(Artigo de Opinião)
Autora: Yeonmi Park
Título Original: In Order to Live (2015)
Tradução: Ester Cortegano
ISBN: 978-989-665-004-9
Nº de páginas: 320
Nº de páginas: 320
Editora: Objectiva
Sinopse
Yeonmi Park não conhecia o significado da palavra liberdade.
Na Coreia do Norte, cresceu a pensar que era normal ver cadáveres na rua a caminho da escola. Que era normal ter tanta fome que precisava de comer plantas selvagens para tentar calar o estômago. Que era normal ver os vizinhos "desaparecer" sem aviso nem razão. Cresceu a acreditar que o Grande Líder era capaz de lhe ler os pensamentos e de a castigar se fossem incorrectos.
Aos treze anos, quando a fome e a prisão do pai tornaram o futuro impossível, Yeonmi e a família tomaram a decisão arriscada de fugir da Coreia do Norte. Ficar significaria morrer - de fome, de doença ou por execução. Atravessaram as águas geladas do rio Yalu rumo à fronteira com a China, carregadas de esperança, mas acabaram nas mãos de traficantes de refugiados.
Depois de quase dois anos à mercê dos captores chineses, Yeonmi e a mãe decidiram arriscar a vida, uma vez mais. Numa noite gelada, com as estrelas a alumiar o caminho, atravessaram o inóspito Deserto de Gobi. Mais uma dura travessia, desta vez bem sucedida.
Arriscaram morrer porque escolheram ser livres. Porque escolheram viver.
Aos 21 anos, Yeonmi Park é activista de direitos humanos e está, finalmente, a aprender o que significa ser livre.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Editora Objectiva em troca de uma opinião sincera
Começo por agradecer à Editora Objectiva pelo gentil envio do livro. "Porque Escolhi Viver" é um livro com uma história arrepiante que nos apresenta uma realidade assustadora e que expõe uma sociedade onde a vida humana é desvalorizada, onde o ser humano vive cegamente em torno de um regime político ditatorial.
Este livro é o testemunho de uma jovem que sobreviveu à fuga da Coreia do Norte - Yeonmi Park, agora uma activista dos direitos humanos, dá a conhecer a sua história de vida: as dificuldades do quotidiano na Coreia do Norte, a perigosa passagem da fronteira, a captura e a inserção em redes de tráfico humano na China, a árdua travessia do deserto de Gobi e a difícil integração numa sociedade liberal sul coreana.
O livro está dividido em três partes, correspondendo cada uma a um momento significativo da vida da narradora. A primeira relata o historial da sua família até à travessia da fronteira da Coreia do Norte com a China. Na segunda parte, é relatado o horror vivido por Yeonmi e pela mãe na China, à mercê dos traficantes humanos, e a chegada à Coreia do Sul. E, por fim, na terceira parte, o recomeço da vida no novo país.
Yeonmi narra a sua vida desde que nasceu, contextualizando com informação sobre a vida dos seus progenitores, permitindo ao leitor perceber algumas escolhas. É dado a conhecer ao leitor as baixas condições de vida dos norte-coreanos, que vivem sem os cuidados básicos de alimentação, saúde ou higiene, e que se arriscam constantemente a serem enviados para a prisão por desrespeitarem regras com o intuito de sobreviver. É exposta a estratificação da sociedade e o perigo constante que representa salvaguardar a sobrevivência num país como a Coreia do Norte.
Na China, Yeonmi e a mãe são capturadas na rede de tráfico humano e são separadas. Vivem situações de puro terror. É um relato triste e que facilmente nos comove. Na minha opinião, esta foi a parte que mais me emocionou, pela crueldade e frivolidade de alguns seres humanos, que exploram brutalmente estas pessoas desesperadas.
Por fim, a chegada à Coreia do Norte, onde reside ainda algum do medo de ser deportada. A adaptação e a dificuldade de começar de novo, o retomo dos estudos, a perseguição dos objetivos. Depois de todo o sofrimento que passou, Yeonmi sente a necessidade de divulgar a sua história, expondo a violação dos direitos humanos cometida na Coreia do Norte e tornando-se uma activista.
