me apoquentavam, preocupações com o que se vivia na altura… Enfim, o que fosse!
     Depois a vida e a falta de tempo encarregou-se de me fazer esquecer aquele meu caderno. Até que um dia, na única formação que tive no último emprego onde estive, as formadoras me instaram vivamente a escrever. E as palavras delas ficaram comigo, felizmente.
     Uma manhã dei por mim a fazer parte do número de estatística dos desempregados do nosso País, e com todo o tempo ao meu dispor. Foi quando me lembrei das palavras daquelas senhoras fantásticas, e resolvi, porque não?

D.P.: 2_Em que contexto surgiu o livro “Crónicas de André e Vicente”? Como é que surgiu a oportunidade de o publicar?
     A.S.: Em primeiro lugar tive de encontrar algo sobre o que gostasse de escrever. Fiz experiências, que larguei, até que um dia comecei as “Crónicas de André e Vicente” precisamente como estão. Era por ali que tinha de ir, era aquele o meu caminho e o dos meus personagens.
     E assim foi! Quando dei o livro por terminado, tenho de confessar que fiquei radiante!
     Depois pensei: Então agora tenho um livro escrito, e o que é que vou fazer com ele?
    Sabia que várias editoras recebiam originais para apreciação, e assim resolvi enviar para a Chiado Editora.
     Passados sete dias deram-me resposta positiva.
     Foi uma sensação extraordinária!

D.P.: 3_De onde vêm as suas personagens? Identifica-se com alguma delas?
     A.S.: Os meus personagens surgem-me naturalmente, no correr da história, umas vezes vejo-os primeiro e depois eles apresentam-se – eles é que me dizem o seu nome! -, outras vezes sucede o contrário, primeiro surge o nome e só depois vejo o personagem. Tenho de os conseguir ver e compreender, para os descrever.
     E não, não me identifico com nenhum deles. Eu sou a contadora da história.

D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu trabalho?
     A.S.: Todas as pessoas têm a sua opinião e o seu juízo, e em especial o seu gosto.
   Respeito todas elas, assim como espero que respeitem, embora por vezes possam não apreciar aquilo que escrevo.
    Claro que fico muito contente quando gostam do meu livro!

D.P.: 5_O que sente quando escreve? O que lhe dá mais prazer na escrita? Qual é a maior dificuldade que sente quando está a escrever?
    A.S.: Sinto-me muito feliz em contar uma história que irá dar prazer e acalentar sonhos a outras pessoas. Sem se conseguir imaginar não se pode viver. Espero que as minhas histórias tragam a quem as lê um pouco desse sonho que eu encontro enquanto escrevo e imagino todas aquelas situações em que o Traquinas e o André, o Vicente e o Cotovia se encontram por vezes. E está claro que me deu muito prazer criar a personagem do Bosques. Ele tornou-se uma das personagens centrais do livro devido ao seu carisma e a quem se vem a saber ser.
   Quanto à dificuldade, por vezes tenho de parar, pois o caminho que os personagens escolhem não é o que eu tinha inicialmente eleito, eles têm ideias muito próprias. Então, tenho que repensar…

D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita?
    A.S.: Só escrevo quando me apetece. Se assim não for, não escrevo nada com sentido.

D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior talento?
    A.S.: Não penso em mim como uma pessoa talentosa.
    Sou mulher, esposa e mãe, com diversas obsessões. Ou gostos, como queira!
   A leitura, a escrita, as minhas flores, o meu cão – agora só tenho o King que já está velhote, e é extremamente territorial -, gosto de ir ver os patos, os corvos marinhos num passeio à beira mar.
    Enfim, a companhia dos amigos de sempre faz-me sempre falta, mesmo quando não a sinto.

D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um passatempo?
   A.S.: Escrever para mim já se tornou uma necessidade, sim.

D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
   A.S.: Isso é quase perguntar se prefere respirar ou comer!
    Maldade! Sou “leitora/dependente” !  A par disso não consigo passar sem escrever!

D.P.: 10_O que pensa que seria do mundo sem livros?
   A.S.: Seria um mundo de robots, onde o sonho estaria estrangulado, a imaginação teria sido abolida, se isso fosse passível de ser conseguido. Um mundo onde não haveria troca de ideias nem ideais, onde todos seriam o mais iguais possíveis, pois a diferença seria desconhecida.
   Um mundo só em tons de cinzento.

