quinta-feira, 12 de abril de 2018

Opinião sobre "A Rapariga no Gelo" (Detective Erika Foster #1) - Robert Bryndza

A Rapariga no Gelo
(Detective Erika Foster #1)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: The Girl On Ice (2016)
Tradução: Ana Lourenço
ISBN: 978-989-997-058-8
Nº de páginas: 336
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Quando um rapaz descobre o corpo de uma mulher debaixo de uma espessa camada de gelo num parque do sul de Londres, a inspetora-chefe Erika Foster é imediatamente chamada para liderar a investigação. A vítima, uma jovem bela e rica da alta sociedade londrina, parecia ter a vida perfeita. No entanto, quando Erika começa a investigar o seu passado, vislumbra uma relação entre aquele homicídio e a morte de três prostitutas, encontradas estranguladas, com as mãos amarradas, abandonadas nas águas geladas de outros lagos de Londres. 

     A sua última investigação deu para o torto, e agora Erika tem a carreira presa por um fio. Ao mesmo tempo que luta contra os seus demónios pessoais, enfrenta um assassino altamente mortífero e que se aproxima tanto mais dela quanto mais próxima ela está de expor ao mundo toda a verdade. Conseguirá Erika apanhar o assassino antes de ele escolher a próxima vítima? 

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

     "A Rapariga no Gelo" é o primeiro volume da série inspetora Erika Foster 
e a fusão entre o título misterioso, o espetacular design da capa, a sinopse promissora e as muitas críticas positivas que tem recebido levou-me a iniciar a leitura com grandes expectativas que, infelizmente, não vi totalmente correspondidas. Ainda assim, gostei bastante da história!

     Vive Londres a estação mais fria do ano quando é encontrado, sob uma espessa camada de gelo, o corpo de uma jovem mulher, Andrea, filha de uma importante família aristocrata do sul da cidade. Erika Foster, inspetora-chefe, é chamada para liderar a equipa de investigação do homicídio, e acaba por encontrar semelhanças com as circunstâncias da morte de três prostitutas, o que levanta a suspeita da existência de um possível assassino em série por detrás destes crimes.

     No entanto, a investigação vai sofrendo entraves à medida que segredos e mentiras ameaçam vir ao de cima, instalando-se um jogo de poder e pressões políticas, mesmo dentro da própria força policial. Erika tem como desafio contornar os obstáculos que vão aparecendo, tentando ao mesmo tempo conquistar a confiança e o respeito da sua equipa, descobrir o assassino e aprender a lidar com os seus próprios fantasmas. Conseguirá a inspetora apanhar o culpado antes que seja demasiado tarde para evitar uma nova vítima - ou para impedir que se torne, ela própria, a próxima rapariga no gelo?

    Erika é uma personagem que vai conquistando aos poucos. Se inicialmente pode parecer um pouco fria, rapidamente percebemos que essa é a sua forma de se proteger da dor e da culpa que sente pela morte do marido. Além disso, a sua carreira está também em risco, e a inspetora tem de lutar por se afirmar dentro do seio da sua equipa e da investigação que está a conduzir, mostrando-se uma mulher determinada e persistente no cumprimento do dever. 

    Apesar de a leitura ter sido um pouco lenta ao início, vai ganhando ritmo com o avançar da história, e Bryndza conseguiu manter a tensão e o suspense na dose necessária para cativar o leitor. Além disso, os capítulos curtos também contribuíram para a rapidez da leitura.

   Gosto sempre quando os autores introduzem capítulos narrados do ponto de vista do assassino - e esta vez não foi exceção -, porque permitem ao leitor ver a história através de uma outra perspetiva, ainda que por vezes meio distorcida. Ter acesso à mente do assassino, observar a forma como encara as situações, é algo que enriquece a experiência da leitura, e que a mim me agrada bastante.

     A verdade é que este não é um livro que se destaque particularmente dentro do género. O enredo está bem construído, a história é interessante e tem uma narrativa ágil, mas não há elementos que marquem significativamente pelo seu carácter macabro ou rocambolesco. Notei a falta de detalhes que afastassem este livro de outros policiais e senti que toda a história acabou por assentar demasiado em estereótipos. Os dramas familiares e as fragilidades da protagonista também não são propriamente uma inovação, mas apesar disso acabam por resultar, pois aproximam o leitor da personagem, ao revelar-lhe um lado mais humano e vulnerável. 

   No entanto, apesar das falhas apontadas, admito que li este livro muito rapidamente, pois o equilíbrio entre a escrita fluida do autor e a ânsia de mergulhar na teia de segredos e mentiras para descobrir o assassino manteve-me agarrada às páginas até o terminar. Foi, por isso, uma boa leitura, e tenciono continuar a acompanhar a série da inspetora Erika Foster. 

    Recomendo "A Rapariga no Gelo" principalmente a quem não costuma ler muitos policiais e que prefere uma história pouco gráfica em termos de violência.

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: James Bay_Us

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