segunda-feira, 26 de novembro de 2018

#122 - Dá-lhe Letras

Autora: Jennifer Zeynab Joukhadar
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Qual é o livro?

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Opinião sobre "As Flores Perdidas de Alice Hart" - Holly Ringland

As Flores Perdidas de Alice Hart
(Artigo de Opinião)


Autora: Holly Ringland
Título Original: The Lost Flowers of Alice Hart (2018)
ISBN: 978-972-0-03062-7
Nº de páginas: 400
Editora: Porto Editora


Sinopse

    Um romance sobre as histórias que deixamos por contar e sobre as que contamos a nós próprios para sobrevivermos.

    Alice tem nove anos e vive num local isolado, idílico, entre o mar e os canaviais, onde as flores encantadas da mãe e as suas mensagens secretas a protegem dos monstros que vivem dentro do pai.


    Quando uma enorme tragédia muda a sua vida irrevogavelmente, Alice vai viver com a avó numa quinta de cultivo de flores que é também um refúgio para mulheres sozinhas ou destroçadas pela vida. Ali, Alice passa a usar a linguagem das flores para dizer o que é demasiado difícil transmitir por palavras.


   À medida que o tempo passa, os terríveis segredos da família, uma traição avassaladora e um homem que afinal não é quem parecia ser, fazem Alice perceber que algumas histórias são demasiado complexas para serem contadas através das flores. E para conquistar a liberdade que tanto deseja, Alice terá de encontrar coragem para ser a verdadeira e única dona da história mais poderosa de todas: a sua.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Porto Editora pelo gentil envio do livro.

     Quero começar já por dizer que, apesar de este ano estar a ser muito rico em termos de leituras (quer em quantidade, quer em qualidade), "As Flores Perdidas de Alice Hart" conquistou um lugar muito especial no meu coração.

     Alice Hart é uma menina de nove anos com uma curiosidade imensa pelo mundo, que adora dar longos passeios junto ao mar e perder-se nas páginas de um bom livro. Ansiosa pela chegada do seu irmãozinho, Alice tenta proteger-se a si própria e à mãe das tempestades incontroláveis que por vezes habitam dentro do seu pai.

     Quando uma terrível tragédia se abate sobre a família, Alice vê-se obrigada a ir viver com a avó paterna - uma desconhecida -, em Thornfield, uma quinta de cultivo de flores, onde vivem também outras mulheres que precisam de um local onde se sentir seguras. E é aí, nessa casa tão marcada pelas histórias das suas antepassadas, que a menina aprende a linguagem das flores, uma forma menos dolorosa de se comunicar.

      Alice vai crescendo e aprendendo que as flores podem ser um bálsamo para as suas feridas, até que uma nova traição vem abalar a sua estabilidade e fá-la partir em busca de si própria. Que segredos esconde o seu passado? Alcançará a liberdade que tanto deseja?

    Alice foi uma personagem que me cativou. Inicialmente, a maturidade pouco habitual numa criança da sua idade e o seu jeito peculiar de ver o mundo, aliados aos traumas de maus tratos, fizeram-me criar logo um laço empático com a menina. E depois, acompanhar o seu crescimento e o seu processo de autodescoberta, e ver o modo como as marcas que ficam de um passado doloroso acabam por condicionar o seu discernimento, fez-me gostar cada vez mais de Alice. Apreciei especialmente o facto de a autora não ter romantizado excessivamente a personagem, criando-lhe também uma faceta mais intempestiva e inconstante - em suma, bastante humana.

   Adorei conhecer não só a história de Alice, mas também a das suas antepassadas, a de algumas mulheres que procuraram refúgio em Thornfield e ainda algumas histórias aborígenes. Além disso, gostei muito de conhecer a linguagem das flores e de ver como a vida de Alice podia ser contada através delas.

     A única crítica que tenho a fazer a este livro é mesmo o facto de que gostava que o final tivesse sido mais desenvolvido. Gostava que a autora tivesse fechado a história de Alice com mais certezas e com mais detalhe, mas ainda assim fiquei satisfeita com o rumo dos acontecimentos.

    Este é um livro predominantemente melancólico e que aborda temas sérios e delicados, mas Holly Ringland trata-os com uma sensibilidade tal que acaba por transformar o triste em belo. E tudo neste livro é bonito e especial. Achei muito bem retratados o modo como funcionam os relacionamentos abusivos, bem como a fragilidade emocional e o amor cego que levam a um estado de dependência do outro, e que agravam ainda mais a situação - e faz-nos pensar em como tudo isto acaba por ser cíclico.

