quarta-feira, 27 de abril de 2016

Opinião sobre "Júlia: Afinal, Existem Príncipes Encantados!" (Amor, Amigas e Garrafas de Vinho #1) - Natalie K. Lynn

Júlia: Afinal Existem Príncipes Encantados!
(Amor, Amigas e Garrafas de Vinho #1)
(Artigo de Opinião)


Autora: Natalie K. Lynn
ISBN: 978-989-51-5579-8
Nº de páginas: 282
Editora:  Chiado Editora


Sinopse

Quando chamou palhaço a Miguel Souto, o homem de bata branca que estava à sua frente, jamais passara pela cabeça de Júlia Medeiros que ele não ia desistir enquanto não a tivesse rendida aos seus encantos...

    Uma missão aparentemente impossível, uma vez que há muito que a jornalista tinha deixado de acreditar em príncipes.

   Mas o pediatra estava determinado a quebrar as muralhas que ela construíra em torno do seu coração para a fazer viver o conto de fadas e nada o iria impedir, nem mesmo as adversidades do destino, como a sua partida numa missão humanitária para um país africano em guerra.

     Uma história empolgante sobre a descoberta do amor neste primeiro volume da coleção "Amor, Amigas e Garrafas de Vinho".


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Chiado Editora em troca de uma opinião sincera


Opinião


      Começo por agradecer à Chiado Editora pelo gentil envio do livro.

     "Júlia: Afinal, Existem Príncipes Encantados!" é o primeiro livro de uma coleção intitulada "Amor, Amigas e Garrafas de Vinho", de duas autoras portuguesas que escrevem sob o pseudónimo de Natalie K. Lynn.
 
     Júlia Medeiros é uma jornalista na "casa dos trinta" que há muito deixou de acreditar no amor e em encontrar o seu príncipe encantado. Tem a seu cargo uma reportagem sobre o trabalho dos Drs. Palhaços - pessoas que animam as crianças internadas - e, no decorrer da sua visita ao hospital, num percalço infeliz (ou não), conhece Miguel Souto, pediatra e diretor do serviço.

    A conexão que os une é imediata, mas Júlia, cética em relação aos assuntos do coração, mostra-se um pouco receosa em atirar-se de cabeça para uma relação com Miguel, pois não quer acabar magoada. Apesar disso, os avanços de Miguel acabam por dar frutos, e Júlia começa a apaixonar-se...

    Miguel Souto é um homem charmoso, habituado ao impacto que costuma causar no sexo oposto. Dono de uma forma física invejável, que lhe confere uma imagem bastante atraente, fica deveras surpreendido com o súbito interesse que sente por Júlia e que, aparentemente, não é recíproco. Decidido a prolongar ao máximo o seu tempo com a jornalista, protagoniza um jogo de sedução que passa por lhe "aprisionar" o telemóvel.

    Aos poucos, algo entre eles começa a surgir... Mas estará Júlia pronta para deixar de lado as suas descrenças e para abraçar esta nova oportunidade do amor na sua vida? Será Miguel o príncipe encantado por quem esperava inconscientemente?

   A par do romance, que constitui a intriga principal, existe uma poderosa amizade: um grupo de quatro amigas - Júlia; Marta, uma enfermeira; Rita, que é advogada; e Leonor, relações públicas numa multinacional - dentro do qual não existem temas proibidos. O esplendor desta amizade surge, não só nos momentos bons, mas também nos momentos em que um dos membros do grupo precisa de apoio, como aconteceu com Júlia.

   O papel de vilãs da história coube a Isaurinha e a Laura, a mãe e a ex-namorada de Miguel, respetivamente. Estas duas aproveitam-se da fragilidade de Miguel para tentar separá-lo de Júlia, não pesando convenientemente as consequências. Dão sempre prioridade aos seus interesses pessoais, face ao bem-estar dele. As atitudes de Isaurinha são verdadeiramente detestáveis e é quase impossível não sentir uma certa repulsa por esta personagem, que prefere a posição social à felicidade do filho.

     A conexão do leitor com Júlia é facilitada pela sua simplicidade. É uma rapariga disposta a lutar por aquilo que quer e, embora inicialmente receosa, é interessante ver a quebra das barreiras que ergueu para se proteger das desilusões. É inteligente, perspicaz, e não teme dizer o que pensa.

     A personalidade de Miguel também é bastante aprazível - educando, amável e afetuoso, é um homem brincalhão, com um humor caricato, e cuja sagacidade me conquistou. A tenacidade na missão de fazer Júlia voltar a acreditar no amor foi louvável.

    Gostei da utilização de expressões, de uso frequente no quotidiano, no seio do trato entre amigos, pois acaba por conferir algum realismo à obra. A escrita também é bastante agradável - mas uma revisão mais cuidada poderia ter eliminado erros pontuais e suprimido alguma falta de pontuação, principalmente no fim dos parágrafos. O único aspeto menos bom que tenho a apontar prende-se com a previsibilidade da história. O núcleo central gira em torno da conquista de Miguel e, só numa fase mais avançada, acontece algo que abala as estruturas da relação deste com Júlia. A narrativa é, em si, um tanto previsível. No entanto, é um romance cuja história não deixa ser muito divertida - principalmente as partes do "engate" e as saídas do grupo - e leve, pelo que cumpre a sua função e consegue prender o leitor. As observações mordazes de Júlia e os comentários satíricos de Miguel conseguiram arrancar-me verdadeiras gargalhadas!

