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domingo, 10 de abril de 2016

Opinião sobre "A Vida É Fácil, Não Te Preocupes" - Agnès Martin-Lugand

A Vida É Fácil, Não Te Preocupes
(Artigo de Opinião)


Autora: Agnès Martin-Lugand
Título Original: La vie est facile ne t'inquiète pas (2015)
Tradução: Rita Carvalho e Guerra
ISBN: 978-989-665-034-6
Nº de páginas: 232
Editora: Suma de Letras

ATENÇÃO: esta opinião pode conter spoilers de livros anteriores

Sinopse


     Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.

     Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes - todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?



Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Suma de Letras em troca de uma opinião sincera

Opinião

     Antes de mais, agradeço à Suma de Letras pelo gentil envio do livro.

    Depois de "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" (opinião disponível aqui), Agnès Martin-Lugand regressa com uma sequela da história de Diane, "A Vida É Fácil, Não Te Preocupes". Embora aconselhe primeiro a leitura de "As Pessoas...", é possível a leitura deste segundo volume de forma independente, uma vez que a autora, logo no início do livro, apresenta o panorama geral da vida da protagonista, desde a morte da filha e do marido até ao presente.

     Em "A Vida É Fácil...", reencontramos Diane numa outra fase da vida: reabriu o seu café literário e luta pela sua independência e estabilidade pessoal e profissional. Aos poucos, tem aprendido a viver sozinha e a aceitar a partida dos dois grandes amores da sua vida, tentando encontrar as pequenas coisas boas que o destino ainda tem para lhe oferecer. E uma dessas coisas boas chega na forma um homem atencioso e carinhoso, Olivier, que se vai aproximando, devagar, dando-lhe sempre o espaço de que precisa, e que acaba por conquistar um espaço no seu coração.

    No entanto, os problemas na Irlanda não abandonam Diane e acabam por voltar a entrar impetuosamente no seu quotidiano. E é então que se vê confrontada com uma escolha difícil e inevitável - o que a fará feliz: a segurança de uma relação carinhosa com Olivier ou o amor lancinante que nutre por Edward?

     Diane, nesta segunda fase da história, já se encontra mais resignada com a perda que sofreu, o que se reflete numa abordagem do luto mais superficial. Confesso que, por vezes, me senti um pouco exasperada com a sua quase constante indecisão, principalmente devido aos efeitos repercutidos por esta na vida das pessoas que rodeiam Diane - nomeadamente Olivier -, que acabam por sofrer inocentemente. Todavia, compreendo que a personagem ainda está a recuperar de uma situação traumática e que se encontra a reaprender aquilo que realmente quer/precisa. Mesmo assim, a ligação e o sentimento de empatia que senti por ela no primeiro livro estende-se a este também - sendo esse, para mim, um dos grandes pontos fortes do livro.

   Outro ponto forte que apreendeu grande parte da minha atenção e que me manteve cativa foi o aparecimento de uma criança, Declan. Este rapazinho fragilizado foi uma das minhas personagens preferidas, em grande parte, pela sua vulnerabilidade e pela naturalidade das suas atitudes.

    Edward permanece misterioso, mas considero-o mais aberto e delicado em "A Vida É Fácil...". A conjuntura em que se encontra contribui para a sua debilidade, o que permite conhecer a sua faceta mais carinhosa - e a verdade é que gostei muito deste Edward!

    Félix continua a ser uma personagem fulcral no caminho de Diane. É um dos ingredientes mais divertidos e leves da história sendo, simultaneamente, o pilar de Diane - a amizade dos dois é pura e invejável. Funciona quase como uma consciência corpórea, incitando-a a perceber aquilo que a faz sentir-se bem e realizada. Porém, penso que o final que lhe foi concedido aparenta ser ligeiramente forçado.

    Nota-se que a escrita é mais madura, existindo uma dimensão mais emocional no relato da protagonista. Embora em "As Pessoas Felizes..." também tenham havido descrições marcantes - as dos momentos trágicos que destroçaram Diane -, a verdade é que os acontecimentos deste segundo livro conseguiram tocar-me de modo mais direto, fazendo-me inclusive emocionar com algumas das  despedidas. Aprecio a capacidade que a autora possui de nos agarrar à história - sendo quase impossível não ler o livro todo de uma vez -, e a facilidade da conexão com as personagens, que são extremamente reais.

     Apesar de ter gostado do final do livro anterior - uma vez que, na minha opinião, e tendo em conta a situação sensível da protagonista, foi a melhor solução que a autora poderia ter encontrado -, agradou-me bastante a conclusão que Agnès ofereceu a Diane nesta sequela, proporcionando-lhe um tipo diferente de felicidade, que esta já consegue receber e aproveitar.

     Em suma, este é um livro que recomendo pela simplicidade através da qual temas sérios e pesados são apresentados de uma forma leve e gratificante. Passa a mensagem de que, por mais provações a que sejamos sujeitos, a vida reservar-nos-á sempre uma nova oportunidade - basta que saibamos reconhecê-la e aceitá-la. Esta foi uma leitura que me deixou feliz e satisfeita. Gostei muito!

Opinião sobre outros livros de Agnès Martin-Lugand:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: I'll Be Good_Jaymes Young
(https://www.youtube.com/watch?v=scd-uNNxgrU)

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Opinião sobre "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" - Agnès Martin-Lugand

As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
(Artigo de Opinião)


Autora: Agnès Martin-Lugand
Título Original: Les Gens heureux lisent et boivent du café (2013)
Tradução: Rui Santana Brito
ISBN: 978-989-702-107-7
Nº de páginas: 208
Editora: Guerra e Paz Editores


Sinopse


     Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.

     Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes - todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?



Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Guerra e Paz Editores em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Antes de mais, agradeço à Guerra e Paz por tão gentilmente me ter cedido um exemplar de "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café".

   O título deste livro é bastante atrativo, tendo em conta que facilmente os leitores se identificam com ele. No entanto, é necessário ter em atenção que este título se deve ao nome do café literário de Diane, a personagem principal, sendo que a história acaba por não estar diretamente relacionada com café e livros, mas sim com a perda, o luto e a capacidade de nos reconstruirmos a partir do zero. Em contraste, a capa adequa-se perfeitamente à narrativa, pois a protagonista é uma fumadora (quase) compulsiva e os tons mais escuros enquadram-se na severidade do tema.

    Diane é uma mulher depressiva. A morte de Colin e Clara - o marido e a filha - levou-lhe a vontade de viver, deixando-a num estado letárgico que a faz depender de elementos que lhe permitam a conexão com os entes queridos desaparecidos. Isolada em casa, em Paris, apenas tolera a presença de Félix, o seu melhor amigo que, um ano depois daquele fatídico acidente, compele Diane a escolher uma pequena aldeia na Irlanda, Mulranny, para se exilar, curar e reencontrar.

     E é em Mulranny que conhece Edward, um homem solitário que vive no cottage ao lado do seu e que, inicialmente, se comporta de forma verdadeiramente antipática e violenta. O clima entre Edward e Diane é sempre um pouco tenso e conturbado - ele é um homem fechado, rude e misterioso; por sua vez, ela encontra-se frágil, insegura e carente. Mas, como depois do ódio vem o amor, Edward acaba por se revelar uma peça imprescindível para a sua recuperação - suscita nela um confronto interior entre a lealdade para com a sua vida passada, e a possibilidade de voltar a encontrar a felicidade. Esta antítese fá-la compreender que não é errado procurar construir uma nova vida e tentar alcançar a plenitude tão desejada.

     Félix e Judith são personagens fundamentais na recuperação de Diane e acabam por dar uma certa leveza à história, pois são extremamente divertidos e sociáveis. Gostei especialmente de Félix: admirei o cuidado, a dedicação, a preocupação e o sentimento de proteção que sempre demonstrou em relação à melhor amiga. É um daqueles amigos que desejamos ardentemente encontrar e manter na vida real.

   Achei interessante a forma como a autora abordou a morte de Colin e Clara - através de um flashback de Diane - logo no início da história. Acabei por ficar um pouco em choque com as emoções fortes provocadas por este acontecimento e pela maneira como é descrito.

    Apesar do tema ser algo pesado, este é um livro que se lê rapidamente. A escrita de Agnès é bastante fluída e tem a capacidade de nos envolver. Senti sempre uma grande empatia pela protagonista - o facto de o livro ser narrado na primeira pessoa também deverá contribuir para tal, mas, a verdade, é que não consegui deixar de me colocar constantemente no papel desta mulher que, de um momento para o outro, perde as duas pessoas que mais ama.

    Este livro tem um final atípico que pode desagradar aos adeptos do "e viveram felizes para sempre..." - mas, sinceramente, eu gostei. Sei que "As Pessoas Felizes  Lêem e Bebem Café" tem uma sequela já publicada em Portugal, "A Vida é Fácil, Não Te Preocupes", mas penso que o final que a autora deu a Diane neste primeiro volume vai em tudo ao encontro da mensagem que pretende transmitir. Apenas considero que poderia ter sido mais desenvolvido - fiquei com a sensação de que foi um pouco abrupto.

   Em "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" percorremos, de mão dada com a protagonista, um caminho de superação, e vemo-nos forçados a constatar que, por mais que a vida nos tire aquilo que amamos, dar-nos-á sempre uma segunda oportunidade para aprendermos a ser felizes. Finda a leitura, fica a vontade de ler mais e a reflexão inexorável a que este livro nos conduz: de que precisamos nós para sermos felizes?

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: I'll Be Good_Jaymes Young
(https://www.youtube.com/watch?v=scd-uNNxgrU)

terça-feira, 29 de março de 2016

Divulgação: "As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café" - Guerra e Paz Editores

Publicado pela Guerra e Paz Editores

As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café
(#1 - As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café)



De Agnès Martin-Lugand


Sinopse:

     Depois da morte do marido e da filha num brutal acidente de automóvel, Diane fecha-se em casa durante um ano, imersa em recordações, incapaz de reagir. Mas, quando já nada parece poder mudar, é precisamente uma dessas recordações que a faz escolher Mulranny, uma pequeníssima aldeia na Irlanda, como destino.

     Instalada numa casa em frente ao mar, Diane é gentilmente recebida por todos os habitantes - todos menos um. Será Edward, o bruto e antipático vizinho, a resgatar Diane da apatia em que parece estar novamente a mergulhar. Primeiro, pela ira e pelo ódio. Mas depois, contra todas as expectativas, pela atracção. Como enfrentar este turbilhão de sentimentos? O que fazer com eles?

Tantas vezes perguntamos: o que nos faz felizes? E, no entanto, parece ser preciso vir a vida roubar-nos tudo quanto temos, pouco ou muito, para que partamos à procura da nossa verdadeira resposta.

     Agnès Martin-Lugand, nascida em Saint-malo, é uma escritora francesa e um fenómeno editorial. Psicóloga clínica com seis anos de experiência, autopublicou o seu primeiro romance As Pessoas Felizes Lêem e Bebem Café, em França, em 2013 (lançado em Portugal em 2014) e, dado o seu enorme sucesso, entrou rapidamente para o mundo editorial tradicional. A história será, brevemente, adaptada ao cinema.