(Artigo de Opinião)
Autor: Rick Riordan
Título Original: The Red Pyramid (2010)
Tradução: Victor Antunes
Título Original: The Red Pyramid (2010)
Tradução: Victor Antunes
ISBN: 978-989-657-788-9
Nº de páginas: 408
Nº de páginas: 408
Editora: Editorial Planeta
Sinopse
Desde a morte da mãe, há seis anos, Carter Kane tem vivido com uma pequena mala, em constantes viagens pelo mundo na companhia do pai, o brilhante egiptólogo Julius Kane. Enquanto Carter não vai à escola e aprende com o pai, a irmã mais nova, Sadie, vive em Londres, com os avós maternos. Sadie tem tudo quanto Carter gostaria de ter - colegas de escola e a possibilidade de uma vida «normal». Contudo, Carter ter aquilo que Sadie anseia: tempo com o pai. Ao fim de seis anos de vidas separadas, os dois irmãos pouco têm em comum. Até agora.
Na véspera de Natal, Sadie e Carter estão juntos quando o pais os leva ao British Museum com a promessa de «pôr tudo em ordem». Mas os acontecimentos não se desenrolam como previsto: Carter e Sadie assistem quando o pai invoca uma misteriosa figura que rapidamente o faz desaparecer a e provoca uma explosão de fogo.
Em breve, Sadia e Carter descobrem que os deuses do Antigo Egipto estão a despertar e que o pior de todos - Set - acalenta um projecto diabólico. Para salvarem o pai, são obrigados a empreender uma perigosa jornada, que os aproxima da verdade misteriosa que envolve a família Kane e as ligações à Casa da Vida, uma ordem secreta cuja existência remonta ao tempo dos faraós.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Editorial Planeta em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à Editorial Planeta pelo gentil envio do livro "A Pirâmide Vermelha", o primeiro volume das Crónicas de Kane.
Depois do sucesso alcançado com a série "Percy Jackson" e "Os Heróis do Olimpo", que abordam a mitologia grega e romana, respectivamente, Rick Riordan apresenta-nos uma nova coleção que tem por base a mitologia egípcia. Sendo eu uma grande fã de mitologia, parti para esta leitura com bastante curiosidade e com vontade de descobrir que fórmula teria o autor adoptado desta vez para introduzir a componente fantástica.
Carter e Sadie Kane são dois irmãos que cresceram separados pela força das circunstâncias. Após a morte da mãe, Sadie ficou em Londres, a viver com os avós, enquanto Carter viajou pelo mundo com o pai, o famoso egiptólogo Julius Kane. Não têm uma relação particularmente próxima, em parte por desejarem secretamente as condições em que o outro cresceu - Carter desejava ter tido um local a que chamar casa, ir à escola e ter amigos; e Sadie gostava de ter passado mais tempo com o pai, a conhecer o mundo -, mas, principalmente, por só se verem duas vezes por ano.
No British Museum, uma ação levada a cabo com o intuito de repôr a ordem acaba por colocar os dois jovens em contacto com os deuses do Antigo Egipto. Tentando, ao mesmo tempo, salvar o pai e o mundo, Carter e Sadie vão descobrindo mais sobre quem são numa perigosa jornada que visa impedir o triunfo do mal. Conseguirão eles salvar o mais importante?
O livro é narrado por Carter e Sadie, alternadamente, o que nos permite conhecer e compreender melhor cada um dos jovens, assim como analisar os acontecimentos através de perspectivas díspares. Por terem crescido separados, os dois irmãos mal se conhecem, o que faz com que, ao longo do livro, acompanhemos o processo de descoberta mútua das personagens sem o peso do elemento romântico. Sadie é uma jovem mais rebelde e destemida, ainda que inicialmente um pouco irritante e convencida. É mais impulsiva e cética que o irmão, deixando-se guiar pelas emoções do momento. Já Carter é uma pessoa mais racional e circunspecta - influências de ter crescido com o pai - e habituado a lidar com a solidão. Os pontos de vista de Sadie são, na minha opinião, mais divertidos.
Gostei da forma como o autor relacionou os Kane com as figuras da mitologia egípcia presentes no livro. Há um vasto leque de personagens com quem Carter e Sadie se vão cruzando ao longo da trama, o que não só a enriquece, mas acaba também por tornar todo o clima mais interessante. Além disso, as personalidades dos deuses são marcantes, especialmente por nem sempre condizerem com o esperado.
A leitura é sempre muito fluída e rápida - o ritmo dos acontecimentos é alucinante: há sempre algo a acontecer - o que se traduz na inexistência de partes mais paradas ou aborrecidas. Há sempre novos perigos à espreita e mistérios para desvendar, à medida que os dois jovens vão progredindo na sua corajosa jornada. Além disso, a acompanhar o texto, podemos encontrar uma representação dos símbolos e hieróglifos descritos.
Apesar de alguns momentos parecerem ligeiramente forçados ou previsíveis, bem como outros que poderiam ter sido melhor desenvolvidos - gostava que o final não tivesse sido tão abrupto -, estes são pormenores que passam quase despercebidos na vasta teia de ação criada. Adorei a forma como, ao longo da leitura, as peças se foram encaixando sequencialmente no panorama geral.
Em suma, "A Pirâmide Vermelha" é um livro que alia factos históricos com a componente fantástica da mitologia. Tem uma história que agarra o leitor por ser, simultaneamente, pejada de ação e de peripécias, e repleta de momentos divertidos protagonizados pelos dois irmãos. Embora direcionado para um público mais juvenil, esta coleção agradará também aos mais crescidos! Crónicas de Kane tornou-se, assim, uma série que quero muito acompanhar!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Starboy_The Weeknd
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