    Em suma, "Júlia: Afinal, Existem Príncipes Encantados!" é uma história onde prima o humor e a boa disposição. Transmite a mensagem de que o amor está ao virar da esquina - ou, neste caso, à saída do elevador - basta que não tenhamos medo de sentir e que saibamos lutar por aquilo que queremos, ao invés de desistir perante o primeiro contratempo. Os próximos volumes debruçar-se-ão sobre as amigas de Júlia, pelo que me já me encontro entusiasmada para saber qual será o final destas personagens que tão bem acompanharam Júlia nos momentos mais difíceis. Foi uma boa leitura!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Nobody Love_Tori Kelly
(https://www.youtube.com/watch?v=MPX3qz1ve7M)

Citação do Dia - 27 de abril de 2016

"Os verdadeiros escritores encontram as suas personagens apenas depois de as terem criado."
Elias Canetti

Citação do Dia - 26 de abril de 2016

"Escrever não é fácil nem difícil, antes possível ou impossível."
Camilo José Cela

segunda-feira, 25 de abril de 2016

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Novidade da Marcador - A Linguagem Secreta das Irmãs

Novidade da Marcador

A Linguagem Secreta das Irmãs


De Luanne Rice



Sinopse:

     


     Quando Ruth Ann (Roo) McCabe, ao volante do seu carro, responde a uma mensagem de texto, no telefone, a sua vida, tal como era até então, termina. O carro capota e Roo acaba numa cama de hospital, paralisada. Silenciosa.


     Todos pensam que está em coma, mas Roo tem síndrome de encarceramento - consegue ver, ouvir e compreender tudo à sua volta, mas ninguém sabe.


     Mathilda (Tilly) é a irmã de Roo e a sua melhor amiga. Foi ela quem enviou a mensagem de texto a Roo e, inadvertidamente, causou o acidente. Tilly tem agora de lidar com a sua culpa avassaladora e com os seus sentimentos crescentes pelo namorado de Roo, Newton - a única pessoa que parece perceber aquilo que Tilly está a passar.

    Mas Tilly pode ser a única pessoa capaz de resolver o mistério da situação da sua irmã - aquela que consegue ver a verdade através do silêncio de Roo.
De alguma forma, através da medicina ou dos milagres, será que ambas as irmãs vão encontrar uma maneira de recuperar?

     A Linguagem Secreta das Irmãs é a estreia de Luanne Rice no género Juvenil.


Quando a vida muda num segundo,
só nos resta o amor incondicional

     Luanne Rice é autora bestseller do The New York Times com vários livros para adultos.

    Contam-se já mais de 22 milhões de cópias impressas das suas obras por todo o mundo, e cinco delas foram adaptadas a telefilmes e a minisséries televisivas.

     A Linguagem Secreta das Irmãs é a sua estreia no género Juvenil. Luanne divide o seu tempo entre Nova Iorque, o Connecticut e o Sul da Califórnia. 


Opinião da Imprensa:

"Luanne Rice seduziu milhões de leitores."_USA Today

"Rice tem um estilo elegante, um olhar perspicaz e verdadeiro calor humano."_San Francisco Chronicle

Citação do Dia - 22 de abril de 2016

"Se queres fazer um livro poderoso, deves escolher um tema poderoso."
Hermann Melville

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Opinião sobre "O Pacto" (Off-Campus #1) - Elle Kennedy

O Pacto
(Off-Campus #1)
(Artigo de Opinião)


Autora: Elle Kennedy
Título Original: The Deal (2015)
Tradução: Ester Cortegano
ISBN: 978-989-665-072-8
Nº de páginas: 448
Editora: Suma de Letras Portugal


Sinopse


     Hannah Wells encontrou finalmente aquela pessoa. Segura e confiante em todas as outras facetas da vida, enfrenta uma série de receios e inseguranças no que toca a sexo e sedução. Se quiser prender a atenção da sua nova conquista, terá de sair da sua zona de conforto... mesmo que tal signifique aturar o arrogante e infantil capitão da equipa de hóquei.

     ... mas vai ser tão bom!

    Ser jogador de hóquei profissional foi tudo o que Garret Graham sempre quis, mas as notas do final do curso ameaçam deitar por terra este sonho, pelo qual tanto tem lutado. Se ajudar uma morena, muito gira e cheia de sarcasmo, a fazer ciúmes a outro lhe garantir a posição na equipa, que seja!

    Mas um inesperado beijo leva-os às cenas de sexo mais incríveis das suas vidas, e não vai levar muito tempo até que Garret perceba que fingir não será o caminho...