D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
    A.S.: Uma vez mais, maldade!
    Não se vai a uma montra de bolos, e se pede para escolher um só!
   Se há tantos escritores fantásticos e que adoro ler, porquê escolher só um? Hoje apetece-me ler Robert Heinlein ou Anne McCaffrey. São eles os favoritos. Amanhã vou ler George Martin ou Ursula Le Guin. Eles são os favoritos. Outro dia será Deborah Harkness ou Lara Adrian ou ainda Nora Roberts ou Patrick Rothfuss. Agora vou ler Anne Bishop! Fabulosa!
   Incontáveis escritores para outros tantos estados de espirito, ou gostos, ou formas de ver, este ou aquele livro de que gostei em especial.

D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
    A.S.: Lá está! De novo não consigo dar uma resposta única porque não posso gostar de um só livro! Gosto de tantos!
    Só mencionando alguns, a trilogia das Jóias de Sangue de Anne Bishop, a saga dos Dragões de Pern de Anne McCaffrey (todos os livros!), Os Túmulos de Atuan de Ursula Le Guin, Maléfico de Nora Roberts – ou qualquer outro dela ou enquanto J.D. Robb.
     E a lista poderia continuar interminável, pois não sou capaz de eleger um de entre todos eles.

D.P.: 13_Houve algum livro que a tenha feito olhar o mundo de forma diferente?
     A.S.: Não posso colocar as coisas nesses termos. O que eles deixam sempre é algo de cada um dentro de mim.

D.P.: 14_Prefere o livro ou o filme?
    A.S.: Normalmente, quando vejo o filme já li o livro. Em poucas situações isso não sucedeu. Talvez com um ou dois do Harry Potter.
   Depois depende da adaptação ao cinema. Há algumas que vejo, também incontáveis vezes. É o caso da Entrevista com o Vampiro e A Rainha dos Malditos, baseados em livros da Anne Rice. Excelentes adaptações e grandes interpretações.

D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
       A.S.: Gosto de música. Não tenho preferências.

D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a escrever?
       A.S.: Sim, gosto de ouvir música celta normalmente.

D.P.: 17_É fácil conciliar a escrita com o seu trabalho e a sua vida?
    A.S.: Com a boa vontade e a ajuda sempre presente do meu companheiro de vida tudo se consegue!

D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
       A.S.: "Viver e deixar viver!"

D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
    A.S.: A inspiração vou buscar dentro de mim. Tenho de a encontrar lá, junto com os meus personagens, as minhas paisagens os meus animais.
     Tudo quanto espero é ter o engenho suficiente para encontrar as palavras certas para os descrever e apresentar, como os vejo, tanto os bons como os menos bons.

D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
      A.S.: Ter sempre mais uma história para contar.
  
D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
      A.S.: Não fazer aos outros, o que não gosto que me façam a mim!

D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O que podem os leitores esperar para o futuro?
    A.S.: Está claro que as aventuras do André e do Vicente vão continuar. Esse é um facto que se deixa antever no final das “Crónicas de André e Vicente”.
   Nesta altura o segundo volume já está bem adiantado, embora ainda não esteja concluído, infelizmente. Penso dentro em breve conseguir fazê-lo.

D.P.: 23_Onde podem os leitores adquirir o seu livro “Crónicas de André e Vicente”?
    A.S.: O meu livro está em venda no site da Chiado Editora, na Wook, na Bertrand.pt , na FNAC, na Livraria Ler em Campo de Ourique, nas Livrarias Apolo 70, e na Livraria Europa-América. No norte do país pode ser adquirido através da livraria Leitura/Bulhosa Online.
    No site da Chiado Editora está também disponível em formato ebook.
  Aqueles que pretendem um exemplar do livro autografado, podem entrar em contacto comigo através de e-mail para satina@live.com.pt e fazer o pedido do mesmo.

D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos escritores?
    A.S.: Não tenham medo de escrever. Escrevam só o que trazem na alma.

D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior segredo do Universo?
    A.S.: O do Polichinelo.
    Nesta imensidão que é o Universo ainda pensam que estamos sós?
    Impossível!


Opiniões do blogue a obras de Anita dos Santos:



Para mais informações, consulte a página no Facebook da autora: https://www.facebook.com/AnitadosSantos.sitiodosfae

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