Susana C. Júdice nasceu em Portugal e cresceu nos Estados Unidos, onde muito cedo se apaixonou pela leitura e pela escrita. Levada pelo impulso criativo, dedicou a sua vida à dança e à moda. Vive atualmente em Portugal, com o seu marido. Sempre pronta para um desafio, escreveu Sonho de Liberum, a sua primeira obra literária.
Começo por deixar aqui o meu agradecimento à Susana por ter aceite a entrevista, por ter partilhado comigo o seu livro e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.
Entrevista:
Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
Susana C. Júdice (S.C.J.): A escrita surgiu-me de uma forma bastante natural sensivelmente aos 11 anos, nomeadamente através de poesia.
D.P.: 2_Em que contexto surgiu o seu livro “Sonho de Liberum”? Como é que surgiu a oportunidade de o publicar?
S.C.J.: O meu livro surgiu através de um desafio colocado pelo meu marido e uma grande amiga minha, após lerem parte de uma coleção de poesia, que guardo com grande estima até aos dias de hoje. Ao terminar o livro, decidi acreditar em mim e enviá-lo para 13 editoras. Para minha surpresa, obtive mais do que uma proposta em menos de duas semanas.
D.P.: 3_ De onde vêm as suas personagens? Identifica-se com alguma delas?
S.C.J.: Por vezes brinco ao comentar, que nem eu mesma sei de onde vêm tanta imaginação! É algo natural que me surge como um filme mental que gradualmente transporto para papel, através da escrita. Creio que a personagem que mais se assemelha à minha essência é a Gweniver, a personagem principal.
D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu trabalho?
S.C.J.: Sendo eu, muito exigente comigo mesma, encaro humildemente as críticas como uma ferramenta essencial ao meu crescimento e evolução. Acima de tudo, pretendo melhorar o meu trabalho e satisfazer o público que o lê. Em paralelo, mantenho a consciência de que críticas, são opiniões e pontos de vista que devemos seleccionar de forma saudável.
D.P.: 5_O que sente quando escreve? O que lhe dá mais prazer na escrita? Qual é a maior dificuldade que sente quando está a escrever?
S.C.J.: Escrever para mim é libertador, faço-o com paixão e entusiasmo. Sou muito emotiva e sinto que consigo expulsar a minha energia interior precisamente através da escrita e da dança. São ambas artes em que podemos ser quem queremos, através de um mundo imaginário. O que mais me satisfaz é a capacidade que a minha escrita tem de tocar nos corações de quem a lê. Todos precisamos de um refúgio e por vezes a palavra certa, no segundo certo, pode mudar todo um rumo de vida, isso é algo que considero precioso. Até agora, não posso afirmar que tenha dificuldades quando escrevo.
D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita?
S.C.J.: Não tenho nenhum ritual de escrita. Gosto de ser espontânea e de deixar as palavras fluir naturalmente.
D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior talento?
S.C.J.: Para além de escrever, é sem dúvida alguma dançar. Ambas as artes permitem-me lidar e ajudar os mais jovens, algo que me têm dito constantemente, ser também um grande talento. Quanto maior o desafio, maior o meu entusiasmo.
D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um passatempo?
S.C.J.: Um pouco de ambos. Por um lado, uma necessidade saudável, um desabafo para manter o meu equilíbrio. Por outro lado, um lazer que me proporciona grande satisfação.
D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
S.C.J.: Não tenho como escolher entre duas situações que amo. Ler permite-me viajar, conhecer, sentir e aprender. Escrever permite-me criar, explorar a minha imaginação, proporcionando em simultâneo a que outras pessoas possam viajar com as minhas palavras.
D.P.: 10_O que pensa que seria do mundo sem livros?
S.C.J.: Um mundo sem livros, nada seria. Os livros são o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. Traduzem-se em aprendizagens, em registos de sonhos reais e oníricos. Não existiria evolução sem esses mesmos registos literários. Como seres humanos que somos, poderiam até existir sonhos mas, não saberíamos o que fazer com eles sem livros.
D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
S.C.J.: Tenho tantos! Os meus gostos literários são de extremos. Entre eles destacam-se alguns nomes como Edgar Allan Poe, William Shakespeare, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, J. R. Ward, Deborah Harkness, Alyson Noel, Christopher Poindexter, Emily Brontë entre tantos outros.