     Terá, sim, de convencer Hannah de que o homem que ela procura se parece com Garret em tudo.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Suma de Letras em troca de uma opinião sincera

Opinião

       Começo por agradecer à Suma de Letras pelo gentil envio do livro.

     "O Pacto" é o primeiro livro da série "Off-Campus", uma coleção que ainda está a ser publicada no estrangeiro e que espero que continue a ser publicada em Portugal! Embora os livros sejam sobre personagens diferentes - secundárias neste primeiro volume -, penso que a autora terá mantido a linha e o registo nos restantes livros, pelo que me encontro bastante curiosa relativamente a eles.


    Confesso que a capa me deixou dividida - se, por um lado, consegue transmitir o lado mais sensual do livro, por outro confere-lhe um lado demasiado erótico... Mas não deixa de ser uma capa que provoca impacto e que alicia a leitura!

    Hannah Wells e Garrett Graham frequentam a universidade de Briar e isso parece ser a única coisa que têm em comum. Hannah é estudante de música, focada nos estudos e em conseguir vencer na vida, apesar do trauma resultante da violação de que foi vítima aos quinze anos. Garrett é o capitão da equipa de hóquei e a estrela da faculdade, o bad boy popular que não se quer comprometer com relacionamentos por não ter tempo para distrações, e cujo objetivo é tornar-se um nome importante no mundo do desporto que pratica. 

    No entanto, uma má nota num teste de Ética Filosófica e o interesse por um jogador da equipa de futebol acabam por juntar estes dois num pacto que se estende muito além do mote inicial... 

    Este romance poderia ser igual a muitos outros New Adult caso não existissem alguns elementos que acabam por marcar a diferença, distanciando-o dos demais do género: para começar, sabemos o "segredo" de Hannah logo na primeira página, pelo que a autora não se vale desse facto para construir a história e manter o suspense, não precisando disso para agarrar o leitor; em segundo lugar, a história não começa com a relação assumida de Hannah e Garrett, pelo contrário: o interesse de Hannah está, inicialmente, centrado noutra pessoa; e, por último, é ainda de salientar o facto de ter sido Garrett a desejar algo mais do que amizade, quando estava originalmente predisposto a manter-se alheado de tudo o que pudesse resultar na distração da sua carreira profissional. É interessante observar os vários estágios sequenciais da relação de Hannah e Garrett: o que começa por ser um acordo, rapidamente se transforma numa amizade, culminando finalmente no amor. Claro que alguns clichês, que marcam frequentemente este tipo de livro, também se encontram presentes, mas acabam por contribuir para a leveza geral da leitura.

    Gostei da personalidade de Hannah - uma rapariga espirituosa que, apesar dos traumas e dos danos psicológicos que sofreu, se conseguiu recompor e seguir com a sua vida, procurando sempre na música um refúgio. O seu comportamento é coerente com a sua situação: é um exemplo de força e de resolução, embora ainda seja possível notar o impacto que a violação repercute na sua vida, através dos seus medos e inseguranças. Além de tudo isto, confesso que o sarcasmo que lhe é intrínseco conseguiu cativar-me por completo e ainda arrancar-me algumas gargalhadas.

      Garrett é um rapaz que conquista pelo seu sentido de humor e pelo sentimento de proteção que demonstra por Hannah, ajudando-a a superar as suas inseguranças. Apesar da sua atitude inicialmente desinteressada para com as raparigas, ele deixa sempre claras as suas intenções e os seus interesses. E, certamente, o seu lado carinhoso e preocupado conseguirá conquistar muitas fãs do clã feminino! A verdade é que gostei da construção desta personagem, em parte pela fragilidade resultante da sua situação familiar algo conturbada.

    Tendo em conta que o livro é narrado na primeira pessoa, alternadamente, por Hannah e Garrett, temos acesso a uma visão mais aberta da mentalidade destes dois jovens. A linguagem usada é simples e, por vezes, um pouco crua, mas a leitura é sempre muito fluída e agradável. Os momentos de sexo estão naturalmente presentes, mas é privilegiada a relação emocional do casal, que se encontra em permanente processo de descoberta. A narrativa possui ainda um rol variado de personagens que contribuem para a solidez da trama.

     Elle Kennedy transporta vários problemas do quotidiano para a história e, embora muitos apenas ocupem um papel secundário na intriga, acabam por chamar a atenção do público para a necessidade de combater estes "temas tabu" que, infelizmente, são cada vez mais recorrentes.

     Um livro que se lê rapidamente e que, terminada a leitura, deixa uma sensação doce e satisfatória, exatamente o que se procura numa história deste género. Jovial, engloba temáticas mais sérias, entrançando-as com um divertido narrar dos acontecimentos que cativa facilmente e que prima pela leveza. Valerá, decerto, a pena fazer um pacto com este livro e com esta série, que espero poder acompanhar!

 Opinião sobre outros livros de Elle Kennedy:
 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Heartbreak Girl_5 Seconds Of Summer

#33 - Dá-lhe Letras

Autor: Dan Brown


O     __Ó__ __ __O     __ __     __ __N__ __ 


Qual é o livro?