     "As Flores Perdidas de Alice Hart" foi, acima de tudo, uma leitura que me apaixonou. Escrito com uma sensibilidade extrema e de uma beleza pouco comum - até mesmo em termos físicos, uma edição fantástica -, mas que ainda assim nos deixa de coração apertado, este é um livro que emociona e que nos faz viajar pelas maravilhosas paisagens australianas, à medida que acompanhamos Alice na procura do seu lugar no mundo. Numa palavra: adorei!


 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Sierra Burgess is a Loser (Shannon Purser)_Sunflower

#57 - Curi(livro)sidades

Sabia que...



...a trilogia da Área X (Aniquilação, Autoridade e Aceitação) foi inspirada num sonho do autor, Jeff VanderMeer?

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

#121 - Dá-lhe Letras

Autora: Alexandra Bracken
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Qual é o livro?

domingo, 18 de novembro de 2018

Opinião sobre "Aceitação" (Trilogia da Área X #3) - Jeff VanderMeer

Aceitação
(Trilogia da Área X #3)
(Artigo de Opinião)


Autor: Jeff VanderMeer
Título Original: Acceptance (2014)
Tradução: Casimiro da Piedade
ISBN: 978-989-773-095-5
Nº de páginas: 288
Editora: Saída de Emergência

ATENÇÃO: esta opinião pode conter spoilers de livros anteriores

Sinopse

      Será que há finalmente respostas para os mistérios da Área X? O inverno chegou à Área X, a misteriosa zona que desafia toda a lógica há mais de trinta anos e que tem resistido a inúmeras expedições que procuram desvendar os seus segredos.

     À medida que a Área X se expande, a agência responsável por investigá-la colapsa e mergulha no caos. Cabe a uma última e desesperada equipa atravessar a fronteira e alcançar a ilha remota que pode conter as respostas ao enigma. Se falharem, o mundo vai sucumbir à devastação que não para de alastrar.

   Neste último volume, a verdade sobre a criação da Área X poderá ser revelada, bem como os eventos e protagonistas que originaram a sua contaminação. Mas estarão os membros da equipa preparados para as implicações aterradoras e profundas dessas revelações?



Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Saída de Emergência em troca de uma opinião sincera


Opinião

       Começo por agradecer à Saída de Emergência pelo gentil envio do livro.

     Em "Aniquilação" e "Autoridade" mergulhámos na misteriosa Área X e acompanhámos os esforços realizados pela Extensão Sul para compreender e conter os avanços dos estranhos fenómenos que assolam aquele estranho local. Depois da forma como "Autoridade" terminou, estava bastante curiosa para ver como é que o autor ia terminar esta trilogia cheia de potencial, e ansiosa para descobrir finalmente todos os segredos da Área X. E a verdade é que... não foi bem isso que aconteceu.

       Os dois primeiros volumes desta série foram uma espécie de preparação para "Aceitação", onde as peças do puzzle se começam a juntar, mas onde também muitas delas continuam perdidas ou sem sabermos bem onde as encaixar. Mas Jeff VanderMeer guardou vários trunfos na manga e consegue surpreender neste livro, principalmente no final imprevisível e inesperado.

     Os capítulos de "Aceitação" estão divididos por vários narradores, que nos falam em diferentes perspetivas e em diversos períodos temporias, e que nos permitem encarar a Área X de uma forma mais dimensional. O facto de termos várias pessoas a contar a história, e em estilos diferentes, torna a leitura um pouco mais dinâmica, mas também mais confusa. Senti, por vezes, a falta de algumas introduções que proporcionassem um contexto pessoal, temporal e espacial do que estava a ser descrito, que me permitissem entrar mais facilmente nesse segmento da história.

    Todos os livros desta trilogia, mas em particular este volume, obrigam a uma leitura atenta, a uma concentração constante para que nenhum detalhe escape, pois tudo está orquestrado de forma a que até o mais aparentemente insignificante pormenor se revele fundamental para o entendimento da trama. A escrita de Jeff VanderMeer é soberba e extremamente rica, cheia de descrições minucosas, mas, apesar de a admirar, senti que acabou por tornar a leitura muito densa e morosa, chegando mesmo a ser cansativa. Por diversas vezes senti que faltava ritmo à história e que estava simplesmente a arrastar a leitura, sendo que nem mesmo a curiosidade me impelia a ler mais depressa.

