(Artigo de Opinião)
Autora: Renée Knight
Título Original: Disclaimer (2015)
Tradução: Isabel Veríssimo
ISBN: 978-989-8775-75-7
Nº de páginas: 304
Nº de páginas: 304
Editora: Suma de Letras Portugal
Sinopse
E se de repente se apercebesse de que é a protagonista do aterrador romance que está a ler? Catherine tem uma boa vida: goza de grande sucesso na profissão, é casada e tem um filho. Certa noite, encontra na sua mesa de cabeceira um livro com o título O perfeito desconhecido. Não sabe como terá ido parar ao seu quarto ou quem o terá ali posto. Ainda assim, começa a lê-lo e rapidamente fica agarrada à história de suspense. Até que, depois de ler várias páginas, chega a uma conclusão aterradora. NÃO É FICÇÃO. O perfeito desconhecido recria vividamente, sem esquecer o mais ínfimo detalhe, o fatídico dia em que Catherine ficou prisioneira de um segredo terrível. Um segredo que só mais uma pessoa conhecia. E essa pessoa está morta.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Suma de Letras em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à Suma de Letras pelo envio deste livro. Foi uma excelente aposta da editora!
Se a edição portuguesa de "Pura Coincidência" não conseguisse captar a atenção do leitor logo através da capa, com certeza fá-lo-ia pela sinopse. Um livro que gira em torno de um livro promete sempre uma boa história. Porém, estou certa de que dificilmente alguém conseguirá manter-se indiferente a uma capa tão bem pensada e concretizada como esta. A mulher que tapa metade da cara, escondendo uma parte de si; o livro sobreposto ao seu rosto e que a cobre de cinzento - tudo encaixa singularmente e não podia deixar de dar os meus parabéns à Suma de Letras e ao designer Pedro Aires Pinto, pois a capa está realmente fantástica!
Catherine Ravenscroft é uma mulher de meia idade bem sucedida. É uma realizadora premiada, tem um casamento aparentemente feliz e é mãe de Nick, um jovem de vinte e cinco anos. Tudo decorre normalmente na sua vida até que inicia a leitura de O Perfeito Desconhecido. Catherine não sabe nada sobre o livro. Não sabe como chegou a sua casa nem quem lho ofereceu. Mesmo assim, opta por lê-lo, e é com grande horror que percebe que o livro é sobre um segredo seu de há vinte anos atrás e de que mais ninguém vivo sabe.
Stephen Brigstocke é um idoso septuagenário e viúvo. Move-se em torno de um grande desejo de ódio e de vingança. Confesso que numa primeira fase me senti um pouco confusa com este relato paralelo. Stephen não parecia aparentar nenhum aspecto em comum com Catherine e eu não percebia qual poderia ser a ligação entre as duas personagens. Porém, com o avanço da história, tudo começa a ganhar forma e é entendida a jogada inteligente da autora
Robert, o marido de Catherine, e o filho, Nick, inicialmente um pouco ofuscados, acabam por ter um papel muito importante e interessante na história. Nancy, a falecida mulher de Stephen, embora não participe directamente, também se revela fundamental.
O mistério em que se encontra envolto o segredo de Catherine mantém-se presente e acentua-se à medida que vamos virando as páginas. Que poderá ter acontecido há vinte anos atrás que a tenha marcado a tal ponto que lhe foi impossível confiá-lo a alguém?
Os meus sentimentos pelas personagens foram ambíguos e variaram ao longo da narrativa. As duas perspectivas oferecidas ajudam a construir uma opinião mais sólida sobre cada um.
Renée Knight presenteia-nos com uma escrita fluente e cuidada e um ritmo absorvente. Achei curioso o aspecto de os capítulos com o ponto de vista de Catherine se encontrarem escritos na terceira pessoa, sendo a autora mulher, e os capítulos de Stephen serem narrados na primeira.
Uma trama brilhantemente conseguida. Um thriller psicológico extremamente bem pensado. À medida que nos aproximamos das revelações finais, é notória e crescente a sensação de empatia e de pânico pelas personagens. A complexidade dos intervenientes e a teia de acontecimentos perfeitamente interligada seduzem por completo o leitor. Dei por mim a ponderar e a matutar na genialidade da história até muito depois do término da leitura. Muito bom! Recomendo!
Se a edição portuguesa de "Pura Coincidência" não conseguisse captar a atenção do leitor logo através da capa, com certeza fá-lo-ia pela sinopse. Um livro que gira em torno de um livro promete sempre uma boa história. Porém, estou certa de que dificilmente alguém conseguirá manter-se indiferente a uma capa tão bem pensada e concretizada como esta. A mulher que tapa metade da cara, escondendo uma parte de si; o livro sobreposto ao seu rosto e que a cobre de cinzento - tudo encaixa singularmente e não podia deixar de dar os meus parabéns à Suma de Letras e ao designer Pedro Aires Pinto, pois a capa está realmente fantástica!
Catherine Ravenscroft é uma mulher de meia idade bem sucedida. É uma realizadora premiada, tem um casamento aparentemente feliz e é mãe de Nick, um jovem de vinte e cinco anos. Tudo decorre normalmente na sua vida até que inicia a leitura de O Perfeito Desconhecido. Catherine não sabe nada sobre o livro. Não sabe como chegou a sua casa nem quem lho ofereceu. Mesmo assim, opta por lê-lo, e é com grande horror que percebe que o livro é sobre um segredo seu de há vinte anos atrás e de que mais ninguém vivo sabe.
Stephen Brigstocke é um idoso septuagenário e viúvo. Move-se em torno de um grande desejo de ódio e de vingança. Confesso que numa primeira fase me senti um pouco confusa com este relato paralelo. Stephen não parecia aparentar nenhum aspecto em comum com Catherine e eu não percebia qual poderia ser a ligação entre as duas personagens. Porém, com o avanço da história, tudo começa a ganhar forma e é entendida a jogada inteligente da autora
Robert, o marido de Catherine, e o filho, Nick, inicialmente um pouco ofuscados, acabam por ter um papel muito importante e interessante na história. Nancy, a falecida mulher de Stephen, embora não participe directamente, também se revela fundamental.
O mistério em que se encontra envolto o segredo de Catherine mantém-se presente e acentua-se à medida que vamos virando as páginas. Que poderá ter acontecido há vinte anos atrás que a tenha marcado a tal ponto que lhe foi impossível confiá-lo a alguém?
Os meus sentimentos pelas personagens foram ambíguos e variaram ao longo da narrativa. As duas perspectivas oferecidas ajudam a construir uma opinião mais sólida sobre cada um.
Renée Knight presenteia-nos com uma escrita fluente e cuidada e um ritmo absorvente. Achei curioso o aspecto de os capítulos com o ponto de vista de Catherine se encontrarem escritos na terceira pessoa, sendo a autora mulher, e os capítulos de Stephen serem narrados na primeira.
Uma trama brilhantemente conseguida. Um thriller psicológico extremamente bem pensado. À medida que nos aproximamos das revelações finais, é notória e crescente a sensação de empatia e de pânico pelas personagens. A complexidade dos intervenientes e a teia de acontecimentos perfeitamente interligada seduzem por completo o leitor. Dei por mim a ponderar e a matutar na genialidade da história até muito depois do término da leitura. Muito bom! Recomendo!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Fields of Gold_Sting
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