Citação do Dia - 18 de abril de 2016

"Um escritor deve acreditar que o que está a fazer é o mais importante do mundo. E deve apegar-se a esta ilusão, ainda que saiba que não é verdade."
John Steinbeck

Citação do Dia - 17 de abril de 2016

"Um romancista é constituído por um observador e por um experimentador."
Émile Zola

sábado, 16 de abril de 2016

#16 - Encapados




Qual é o livro?

Citação do Dia - 16 de abril de 2016

"Se quiser ser escritor, escreva."
Epicteto

Citação do Dia - 15 de abril de 2016

"Ao longo da minha experiência foi-me dado observar o comportamento das pessoas, e com isso fiz romances. Eles ficam, no entanto, muito aquém do que aconteceu, porque há uma coisa que se chama a timidez da alma, e o que nos é revelado pode ser-nos proibido também."
Agustina Bessa-Luís

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Citação do Dia - 14 de abril de 2016

"As palavras são, como se diz em pintura, valores: para produzir, pois, um certo efeito de força ou de graça, o caso não está em ter muitos valores, mas em saber agrupar bem os três ou quatro que são necessários."
Eça de Queiroz

quarta-feira, 13 de abril de 2016

#21 - Curi(livro)sidades

Sabia que...



...Lev Tolstói demorou seis anos a escrever "Guerra e Paz"?

Citação do Dia - 13 de abril de 2016

"Ninguém escreve um diário para dizer quem é. Por outras palavras, um diário é um romance com uma só personagem. Por outras palavras ainda, e finais, a questão central sempre suscitada por este tipo de escritos é, assim creio, a da sinceridade."
José Saramago

terça-feira, 12 de abril de 2016

Citação do Dia - 12 de abril de 2016

"A vida à beira-mar, para um escritor, tem a desvantagem de o fazer esquecer o mundo. É tão absorvente e tão embalador este ritmo contínuo das ondas, que se perde a memória do resto."
Miguel Torga

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Novidade da Suma de Letras - "A Livraria dos Finais Felizes"

Novidade da Suma de Letras Portugal 

A Livraria dos Finais Felizes




De Katarina Bivald
Bestseller do The New York Times


Sinopse:

     Se a vida fosse um romance, o de Sara certamente não seria um livro de aventuras. Em vinte e oito anos, nunca saiu da Suécia e jamais o destino perturbou a sua existência. Tímida e insegura, só se sente à vontade na companhia de um bom livro e os seus melhores amigos são as personagens criadas pela imaginação dos escritores que a fazem viver sonhos, viagens e paixões.

     Tudo muda no dia em que recebe uma carta vinda de Broken Wheel, uma pequena cidade perdida no meio do Iowa. A remetente é Amy, uma americana de sessenta e cinco anos que lhe envia um livro. E assim começa entre ambas uma troca de correspondência afectuosa e sincera. Depois de uma intensa partilha de cartas e livros. Sara consegue, finalmente, a quantia necessária para atravessar o oceano e encontrar a sua querida amiga. No entanto, Amy não está à sua espera. O fim da sua vida chegou mais cedo do que se esperava. Enquanto os excêntricos habitantes da cidade, de quem Amy tanto lhe falou, tomam conta da assustada turista (a primeira na história de Broken Wheel), Sara decide retribuir a gentileza iniciando-os no desconhecido prazer da leitura. Porque depressa percebe que Broken Wheel precisa desesperadamente de um pouco de aventura, uma dose de auto-ajuda e também de algum romance. Em suma, esta é uma cidade que precisa de uma livraria.

     E é naquele lugar com pouca alma mas com um grande coração que Sara, que sempre preferiu os livros às pessoas, encontrará amizade, amor e emoção: será, finalmente, a verdadeira protagonista da sua vida.

Há sempre um livro para cada pessoa
E uma pessoa para cada livro

     Katarina Bivald cresceu a trabalhar em part-time numa livraria. Vive nos arredores de Estocolmo, Suécia, rodeada de todas as prateleiras de livros que consegue encaixar em casa. Ainda não decidiu se prefere os livros ou as pessoas.

   A livraria dos finais felizes é o seu primeiro romance, um grande sucesso internacional cujos direitos foram vendidos para 25 países e que alcançou o aplauso de leitores e crítica em todos os países onde já foi publicado.


Opinião da Imprensa:

"Como o champanhe, a história de Bivald sobre a pequena e lânguida cidade de Broken Wheel, Iowa, é espirituosa e divertida e, ao mesmo tempo, um murro emocional. Cheia de referências a livros e personagens, esta história recordar-lhe-á porque é um amante de livros."_Amazon Best Book Of The Month

"Uma história comovente sobre o poder transformador da leitura."_People

"Originalmente cativante... doce, peculiar."_The Washington Post

"Uma estreia emocionante e absolutamente encantadora da autora sueca Katarina Bivald. Este romance relembrar-nos-á porque somos amantes de livros e porque é agradável ler alguns finais felizes."_Library Journal

"Esta encantadora história de amor pelos livros prende os corações dos leitores desde a primeira à última página. Um romance obrigatório para os amantes de livros que gostam de uma história inteligente, bem-disposta e tudo menos superficial."_RT Book Reviews TOP PICKS


#32 - Dá-lhe Letras

Autor: Jennifer Niven


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Qual é o livro?