     Neste volume, voltamos à Área X, e esse foi um dos motivos que me fez gostar mais deste livro do que do segundo, mas ainda assim não tanto como do primeiro. Em alguns dos capítulos, os níveis de tensão voltam a aumentar, uma vez que o perigo e a incerteza se vão tornando cada vez mais vincados à medida que acompanhamos algumas personagens dentro da Área X, e há alguns momentos que, só por serem tão bizarros, já fazem a leitura valer a pena.

     A verdade é que, quando terminei a leitura, me senti presa numa espécie de mix feellings: se por um lado me preencheu a sensação de dever cumprido, por outro senti que faltava algo mais para dar esta jornada por terminada. Geralmente gosto de finais em aberto, em que cabe ao leitor o papel de imaginar o final que melhor se encaixa na sua preferência, seguindo a linha ditada pelo autor. Mas, neste caso, queria mais - mais respostas, mais explicações, mais motivos e mais "o que vem depois". 

    Este livro chama-se "Aceitação", mas o autor tenta provocar em nós, leitores, exatamente a reação inversa: procura alertar-nos para a necessidade de começarmos a respeitar o planeta em que vivemos, levando-nos a refletir sobre a nossa própria fragilidade e sobre a urgência em protegermos a natureza, para que nos possamos também proteger a nós próprios, pois não somos seres independentes do meio que nos rodeia.

    A trilogia da Área X é uma leitura interessante mas complexa e exigente e que, apesar de provavelmente não satisfazer todos os leitores - por oferecer mais perguntas do que respostas -, recomendo ainda assim aos corajosos que procuram um livro diferente. Com uma escrita riquíssima, um enredo que marca pela originalidade e pela estranheza e um alerta para um futuro que se torna cada vez mais plausível, esta é uma trilogia que, por certo, não esquecerei tão cedo.

Opinião sobre outros livros de Jeff VanderMeer:
 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Radioactive_Imagine Dragons

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

#56 - Curi(livro)sidades

Sabia que...



...Charles Dickens escreveu "Um Conto de Natal", em 1843, numa tentativa de saldar as suas dívidas? 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

#120 - Dá-lhe Letras

Autora: Victoria Aveyard
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Qual é o livro?

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

#55 - Curi(livro)sidades

Sabia que...



...desde 2000, Meg Cabot, autora de O Diário da Princesa, lançou 54 livros, que, juntos, venderam 15 milhões de cópias?

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Opinião sobre "O Último Fôlego" (Detective Erika Foster #4) - Robert Bryndza

O Último Fôlego
(Detective Erika Foster #4)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Last Breath (2017)
ISBN: 978-989-890-718-9
Nº de páginas: 328
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Quando o corpo torturado de uma mulher, jovem e bonita, é encontrado num contentor do lixo, com os olhos inchados e as roupas ensopadas em sangue, a inspetora-chefe Erika Foster é dos primeiros detetives a chegar ao cenário do crime. O problema é que, desta vez, o caso não lhe pertence.


    Enquanto luta para integrar a equipa de investigação, Erika envolve-se no processo e rapidamente encontra semelhanças com o assassínio não resolvido de outra mulher, quatro meses antes. Largadas ambas num contentor do lixo em parques de estacionamento diferentes, têm ferimentos idênticos - uma incisão fatal na artéria femoral da coxa esquerda... E, entretanto, é localizada uma terceira vítima em circunstâncias idênticas.


    Perseguindo as vítimas online, apresentando-se com identidades falsas, o assassino ataca mulheres jovens e bonitas de cabelo castanho comprido e desaparece misteriosamente, sem deixar qualquer pista. Como irá Erika apanhar um assassino que parece não existir?

   Enquanto decorre a investigação, outra rapariga é raptada quando esperava por um encontro. Erika e a sua equipa têm de a localizar, para não depararem com mais uma vítima mortal, e enfrentar um indivíduo terrivelmente sádico e perigoso.


   Alucinante, tenso e impossível de parar de o ler, O Último Fôlego mantém o leitor preso logo na primeira página, enquanto o livro se encaminha vertiginosamente para um final surpreendente.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

      Depois de "A Rapariga no Gelo", "A Sombra da Noite" e "Águas Profundas", parti para "O Último Fôlego", o quarto volume da série protagonizada pela inspetora-chefe Erika Foster, e que, apesar de não ter satisfeito completamente as minhas expectativas, foi ainda assim uma leitura muito boa.

