Laura Alho é natural de Albergaria-a-Velha e reside em Santa Joana (Aveiro). É licenciada em Psicologia e mestre em Psicologia Forense, pela Universidade de Aveiro. Encontra-se a terminar o doutoramento na mesma área com bolsa mista atribuída pela FCT, em colaboração com o IBILI (Coimbra) e com o Instituto Karolinska (Suécia). É formadora certificada e tem experiência na docência no Ensino Superior e em Cursos Avançados. Enquanto investigadora, conta com várias publicações e participações nacionais e internacionais. É autora de livros técnicos, palestrante, empreendedora, e coordenadora de projetos diversificados.
A juntar ao seu percurso profissional, é escritora de romances. Conta com “Um Paraíso no Inferno” (2014) e “Anjos Negros” (2015), publicados pela Chiado Editora.
Os seus personagens têm continuidade de livro para livro, envolvendo o leitor desde o primeiro momento.
A juntar ao seu percurso profissional, é escritora de romances. Conta com “Um Paraíso no Inferno” (2014) e “Anjos Negros” (2015), publicados pela Chiado Editora.
Os seus personagens têm continuidade de livro para livro, envolvendo o leitor desde o primeiro momento.
(Biografia retirada do site da Chiado Editora: https://www.chiadoeditora.com/)
Começo por deixar aqui o meu agradecimento à Laura por ter aceite responder a esta entrevista e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.
Entrevista:
Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
Laura Alho (L.A.): Desde
que entrei para a escola primária! [Risos]. Escrevi uma história em formato de
livro em tenra idade. Mais tarde, na adolescência, comecei a escrever contos,
crónicas e divagações diversas. Mas foi aos 23 que escrevi “Um Paraíso no Inferno”,
após a criação de um blogue com o mesmo nome.
D.P.:2_Em que contexto surgiram
os seus livros “Um Paraíso no Inferno” e “Anjos Negros”? Como é que surgiu a oportunidade de o publicar?
L.A.: “Um paraíso no inferno” foi um livro que
escrevi quando estava a atravessar uma fase complicada da minha vida, e que
serviu como um processo terapêutico. Na altura em que o terminei não pensei em
publicá-lo, não era um objetivo. Agora penso que, muito provavelmente, não
estava preparada para partilhar algo tão pessoal com as outras pessoas.
Permaneceu na gaveta oito anos até me decidir que estava na altura de tirá-lo
da gaveta e dar-lhe uma oportunidade. Nesse momento já tinha assumido para mim
própria que estava na altura de seguir os meus sonhos, sendo a escrita um deles.
Além disso, o livro fala exatamente disso mesmo – seguir os sonhos. Se foi útil
para mim, também poderia sê-lo para outras pessoas – era nisso que pensava. Foi
com essa ideia que o enviei para várias editoras. Não tinha nada a perder. Tive
resposta positiva de algumas e optei por aquela que considerei dar-me melhores
condições e que achei mais credível.
Comecei
a escrever o “Anjos Negros” em finais de 2013, e o processo de escrita foi
completamente diferente do primeiro livro. Entretanto, fiz uma pausa para
escrever o livro “O Filho Preferido”, em coautoria, que é um livro técnico sem
ligação com os romances, mas que está enquadrado no âmbito profissional. A
escrita do “Anjos Negros” terminou em junho, seguiu para a mesma editora de “Um
paraíso no inferno”, foi apreciado e aceite para publicação, e foi lançado no
dia 22 de novembro. É um romance policial que foge dos típicos policiais em que
só se descobre o assassino no final da trama. Aqui, o leitor fará parte da
investigação criminal e das histórias cruzadas dos personagens, sendo que parte
dessas personagens teve início n’Um paraíso no inferno. Além disso, é um livro
que alia a ciência ao misticismo, à simbologia e à mitologia. Promete fazer
pensar.
D.P.: 3_ De onde
vêm as suas personagens? Identifica-se com alguma delas?
L.A.: As personagens vêm da minha imaginação
mas são inspirações da vida diária (académica, profissional e pessoal).
Nasceram com o primeiro livro e tenho histórias para elas até ao final da minha
vida! [Risos]. Fazem parte do meu imaginário, são a minha companhia sempre que
escrevo. São reais porque estão sempre na minha cabeça, têm vida própria e
fazem-me companhia.
Identifico-me
com todas elas porque foram criadas por mim. Não há nenhuma que eu diga que não
tem nada a ver comigo. Todas elas têm características com as quais eu me
identifico ou que me fazem ter a noção clara da variedade de pessoas que
existem no mundo e da imensidão de papéis que cada um de nós representa ao
longo da vida.
D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu trabalho?
L.A.: Lido
muito bem. Valorizo as críticas construtivas e ignoro as que são de pessoas que
falam mal só “porque sim”. A minha identidade pessoal e a minha maneira de
estar na vida permitem-se ter a tranquilidade suficiente para dar valor ao que importa.