Citação do Dia - 11 de abril de 2016

"Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo. Eu só trabalho com achados e perdidos."
Clarice Lispector

domingo, 10 de abril de 2016

Opinião sobre "A Vida É Fácil, Não Te Preocupes" - Agnès Martin-Lugand

A Vida É Fácil, Não Te Preocupes
(Artigo de Opinião)


Autora: Agnès Martin-Lugand
Título Original: La vie est facile ne t'inquiète pas (2015)
Tradução: Rita Carvalho e Guerra
ISBN: 978-989-665-034-6
Nº de páginas: 232
Editora: Suma de Letras

ATENÇÃO: esta opinião pode conter spoilers de livros anteriores

Sinopse


     Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.

     Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes - todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?



Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Suma de Letras em troca de uma opinião sincera

Opinião

     Antes de mais, agradeço à Suma de Letras pelo gentil envio do livro.

    Depois de "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" (opinião disponível aqui), Agnès Martin-Lugand regressa com uma sequela da história de Diane, "A Vida É Fácil, Não Te Preocupes". Embora aconselhe primeiro a leitura de "As Pessoas...", é possível a leitura deste segundo volume de forma independente, uma vez que a autora, logo no início do livro, apresenta o panorama geral da vida da protagonista, desde a morte da filha e do marido até ao presente.

     Em "A Vida É Fácil...", reencontramos Diane numa outra fase da vida: reabriu o seu café literário e luta pela sua independência e estabilidade pessoal e profissional. Aos poucos, tem aprendido a viver sozinha e a aceitar a partida dos dois grandes amores da sua vida, tentando encontrar as pequenas coisas boas que o destino ainda tem para lhe oferecer. E uma dessas coisas boas chega na forma um homem atencioso e carinhoso, Olivier, que se vai aproximando, devagar, dando-lhe sempre o espaço de que precisa, e que acaba por conquistar um espaço no seu coração.

    No entanto, os problemas na Irlanda não abandonam Diane e acabam por voltar a entrar impetuosamente no seu quotidiano. E é então que se vê confrontada com uma escolha difícil e inevitável - o que a fará feliz: a segurança de uma relação carinhosa com Olivier ou o amor lancinante que nutre por Edward?

     Diane, nesta segunda fase da história, já se encontra mais resignada com a perda que sofreu, o que se reflete numa abordagem do luto mais superficial. Confesso que, por vezes, me senti um pouco exasperada com a sua quase constante indecisão, principalmente devido aos efeitos repercutidos por esta na vida das pessoas que rodeiam Diane - nomeadamente Olivier -, que acabam por sofrer inocentemente. Todavia, compreendo que a personagem ainda está a recuperar de uma situação traumática e que se encontra a reaprender aquilo que realmente quer/precisa. Mesmo assim, a ligação e o sentimento de empatia que senti por ela no primeiro livro estende-se a este também - sendo esse, para mim, um dos grandes pontos fortes do livro.

   Outro ponto forte que apreendeu grande parte da minha atenção e que me manteve cativa foi o aparecimento de uma criança, Declan. Este rapazinho fragilizado foi uma das minhas personagens preferidas, em grande parte, pela sua vulnerabilidade e pela naturalidade das suas atitudes.

    Edward permanece misterioso, mas considero-o mais aberto e delicado em "A Vida É Fácil...". A conjuntura em que se encontra contribui para a sua debilidade, o que permite conhecer a sua faceta mais carinhosa - e a verdade é que gostei muito deste Edward!

    Félix continua a ser uma personagem fulcral no caminho de Diane. É um dos ingredientes mais divertidos e leves da história sendo, simultaneamente, o pilar de Diane - a amizade dos dois é pura e invejável. Funciona quase como uma consciência corpórea, incitando-a a perceber aquilo que a faz sentir-se bem e realizada. Porém, penso que o final que lhe foi concedido aparenta ser ligeiramente forçado.

    Nota-se que a escrita é mais madura, existindo uma dimensão mais emocional no relato da protagonista. Embora em "As Pessoas Felizes..." também tenham havido descrições marcantes - as dos momentos trágicos que destroçaram Diane -, a verdade é que os acontecimentos deste segundo livro conseguiram tocar-me de modo mais direto, fazendo-me inclusive emocionar com algumas das  despedidas. Aprecio a capacidade que a autora possui de nos agarrar à história - sendo quase impossível não ler o livro todo de uma vez -, e a facilidade da conexão com as personagens, que são extremamente reais.

     Apesar de ter gostado do final do livro anterior - uma vez que, na minha opinião, e tendo em conta a situação sensível da protagonista, foi a melhor solução que a autora poderia ter encontrado -, agradou-me bastante a conclusão que Agnès ofereceu a Diane nesta sequela, proporcionando-lhe um tipo diferente de felicidade, que esta já consegue receber e aproveitar.