Apesar da história ser profunda e tocante, a leitura é rápida, uma vez que o livro desperta no leitor o¨desejo de conhecer mais sobre este caso. O livro possui ainda algumas fotos da infância de Yeonmi com a família.
Yeonmi Park é um exemplo de coragem e determinação impressionantes. Apesar de tudo, a sua jornada foi bem sucedida. Alcançou o seu objectivo - ser livre. Pagou preços demasiado altos para a obtenção de um direito com que os seres humanos deveriam nascer. No entanto, este livro representa também todos os que não tiveram um final feliz na sua luta ingrata pela sobrevivência. É uma história pesada e marcante que persiste em continuar no pensamento muito depois de finda a leitura.
"Porque Escolhi Viver" é um livro que nos leva a reflectir sobre o preço da vida, sobre a devoção cega a um regime político, sobre sacrifícios e sobre a crueldade humana. Não é uma leitura fácil. No entanto, é, na minha opinião, necessária. Livros como este deveriam ser lidos por todos, para que tomemos consciência do tormento que custa a sobrevivência diária a muitos seres humanos. Realidades como esta não podem ser ignoradas. Este é um livro que aconselho e que espero sinceramente que sensibilize muitas pessoas!
Este livro é o testemunho de uma jovem que sobreviveu à fuga da Coreia do Norte - Yeonmi Park, agora uma activista dos direitos humanos, dá a conhecer a sua história de vida: as dificuldades do quotidiano na Coreia do Norte, a perigosa passagem da fronteira, a captura e a inserção em redes de tráfico humano na China, a árdua travessia do deserto de Gobi e a difícil integração numa sociedade liberal sul coreana.
O livro está dividido em três partes, correspondendo cada uma a um momento significativo da vida da narradora. A primeira relata o historial da sua família até à travessia da fronteira da Coreia do Norte com a China. Na segunda parte, é relatado o horror vivido por Yeonmi e pela mãe na China, à mercê dos traficantes humanos, e a chegada à Coreia do Sul. E, por fim, na terceira parte, o recomeço da vida no novo país.
Yeonmi narra a sua vida desde que nasceu, contextualizando com informação sobre a vida dos seus progenitores, permitindo ao leitor perceber algumas escolhas. É dado a conhecer ao leitor as baixas condições de vida dos norte-coreanos, que vivem sem os cuidados básicos de alimentação, saúde ou higiene, e que se arriscam constantemente a serem enviados para a prisão por desrespeitarem regras com o intuito de sobreviver. É exposta a estratificação da sociedade e o perigo constante que representa salvaguardar a sobrevivência num país como a Coreia do Norte.
Na China, Yeonmi e a mãe são capturadas na rede de tráfico humano e são separadas. Vivem situações de puro terror. É um relato triste e que facilmente nos comove. Na minha opinião, esta foi a parte que mais me emocionou, pela crueldade e frivolidade de alguns seres humanos, que exploram brutalmente estas pessoas desesperadas.
Por fim, a chegada à Coreia do Norte, onde reside ainda algum do medo de ser deportada. A adaptação e a dificuldade de começar de novo, o retomo dos estudos, a perseguição dos objetivos. Depois de todo o sofrimento que passou, Yeonmi sente a necessidade de divulgar a sua história, expondo a violação dos direitos humanos cometida na Coreia do Norte e tornando-se uma activista.
Apesar da história ser profunda e tocante, a leitura é rápida, uma vez que o livro desperta no leitor o¨desejo de conhecer mais sobre este caso. O livro possui ainda algumas fotos da infância de Yeonmi com a família.
Yeonmi Park é um exemplo de coragem e determinação impressionantes. Apesar de tudo, a sua jornada foi bem sucedida. Alcançou o seu objectivo - ser livre. Pagou preços demasiado altos para a obtenção de um direito com que os seres humanos deveriam nascer. No entanto, este livro representa também todos os que não tiveram um final feliz na sua luta ingrata pela sobrevivência. É uma história pesada e marcante que persiste em continuar no pensamento muito depois de finda a leitura.
Música que aconselho para acompanhar a leitura: People Help The People_Birdy
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