Todos estamos sujeitos a críticas. A maneira como as encaramos pode levar-nos a
ficar pelo caminho ou pode ajudar a tornarmo-nos melhores. Opto por tentar
tornar-me sempre melhor, seguindo os conselhos de quem tem experiência, de quem
sabe, e de quem verdadeiramente se importa com o crescimento dos outros.
D.P.: 5_O que sente quando escreve? O que lhe dá mais prazer na escrita? Qual é a maior dificuldade que sente quando está a escrever?
L.A.: Sinto-me
bem, completamente absorta da realidade. Esqueço tudo e vivo para dar vida aos
personagens. O processo é semelhante ao que acontece quando estamos a ver um
filme: durante um determinado tempo estamos concentrados numa “realidade”
paralela. É isso que acontece comigo quando escrevo.
D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita?
L.A.: Sim.
Bebo chá e tenho um caderno para cada livro, onde aponto e desenvolvo ideias, onde
faço cronogramas e esquemas e que guardo religiosamente!
D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior talento?
L.A.: Ui!
Não sei se é talento, mas adoro dar aulas e fazer investigação.
D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um passatempo?
L.A.: Uma
necessidade que preencho sempre que tenho tempo!
D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
L.A.: As
duas coisas. Sou uma leitora compulsiva e uma escritora viciada!
L.A.: Seria
um mundo sem magia, caótico, desinteressante e enfadonho. Acho que seria um
cenário improvável.
D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
L.A.: É
uma pergunta muito difícil, porque não tenho UM escritor favorito. Tenho
centenas de referências, nacionais e internacionais, que admiro profundamente e
que adoro. Não consigo ter apenas um.
D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
L.A.: Eis
outra pergunta de difícil resposta! Atendendo à quantidade de livros que li,
não é possível ter só um preferido. Alguns que me marcaram muito foram: “A saga
de um pensador”, de Augusto Cury, “A história de Edgar Sawtelle”, de David
Wroblewski, “A praia roubada”, de Joanne Harris, “A loja dos suicídios”, de
Jean Teulé, “O jogo do anjo”, de Carlos Ruiz Záfon, “O principezinho”, de
Antoine de Saint-Exupéry, “A maior flor do mundo”, de José Saramago, entre
muitos, muitos outros!
D.P.: 13_Houve algum livro que a tenha feito olhar o mundo de forma diferente?
L.A.: Muitos,
mas aquele que mais me marcou (provavelmente porque estava numa ânsia de
procurar respostas) foi a “Saga de um pensador”, de Augusto Cury.
D.P.: 14_Prefere o livro ou o filme?
L.A.: Livro,
sem dúvida.
D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
L.A.: “Angel
Gabriel”, de Lamb.
D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a escrever?
L.A.: Raramente.
Só o faço se estiver em ambientes ruidosos. E todas as músicas são escolhidas
criteriosamente, mediante os personagens que tenho em mente.
D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
L.A.: “Tenho
em mim todos os sonhos do mundo” (Fernando Pessoa).
D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
L.A.: As
pessoas.
D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
L.A.: Viver
da escrita e para a escrita, fazendo com que a minha existência deixe um legado
às gerações futuras.
D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
L.A.: Viver
tranquilamente e concretizar os meus sonhos. Não acredito em impossíveis.
D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O que podem os leitores esperar para o futuro?
L.A.: Sim.
Escrever é um processo contínuo que não tenciono interromper. Os leitores podem
esperar mais livros, mais aventuras, mais formas de os desafiarem.
D.P.: 23_Onde podem os leitores adquirir os seus livros?
L.A.: Em
qualquer livraria física Bertrand, Fnac, Note, em sites (Bertrand online, Fnac,
Wook) ou até mesmo em papelarias locais. Se por ventura não tiverem disponível
no momento, basta encomendarem. No Brasil, está nas livrarias Cultura, Galileu
e EasyBooks.
D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos escritores?
L.A.: Se é
o que realmente querem fazer, não desistam. Escrevam, escrevam, escrevam! Como
acontece em qualquer exercício, quanto mais treinarem, melhores se tornarão. E
leiam muito, porque um bom escritor é um leitor insaciável. Procurem pessoas
que vos possam dar conselhos honestos (e não apenas pancadinhas nos ombros).
Procurem oportunidades para mostrarem o vosso trabalho e sejam humildes.
D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior segredo do Universo?
L.A..: O
maior segredo do Universo é que não há segredos: há apenas uma cegueira
generalizada que não permite ver o que está diante dos nossos olhos. Tendemos a
acreditar apenas no que vemos mas, na realidade, o que não vemos (e que não
significa que não existe) é o que faz tudo acontecer. Temos o poder de
transformar as nossas vidas e tudo começa na forma como
pensamos.
Para mais informações e para poder seguir o trabalho da autora, visite a sua página no Facebook: https://www.facebook.com/authorLauraAlho/
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