     Em suma, este é um livro que recomendo pela simplicidade através da qual temas sérios e pesados são apresentados de uma forma leve e gratificante. Passa a mensagem de que, por mais provações a que sejamos sujeitos, a vida reservar-nos-á sempre uma nova oportunidade - basta que saibamos reconhecê-la e aceitá-la. Esta foi uma leitura que me deixou feliz e satisfeita. Gostei muito!

Opinião sobre outros livros de Agnès Martin-Lugand:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: I'll Be Good_Jaymes Young
(https://www.youtube.com/watch?v=scd-uNNxgrU)

Balanço e Aquisições do Mês de Março (2016)



E o mês de Março trouxe consigo...


O Discípulo



"O Discípulo", o segundo volume da série Sebastian Bergman (opinião sobre Segredos Obscuros disponível aqui), da dupla de escritores suecos Hjorth & Rosenfeldt, oferecido pela Suma de Letras;


Júlia: Afinal Existem Príncipes Encantados!



"Júlia: Afinal Existem Príncipes Encantados!", de Natalie K. Lynn, foi-me enviado pela Chiado Editora;

Fome



"Fome", de Raul Minh'alma, foi-me gentilmente enviado pela Chiado Editora (opinião disponível aqui e entrevista com o escritor aqui);


E-reader Kobo



A Kobo ofereceu-me este e-reader Kobo Glo HD. Em breve, virei falar-vos sobre ele no blogue!;

A Vida É Fácil, Não Te Preocupes



"A Vida É Fácil, Não Te Preocupes", sequela de "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" (opinião disponível aqui), de Agnès Martin-Lugand, foi-me oferecido pela Suma de Letras;


As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café



"As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café", de Agnès Martin-Lugand, foi-me gentilmente cedido pela Guerra e Paz Editores (opinião disponível aqui).

Citação do Dia - 10 de abril de 2016

"Não é o conteúdo, mas sim a forma de pensar que importa."
Orhan Pamuk

sábado, 9 de abril de 2016

#15 - Encapados




Qual é o livro?

Citação do Dia - 09 de abril de 2016

"Tudo isto se acumula de uma forma, que, mais cedo ou mais tarde, não dá para suportar mais. E, nessa situação, comecei a escrever, porque não havia outra forma de me exprimir, excepto através do ciclo vicioso das palavras."
Herta Müller

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Citação do Dia - 08 de abril de 2016

"Não podemos ensinar a criatividade - como se tornar um bom escritor. Mas podemos ajudar um jovem escritor a descobrir, dentro de si próprio, que tipo de escritor ele gostaria de ser."
Mario Vargas Llosa


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Divulgação: "A Bela e Os Lobos" - Chiado Editora

Publicado pela Chiado Editora


A Bela e Os Lobos



De Alexa L. D


Sinopse:


     - Hastan – Chamei, insegura – Por que é que existem Lycans que escolhem humanos como parceiros, se a raça deles é de longe mais forte e esteticamente superior à nossa?

       - Talvez pelo instinto da procriação – Respondeu Hastan – É do interesse dos Lycans aumentar o número de membros da sua própria raça. Ou talvez eles vejam em nós algo que não conseguimos enxergar. É um mistério decerto.

       Franzi o cenho. Sim, de facto era um mistério. Que interesse além de espalhar o vírus poderia ter um Lycan em um ser humano, quando existia dentro da sua própria espécie, múltiplos exemplares perfeitos para escolher?

      Virei a cabeça distraidamente para expor o meu pensamento a Hastan quando vislumbrei algo que me fez cambalear e centrar-me.

     Um focinho enorme e negro tinha surgido momentos antes entre duas árvores a alguns metros à minha frente. O pânico levou-me a ficar estática durante pelo menos dois minutos. Fitei detalhadamente toda a floresta que a minha visão me permitia alcançar a fim de conseguir entender se teria sido ou não fruto da minha imaginação.

Como fugir de um destino que já está traçado?
      Alexa L.D nasceu em 1990 na cidade de Lisboa, embora se tenha mudado para Évora aos doze anos. No entanto, atualmente vive no Algarve. A sua paixão é dedicar-se inteiramente à escrita.

     Não tem um curso superior, mas se lhe perguntassem qual seria a sua escolha, com certeza que responderia que teria que ser algo relacionado com Línguas. Cresceu sob a influência da escrita da consagrada autora J. K. Rowling. Considera a Literatura Fantástica tão essencial como o ar que respira.

     Prefere a fantasia à realidade, não por ser menos dolorosa, mas por permitir seguir rumos que a vida não deixa.

Citação do Dia - 07 de abril de 2016

"Eu creio que para se fazer uma obra literária temos simplesmente que sonhar a nossa própria vida - um sonho onde a imaginação e a memória se confundam."
Patrick Modiano

#20 - Curi(livro)sidades

Sabia que...