      Uma jovem, no início da casa dos 20 anos, é encontrada morta num caixote do lixo, profundamente maltratada: o corpo espancado e mutilado indiciando a tortura de que fora alvo nos seus ultimos dias de vida, e um corte fatal na artéria femoral. 

    Após ter estado no local do crime e verificado a crueldade a que aquela mulher fora sujeita, Erika não consegue manter-se afastada do caso, assomada pelo desejo de apanhar o responsável por aquele crime hediondo. Disposta a engolir alguns sapos para pertencer à equipa que está a investigar o homicídio, a inspetora-chefe rapidamente estabelece a ligação entre o seu caso e o de uma outra jovem, encontrada alguns meses antes em condições semelhantes.

    Quando outra rapariga desaparece, instala-se então a dúvida sobre um potencial assassino em série, que utiliza falsos perfis nas redes sociais para aliciar as suas vítimas, marcando encontros com elas e raptando-as. No entanto, Erika não tem nenhuma pista para seguir, só lhe restando aguardar que o assassino cometa algum deslize - o que implica esperar que uma outra jovem corra perigo. Será Erika capaz de evitar uma nova morte?

     À semelhança de "A Sombra da Noite" - o segundo volume desta série e o meu preferido até à data -, descobrimos cedo a identidade do assassino, e temos, intercalados com a narrativa da investigação, capítulos dedicados à sua perspectiva. Isto poderia levar o leitor a perder algum interesse na história, mas Robert Bryndza já provou que consegue fazer com que este modelo resulte. No entanto, confesso que fiquei um pouco desiludida com a personalidade e motivação deste assassino. Dada a crueldade empregue nos crimes, esperava que o seu perpetrador fosse uma pessoa mais atormentada ou com motivos mais fortes, que, na sua cabeça, justificassem as suas ações. No entanto, a verdade é que se, por um lado, achei a explicação para os seus atos pouco interessante, por outro gostei que o autor fugisse um pouco àquela ideia de que os assassinos são pessoas forçosamente estranhas e com histórias profundamente dramáticas no seu passado.

    Relativamente à investigação propriamente dita, houve pormenores que não me convenceram totalmente. A trama está bem construída, mas, por vezes, senti que alguns desenvolvimentos - embora não demasiado forçados - entravam já no campo das coincidências pouco credíveis. Ainda assim, o facto de haver um assassino em série à solta - e cujo período entre os ataques se vai estreitando -, dá uma outra dinâmica à história, criando um clima de ansiedade e expectativa que impulsiona a leitura e acaba por suprimir esses aspetos menos bem conseguidos.



     Neste volume, vemos finalmente o início de um verdadeiro relacionamento entre Erika e Peterson, o que me agradou bastante. Erika é uma personagem que tem evoluído imenso, mostrando-se cada vez mais humana e revelando uma faceta mais carinhosa, mas sem nunca perder o seu espírito indomável e o seu carácter vincado. Aos poucos, tem vindo a aprender a lidar com a dor da perda e a aceitar sem medo uma nova oportunidade para ser feliz. Gostei muito de ver a ternura, a paciência e a dedicação de Peterson, respeitando sempre o espaço de Erika e compreendendo o luto e os receios da protagonista.

    Deixo uma pequena nota para o papel de destaque assumido pelas redes sociais neste livro - uma vez que o assassino recorria a estas para escolher e investigar as suas vítimas -, que convida a uma importante reflexão sobre o que nelas expomos - de forma ou não consciente -, na falsa ilusão de privacidade e controlo.

    Apesar de, na minha opinião, não ser o melhor livro da série, "O Último Fôlego" é ainda assim uma leitura viciante e surpreendente, que consegue cativar verdadeiramente o leitor. O ritmo crescente dos acontecimentos e o suspense inerentes a um bom policial, conjugados com a dimensão pessoal das personagens, faz desta uma série de sucesso, que tenho adorado ler - e a verdade é que devorei este livro! O final deixa entrever interessantes desenvolvimentos futuros para Erika, tanto a nível pessoal como profissional, e estou curiosa para ver qual a direção que o autor vai seguir em "Sangue Frio". Foi, portanto, uma leitura de que gostei bastante!


Opinião sobre outros livros de Robert Bryndza:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: John Mayer_Free Fallin'

segunda-feira, 5 de novembro de 2018