Mostrar mensagens com a etiqueta Detective Erika Foster. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Detective Erika Foster. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Opinião sobre "Segredos Mortais" (Detective Erika Foster #6) - Robert Bryndza

Segredos Mortais
(Detective Erika Foster #6)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Deadly Secrets (2018)
ISBN: 9789898907424
Nº de páginas: 304
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Numa manhã gelada de inverno, uma mulher acorda e encontra o corpo ensanguentado da filha à porta de casa. Quem seria capaz de tal atrocidade?

   A detetive Erika Foster vive um momento de fragilidade devido ao último caso que resolveu, mas está decidida a liderar também esta investigação. Ao deitar mãos à obra, toma conhecimento de outros ataques cometidos na mesma zona pacata do sul de Londres onde o crime ocorreu. Um pormenor arrepiante liga-os ao homicídio - todas as vítimas foram atacadas por uma figura vestida de preto com uma máscara de gás.


    Erika procura um assassino cujo cartão de visita é aterrorizante. O caso complica-se quando descobre a teia de segredos que rodeia a morte da bela jovem.

     No entanto, ao juntar as pistas, Erika é forçada a confrontar memórias dolorosas do passado. Deve escavar bem fundo, manter-se concentrada e encontrar o assassino. Só que, desta vez, um elemento da sua equipa corre um perigo terrível...

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião
     
      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

   Tudo começa quando, na invernosa manhã de Natal, o corpo esfaqueado de uma jovem é encontrado pela mãe à porta de casa. Marissa Lewis, de apenas 22 anos, regressava a casa do trabalho como dançarina de burlesco quando foi brutalmente atacada por uma figura vestida de preto e com uma máscara de gás. Sensibilizada com a crueldade do crime, Erika não descansa enquanto não se torna responsável pela investigação.

    No entanto, a inspetora-chefe rapidamente se apercebe de que os pareceres da comunidade sobre o carácter da jovem são bastante díspares e que afinal talvez Marissa escondesse também a sua dose de segredos.

   Ao mesmo tempo que a investigação decorre, um homem escondido sob uma máscara de gás espalha o medo pelas ruas do sul de Londres, incapacitando e abusando sexualmente das suas vítimas... Será uma coincidência ou tratar-se-á da mesma pessoa?

    "Segredos Mortais" foge um bocadinho ao registo dos outros volumes no modo como a narrativa é contada. Se, até aqui, era usual termos, intercalados com a linha de ação e a vida pessoal da protagonista, alguns capítulos segundo a perspetiva do assassino, em "Segredos Mortais" a identidade deste só nos é revelada no final. Apesar de compreender a decisão do autor ao optar por manter o suspense, confesso que senti falta desses capítulos que acabavam por nos dar uma outra visão da personalidade e dos motivos do assassino.

   Neste livro, Bryndza opta por explorar uma outra área da vida pessoal de Erika, o que acaba por afastá-la um pouco da investigação, dando mais protagonismo a um outro membro da sua equipa. Se, por um lado, gostei de ver esse outro lado de Erika, por outro senti falta da sua presença no desenrolar do caso e queria ter visto uma diferente evolução nas suas relações pessoais.

   A única falha que tenho a apontar - se é que pode sequer ser considerada uma falha - é o facto de algumas coincidências terem parecido pouco credíveis. Principalmente na fase inicial da investigação - na parte da recolha das provas -, senti que algumas pistas pareciam quase plantadas, tão facilmente surgiram.

    O final foi, sem dúvida, inesperado, mas não sei se me convenceu realmente. Sem querer entrar demasiado em pormenores para evitar spoilers, achei o twist extremamente original, mas não sei até que ponto é, de facto, plausível. 

   "Segredos Mortais" encerra, por agora, uma série que tenho adorado acompanhar. Com uma protagonista forte e complexa - e que já me conquistou completamente -, um enredo sempre viciante e bem trabalhado e uma escrita fluída e dinâmica associada a um ritmo de ação célere e a capítulos curtos que impulsionam a leitura, esta é uma série que recomendo vivamente a toda a gente!

     Por fim, resta-me esperar que o autor não nos faça esperar muito mais tempo antes de publicar o próximo volume desta série que foi uma maravilhosa aposta da Alma dos Livros, pois estou ansiosa para mergulhar novamente nas investigações de Erika Foster.