...Roald Dahl planeava escrever um terceiro livro de Charlie Bucket, "Charlie in the White House" (Charlie na Casa Branca)? Roald morreu antes de conseguir concluí-lo.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

terça-feira, 5 de abril de 2016

Novidade da Suma de Letras - "O Pacto" (Off-Campus #1)

Novidade da Suma de Letras Portugal 

O Pacto
(Off-Campus #1)



De Elle Kennedy

Sinopse:

     Hannah Wells encontrou finalmente aquela pessoa. Segura e confiante em todas as outras facetas da vida, enfrenta uma série de receios e inseguranças no que toca a sexo e sedução. Se quiser prender a atenção da sua nova conquista, terá de sair da sua zona de conforto... mesmo que tal signifique aturar o arrogante e infantil capitão da equipa de hóquei.

     ... mas vai ser tão bom!

    Ser jogador de hóquei profissional foi tudo o que Garret Graham sempre quis, mas as notas do final do curso ameaçam deitar por terra este sonho, pelo qual tanto tem lutado. Se ajudar uma morena, muito gira e cheia de sarcasmo, a fazer ciúmes a outro lhe garantir a posição na equipa, que seja!

    Mas um inesperado beijo leva-os às cenas de sexo mais incríveis das suas vidas, e não vai levar muito tempo até que Garret perceba que fingir não será o caminho...

     Terá, sim, de convencer Hannah de que o homem que ela procura se parece com Garret em tudo.

Ela está prestes a fazer um pacto com o menino malcomportado da faculdade... e vai ser... tão bom...

     Elle Kennedy é autora bestseller do The New York Times, do USA Today e do Wall Street Journal.
 
    Cresceu nos subúrbios de Ontário, no Canadá, e formou-se em Estudos Ingleses na Universiadade de York.

   Desde muito cedo quis ser escritora e começou a dar os primeiros passos nesta arte ainda na adolescência.
Escreve romances de suspense e eróticos contemporâneos. Heroínas fortes e sensuais e heróis sexy e musculados são marca dos seus livros, temperados com muito «calor» e alguns perigos, pelo que, de facto, Elle Kennedy já conquistou um vastíssimo público leitor.



Opinião dos Leitores:

"Elle Kennedy prende todos os sentidos do leitor a partir da primeira frase! Deliciosamente sensual e enternecedor, O Pacto é um vencedor absoluto!"

"Em O Pacto, Elle Kennedy captura magistralmente os sentimentos, o romance e a sensualidade desenfreada! A leitora vai suspirar por Garret!"

"Adorei este livro! Garret é um sonho. Aconselho vivamente O Pacto!"

"Sexy, doce e emocionalmente gratificante. Adorei este livro e não quero que a série acabe!"

"O Pacto faz-me lembrar todas as razões por que amo o romance."

" O casal mais adorável. As brincadeiras... ai... as brincadeiras. O romance. Os amigos. O flirt. Ai... Os sorrisos que me proporcionaram..."

"Este foi um dos melhores romances que li... Ri, desmaiei, não o podia largar. Altamente recomendado|"

"O Pacto é a PERFEIÇÃO!"

"Esta história está repleta de brincadeiras espirituosas, tensão sexy e uma sensação de calor."

"Não consigo tirar este sorriso tonto desde que terminei de ler O Pacto. Esta leitura levou-me ao céu, da primeira à última página!"

"Este livro é uma pequena jóia, emocionante, que me apanhou de surpresa e conseguiu balançar o meu mundo..."

Citação do Dia - 05 de abril de 2016

"O meu psicanalista é a minha máquina de escrever."
Ernest Hemingway

segunda-feira, 4 de abril de 2016

#31 - Dá-lhe Letras

Autor: Danielle Steel


__ __L__Z     A__ __V__ __ __Á__ __O 


Qual é o livro?

Citação do Dia - 04 de abril de 2016

"Aprende-se a escrever, lendo. E também é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros."
António Lobo Antunes

Citação do Dia - 03 de abril de 2016

"Um sonho é um escrito, e muitos escritos não são mais do que sonhos."
Umberto Eco

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Divulgação: "Irmandade" - Mariza Martins

 Publicado pela Chiado Editora

Irmandade



De Mariza Martins



Sinopse: 


   "Quem me dera que ele me tivesse morto. Seria tudo tão mais fácil. Todavia, não morri, por isso, irei algum dia renascer das cinzas?"

     Jade conquistou uma segunda oportunidade; uma nova vida, obrigando-a a integrar uma comunidade secreta residente na Ilha de Skye, cujas verdadeiras origens remontam à constelação de Draco. Rebelde e de espírito livre, Jade é confrontada com os demónios do seu passado, com as emoções do seu presente e com os perigos que ameaçam o seu futuro, assim como o de toda a comunidade.

     Irmandade é um Romance Fantástico que alia aventura, romance e misticismo, abordando o poder do amor-próprio, a busca pela felicidade e pela liberdade. Entra neste mundo fantástico, pois a Irmandade e os segredos que nela se escondem esperam por ti!

Quais os demónios que escondes?

     Mariza Martins nasceu em 1994, é lisboeta e vive na Quinta da Piedade.