D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
S.C.J.: Não posso dizer que tenha algum preferido pois, cada livro que li preencheu-me de forma peculiar e individual.
S.C.J.: Sim, houve um livro que li na minha infância, "Black Beauty" de Anna Sewell que me emocionou bastante. Foi a primeira vez que analisei de forma mais madura, a relação entre acto e consequência dos seres humanos em geral, daquilo que são capazes de fazer. Na época, inspirou-me a querer ser uma melhor pessoa e ensinou-me o que era compaixão para com outros seres.
D.P.: 14_Prefere o livro ou o filme?
S.C.J.: Prefiro o livro. Sou uma amante de filmes contudo, existem imagens, que por melhores que sejam, não conseguem captar a intensidade de palavras. Um livro guia o seu leitor numa história repleta de detalhes, deixando em simultâneo, espaço para a imaginação individual de cada um. A leitura é algo muito pessoal e esta é apenas a minha opinião, dificilmente um filme consegue superar emotivamente um livro.
D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
S.C.J.: Tal como acontece com os livros, não consigo escolher uma só música como sendo a minha preferida. Cada momento vivido requer uma música diferente que num segundo em particular poderia ser considerada de favorita.
D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a escrever?
S.C.J.: Sim, sempre. Enquanto escrevo, evito músicas com líricas para não interferir com os meus pensamentos. Por norma, opto por música celta ou chill out .
D.P.: 17_É fácil conciliar a escrita com o seu trabalho e a sua vida?
S.C.J.: Desde muito cedo que os meus pais me ensinaram de que há tempo para tudo. Esta lição foi-me incutida ao longo da minha vida fazendo de mim uma pessoa muito organizada, pelo que consigo conciliar tudo sem problemas.
S.C.J.: Desde muito cedo que os meus pais me ensinaram de que há tempo para tudo. Esta lição foi-me incutida ao longo da minha vida fazendo de mim uma pessoa muito organizada, pelo que consigo conciliar tudo sem problemas.
D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
S.C.J.: Aprecio bastante uma citação do escritor francês Émile Zola "O artista nada é sem talento, mas o talento nada é sem trabalho."
D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
S.C.J.: O mundo é a minha inspiração. As pessoas que nele habitam, as que me são próximas ou até as que apenas entram passageiramente na minha vida. A complexidade da natureza, a magnitude dos sonhos humanos, as lições que aprendemos boas e más, as vivências de quem não conhecemos de todo... Tudo serve como fonte de inspiração quando se olha para o mundo de fora para dentro.
D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
S.C.J.: O meu maior sonho é chegar ao meu último suspiro sentindo-me uma mulher realizada.
D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
S.C.J.: Nunca tomar o futuro como garantido, viver intensamente um dia de cada vez, conquistando assim, um sonho de cada vez.
D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O que podem os leitores esperar para o futuro?
S.C.J.: De momento estou concentrada em levar o "Sonho de Liberum" o mais longe possível. Em paralelo, estou já a preparar o segundo livro. Tenho estado também, a visitar várias escolas com o intuito de incentivar os jovens à literatura e à concretização dos seus sonhos.
D.P.: 23_Onde podem os leitores adquirir os seus livros?
S.C.J.: De momento poderão encontrar "Sonho de Liberum" na plataforma online de loja Bertrand e no site da Chiado Editora, tanto na versão de livro físico, bem como, na versão de ebook. Poderão ainda encomendar exemplares autografados através da minha rede social www.facebook.com/susanacjudice . Em breve estará disponível na plataforma online das livrarias Brasileiras Saraiva e Cultura.
D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos escritores?
S.C.J.: O meu maior conselho é serem persistentes, acreditarem sempre neles mesmos e nunca desistirem. Nada é impossível para aqueles que acreditam. É importante lerem muitos livros, escrever sempre que possível e deixar a imaginação fluir, para que não caiam no erro de se tornarem cópias do que já existe.
D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior segredo do Universo?
S.C.J.: Para mim, o maior segredo do Universo é a magia individual que carregamos dentro nós e a forma que optamos mostrá-la ao mundo.
Para mais informações e para poder seguir o trabalho da escritora, visite a sua página no Facebook: https://www.facebook.com/susanacjudice
Sem comentários:
Enviar um comentário