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: John Mayer_Free Fallin'

domingo, 2 de junho de 2019

Opinião sobre "Sangue Frio" (Detective Erika Foster #5) - Robert Bryndza

Sangue Frio
(Detective Erika Foster #5)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Cold Blood (2017)
ISBN: 978-989-890-734-9
Nº de páginas: 320
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Quando, nas margens do Tamisa, surge uma mala velha com o corpo desmembrado de um homem, a inspetora Erika Foster fica chocada. Já trabalhou em alguns casos assustadores, mas nunca vira nada assim antes. À medida que ela e a sua equipa começam a trabalhar, estabelecem uma ligação com outra vítima - o corpo de uma jovem abandonado numa mala idêntica duas semanas antes.

     Erika percebe rapidamente que está na pista de um assassino em série que já deu o passo seguinte. No entanto, durante a investigação, é vítima de um ataque brutal. Forçada a recuperar em casa, e com a sua vida pessoal a desmoronar-se, tudo parece estar contra ela.

     Mas nada detém Erika. À medida que o número de corpos aumenta, as filhas gémeas de um colega, o comandante Marsh, são raptadas, e é o tudo por tudo. Conseguirá Erika salvar a vida de duas crianças inocentes antes que seja demasiado tarde? Ela está a ficar sem tempo e prestes a fazer uma descoberta perturbadora... há mais de um assassino.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião
      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

      Em "Sangue Frio", acompanhamos Erika Foster na perseguição de mais um assassino... ou, desta vez, haverá mais do que um?

    Um corpo desmembrado de um homem é encontrado dentro de uma mala, no Tamisa, e a brutalidade do crime, bem como a falta de pistas, preocupam a inspetora Erika Foster. Quando surge a hipótese da ligação a um outro corpo, encontrado em condições semelhantes semanas antes, Erika teme que se trate de um assassino em série, e que este esteja já a preparar o próximo passo.

       Apesar de ser vítima de um ataque e de se ver obrigada a tirar um tempo para recuperar, Erika ainda assim não desiste do caso, e, à medida que vão aparecendo mais corpos, a inspetora fica cada vez mais empenhada em descobrir o assassino por detrás destes crimes hediondos... ou não será apenas um?

     Erika é uma personagem por quem me tenho apaixonado um pouco mais a cada livro. Se, no início, a achava algo fria, magoada e fechada em si própria, senti-a desabrochar ao longo dos volumes seguintes - e neste em concreto, em que a sua vida pessoal acaba por assumir um maior papel de destaque, mostrando o quão precário é por vezes o equilíbrio entre força e fragilidade -, revelando-se uma mulher justa e sem medo de lutar pelo que acha correto, mesmo que isso lhe traga problemas.

     No entanto, fiquei ligeiramente desiludida com a evolução do romance entre ela e Peterson: senti que demos um passo - dos grandes - atrás. Se, por um lado, esperava que, nesta fase, a relação já tivesse atingido um patamar suficientemente estável para ultrapassar os problemas decorrentes do final do quarto volume - estava, até, à espera que a situação os unisse, em vez de os afastar -, por outro estou bastante curiosa para ver que destino vai o autor dar estas personagens.

    Se, em "O Último Fôlego", senti que a construção da personalidade do assassino deixava algo a desejar, "Sangue Frio" traz-nos não um, mas dois homicidas extremamemente bem caracterizados. Achei muito interessante assistir à "criação" de um assassino e ver o quão facilmente uma pessoa se deixa manipular por alguém de quem gosta, perdendo a noção do certo e do errado, e cruzando linhas até aí intransponíveis.

     Apesar de os livros desta série seguirem uma determinada fórmula, a verdade é que esta resulta, e Bryndza tem, ainda assim, a louvável capacidade de se reiventar continuamente, apresentando sempre uma trama bem construída e refrescante, com assassinos com personalidade e motivações próprias.

   Achei o ritmo deste volume especialmente intenso, uma vez que a ação se dividia em vários focos, sendo que acompanhávamos quer a investigação, quer o percurso dos assassinos, o que só contribuiu para que o devorasse rapidamente. A ânsia de querer saber o que acontecia a seguir, aliada aos capítulos curtos já característicos do autor, fez com que lesse sofregamente até chegar ao final que, admito, me surpreendeu mais do que estava à espera.

     O aspeto menos positivo que tenho a apontar não se prende com a trama em si, mas sim com a sinopse que, na minha opinião, revela demasiado sobre a história. Há um determinado aspeto - bastante importante para o curso dos acontecimentos - que teria criado muito mais impacto durante a leitura se não estivesse já a contar com ele.
    "Sangue Frio" é um livro intenso, com um enredo complexo e uma intriga envolvente, e tornou-se num dos meus preferidos da saga. Ao fim de cinco volumes, há já um carinho especial por estas personagens, e, por isso, é com mix feelings que anseio por ler o último, "Segredos Mortais", e descobrir como termina a série protagonizada por Erika Foster. Adorei!
 Música que aconselho para acompanhar a leitura: John Mayer_Free Fallin'

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Opinião sobre "O Último Fôlego" (Detective Erika Foster #4) - Robert Bryndza

O Último Fôlego
(Detective Erika Foster #4)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Last Breath (2017)
ISBN: 978-989-890-718-9
Nº de páginas: 328
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Quando o corpo torturado de uma mulher, jovem e bonita, é encontrado num contentor do lixo, com os olhos inchados e as roupas ensopadas em sangue, a inspetora-chefe Erika Foster é dos primeiros detetives a chegar ao cenário do crime. O problema é que, desta vez, o caso não lhe pertence.