     Terminou a sua Licenciatura em 2015 no curso de Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da NOVA de Lisboa. Actualmente está a tirar Mestrado na especialização de estudos Ingleses e Norte-Americanos na mesma Faculdade.

   Quando não está a escrever as inúmeras histórias que lhe pairam na mente, estuda civilizações antigas e Psicologia, cuida das suas suculentas e cactos, pinta, passeia pela Natureza e conversa de alma para alma.

    Destino Celestial foi a sua obra de estreia, publicada em 2013 pela Chiado Editora. Irmandade é a sua segunda obra.


Para mais informações sobre o livro e para poder seguir o trabalho da autora, visite a sua página no Facebook: https://www.facebook.com/marizamartinsautora/

Opinião sobre "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" - Agnès Martin-Lugand

As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
(Artigo de Opinião)


Autora: Agnès Martin-Lugand
Título Original: Les Gens heureux lisent et boivent du café (2013)
Tradução: Rui Santana Brito
ISBN: 978-989-702-107-7
Nº de páginas: 208
Editora: Guerra e Paz Editores


Sinopse


     Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.

     Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes - todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?



Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Guerra e Paz Editores em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Antes de mais, agradeço à Guerra e Paz por tão gentilmente me ter cedido um exemplar de "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café".

   O título deste livro é bastante atrativo, tendo em conta que facilmente os leitores se identificam com ele. No entanto, é necessário ter em atenção que este título se deve ao nome do café literário de Diane, a personagem principal, sendo que a história acaba por não estar diretamente relacionada com café e livros, mas sim com a perda, o luto e a capacidade de nos reconstruirmos a partir do zero. Em contraste, a capa adequa-se perfeitamente à narrativa, pois a protagonista é uma fumadora (quase) compulsiva e os tons mais escuros enquadram-se na severidade do tema.

    Diane é uma mulher depressiva. A morte de Colin e Clara - o marido e a filha - levou-lhe a vontade de viver, deixando-a num estado letárgico que a faz depender de elementos que lhe permitam a conexão com os entes queridos desaparecidos. Isolada em casa, em Paris, apenas tolera a presença de Félix, o seu melhor amigo que, um ano depois daquele fatídico acidente, compele Diane a escolher uma pequena aldeia na Irlanda, Mulranny, para se exilar, curar e reencontrar.

     E é em Mulranny que conhece Edward, um homem solitário que vive no cottage ao lado do seu e que, inicialmente, se comporta de forma verdadeiramente antipática e violenta. O clima entre Edward e Diane é sempre um pouco tenso e conturbado - ele é um homem fechado, rude e misterioso; por sua vez, ela encontra-se frágil, insegura e carente. Mas, como depois do ódio vem o amor, Edward acaba por se revelar uma peça imprescindível para a sua recuperação - suscita nela um confronto interior entre a lealdade para com a sua vida passada, e a possibilidade de voltar a encontrar a felicidade. Esta antítese fá-la compreender que não é errado procurar construir uma nova vida e tentar alcançar a plenitude tão desejada.

     Félix e Judith são personagens fundamentais na recuperação de Diane e acabam por dar uma certa leveza à história, pois são extremamente divertidos e sociáveis. Gostei especialmente de Félix: admirei o cuidado, a dedicação, a preocupação e o sentimento de proteção que sempre demonstrou em relação à melhor amiga. É um daqueles amigos que desejamos ardentemente encontrar e manter na vida real.

   Achei interessante a forma como a autora abordou a morte de Colin e Clara - através de um flashback de Diane - logo no início da história. Acabei por ficar um pouco em choque com as emoções fortes provocadas por este acontecimento e pela maneira como é descrito.

    Apesar do tema ser algo pesado, este é um livro que se lê rapidamente. A escrita de Agnès é bastante fluída e tem a capacidade de nos envolver. Senti sempre uma grande empatia pela protagonista - o facto de o livro ser narrado na primeira pessoa também deverá contribuir para tal, mas, a verdade, é que não consegui deixar de me colocar constantemente no papel desta mulher que, de um momento para o outro, perde as duas pessoas que mais ama.

    Este livro tem um final atípico que pode desagradar aos adeptos do "e viveram felizes para sempre..." - mas, sinceramente, eu gostei. Sei que "As Pessoas Felizes  Lêem e Bebem Café" tem uma sequela já publicada em Portugal, "A Vida é Fácil, Não Te Preocupes", mas penso que o final que a autora deu a Diane neste primeiro volume vai em tudo ao encontro da mensagem que pretende transmitir. Apenas considero que poderia ter sido mais desenvolvido - fiquei com a sensação de que foi um pouco abrupto.

   Em "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" percorremos, de mão dada com a protagonista, um caminho de superação, e vemo-nos forçados a constatar que, por mais que a vida nos tire aquilo que amamos, dar-nos-á sempre uma segunda oportunidade para aprendermos a ser felizes. Finda a leitura, fica a vontade de ler mais e a reflexão inexorável a que este livro nos conduz: de que precisamos nós para sermos felizes?

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: I'll Be Good_Jaymes Young
(https://www.youtube.com/watch?v=scd-uNNxgrU)