    Enquanto luta para integrar a equipa de investigação, Erika envolve-se no processo e rapidamente encontra semelhanças com o assassínio não resolvido de outra mulher, quatro meses antes. Largadas ambas num contentor do lixo em parques de estacionamento diferentes, têm ferimentos idênticos - uma incisão fatal na artéria femoral da coxa esquerda... E, entretanto, é localizada uma terceira vítima em circunstâncias idênticas.


    Perseguindo as vítimas online, apresentando-se com identidades falsas, o assassino ataca mulheres jovens e bonitas de cabelo castanho comprido e desaparece misteriosamente, sem deixar qualquer pista. Como irá Erika apanhar um assassino que parece não existir?

   Enquanto decorre a investigação, outra rapariga é raptada quando esperava por um encontro. Erika e a sua equipa têm de a localizar, para não depararem com mais uma vítima mortal, e enfrentar um indivíduo terrivelmente sádico e perigoso.


   Alucinante, tenso e impossível de parar de o ler, O Último Fôlego mantém o leitor preso logo na primeira página, enquanto o livro se encaminha vertiginosamente para um final surpreendente.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

      Depois de "A Rapariga no Gelo", "A Sombra da Noite" e "Águas Profundas", parti para "O Último Fôlego", o quarto volume da série protagonizada pela inspetora-chefe Erika Foster, e que, apesar de não ter satisfeito completamente as minhas expectativas, foi ainda assim uma leitura muito boa.

      Uma jovem, no início da casa dos 20 anos, é encontrada morta num caixote do lixo, profundamente maltratada: o corpo espancado e mutilado indiciando a tortura de que fora alvo nos seus ultimos dias de vida, e um corte fatal na artéria femoral. 

    Após ter estado no local do crime e verificado a crueldade a que aquela mulher fora sujeita, Erika não consegue manter-se afastada do caso, assomada pelo desejo de apanhar o responsável por aquele crime hediondo. Disposta a engolir alguns sapos para pertencer à equipa que está a investigar o homicídio, a inspetora-chefe rapidamente estabelece a ligação entre o seu caso e o de uma outra jovem, encontrada alguns meses antes em condições semelhantes.

    Quando outra rapariga desaparece, instala-se então a dúvida sobre um potencial assassino em série, que utiliza falsos perfis nas redes sociais para aliciar as suas vítimas, marcando encontros com elas e raptando-as. No entanto, Erika não tem nenhuma pista para seguir, só lhe restando aguardar que o assassino cometa algum deslize - o que implica esperar que uma outra jovem corra perigo. Será Erika capaz de evitar uma nova morte?

     À semelhança de "A Sombra da Noite" - o segundo volume desta série e o meu preferido até à data -, descobrimos cedo a identidade do assassino, e temos, intercalados com a narrativa da investigação, capítulos dedicados à sua perspectiva. Isto poderia levar o leitor a perder algum interesse na história, mas Robert Bryndza já provou que consegue fazer com que este modelo resulte. No entanto, confesso que fiquei um pouco desiludida com a personalidade e motivação deste assassino. Dada a crueldade empregue nos crimes, esperava que o seu perpetrador fosse uma pessoa mais atormentada ou com motivos mais fortes, que, na sua cabeça, justificassem as suas ações. No entanto, a verdade é que se, por um lado, achei a explicação para os seus atos pouco interessante, por outro gostei que o autor fugisse um pouco àquela ideia de que os assassinos são pessoas forçosamente estranhas e com histórias profundamente dramáticas no seu passado.

    Relativamente à investigação propriamente dita, houve pormenores que não me convenceram totalmente. A trama está bem construída, mas, por vezes, senti que alguns desenvolvimentos - embora não demasiado forçados - entravam já no campo das coincidências pouco credíveis. Ainda assim, o facto de haver um assassino em série à solta - e cujo período entre os ataques se vai estreitando -, dá uma outra dinâmica à história, criando um clima de ansiedade e expectativa que impulsiona a leitura e acaba por suprimir esses aspetos menos bem conseguidos.



     Neste volume, vemos finalmente o início de um verdadeiro relacionamento entre Erika e Peterson, o que me agradou bastante. Erika é uma personagem que tem evoluído imenso, mostrando-se cada vez mais humana e revelando uma faceta mais carinhosa, mas sem nunca perder o seu espírito indomável e o seu carácter vincado. Aos poucos, tem vindo a aprender a lidar com a dor da perda e a aceitar sem medo uma nova oportunidade para ser feliz. Gostei muito de ver a ternura, a paciência e a dedicação de Peterson, respeitando sempre o espaço de Erika e compreendendo o luto e os receios da protagonista.

    Deixo uma pequena nota para o papel de destaque assumido pelas redes sociais neste livro - uma vez que o assassino recorria a estas para escolher e investigar as suas vítimas -, que convida a uma importante reflexão sobre o que nelas expomos - de forma ou não consciente -, na falsa ilusão de privacidade e controlo.

    Apesar de, na minha opinião, não ser o melhor livro da série, "O Último Fôlego" é ainda assim uma leitura viciante e surpreendente, que consegue cativar verdadeiramente o leitor. O ritmo crescente dos acontecimentos e o suspense inerentes a um bom policial, conjugados com a dimensão pessoal das personagens, faz desta uma série de sucesso, que tenho adorado ler - e a verdade é que devorei este livro! O final deixa entrever interessantes desenvolvimentos futuros para Erika, tanto a nível pessoal como profissional, e estou curiosa para ver qual a direção que o autor vai seguir em "Sangue Frio". Foi, portanto, uma leitura de que gostei bastante!


Opinião sobre outros livros de Robert Bryndza:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: John Mayer_Free Fallin'

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Opinião sobre "Águas Profundas" (Detective Erika Foster #3) - Robert Bryndza

Águas Profundas
(Detective Erika Foster #3)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Dark Water (2016)
ISBN: 978-989-999-338-9
Nº de páginas: 328
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Debaixo de água, o corpo afundou-se rapidamente. Ali permaneceu, imóvel e imperturbável durante muitos anos, mas, lá em cima, fora de água, o pesadelo estava apenas a começar.

Quando a detetive Erika Foster recebe uma denúncia anónima informando que uma prova fundamental relacionada com um caso de narcóticos estava escondida numa pedreira abandonada nos arredores de Londres, ela manda investigar a pista. No espesso lodo das águas encontram as drogas que procuravam, mas também os restos mortais de uma criança pequena. O esqueleto é rapidamente identificado como Jessica Collins, a menina de sete anos que fizera as manchetes das notícias vinte e seis anos antes.

   Ao mesmo tempo que tenta juntar provas novas à investigação, Erika depara-se com uma família que guarda muitos segredos, uma detetive atormentada pelo fracasso e a morte misteriosa de um homem que vivia junto à pedreira. 

   Será o assassino alguém dos elementos mais próximos da menina? Há quem não deseje ver o caso resolvido. E tudo fará para impedir Erika de descobrir a verdade.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

      Depois de "A Rapariga no Gelo" e a "A Sombra da Noite", Robert Bryndza apresenta-nos "Águas Profundas", o terceiro livro da série Detective Erika Foster, e que se debruça sobre o caso de uma menina desaparecida.

     A trabalhar num novo departamento, Erika Foster recebe uma chamada anónima relacionada com o caso de narcóticos que está a investigar, e que indica que a droga procurada estará escondida no fundo de uma pedreira abandonada. Quando a equipa de mergulhadores começa a explorar o local, algo mais trágico acaba por vir à superfície: os restos mortais de uma criança, posteriormente identificada como Jessica Collins, uma menina dada como desaparecida 26 anos antes.

      Chocada com o triste desfecho da criança, Erika promete a si mesma descobrir a verdade por detrás do seu estranho desaparecimento e consequente assassinato. No entanto, à medida que se vai afundando no caso que, inicialmente, parecia um beco sem saída, a inspetora começa a desenterrar segredos, e há quem esteja disposto a tudo para que estes não venham à tona. Conseguirá Erika solucionar o mistério por detrás da morte da menina e dar algum descanso à família?

        Ao fim de três livros, penso que é seguro afirmar que o ponto alto de Robert Bryndza é, sem dúvida, a sua magnífica capacidade de gerir o ritmo e o suspense. O equilíbrio perfeito entre as cenas de maior ação, os impasses e a vida pessoal da protagonista fazem-nos agarrar à história, na ânsia de saber o que se seguirá.

     E a verdade é que este foi um livro que me cativou do início ao fim! O facto de o caso se centrar no desaparecimento de uma criança torna a trama mais sombria e pesada, mas, ao mesmo tempo, estranhamente atrativa. Além disso, achei super interessante acompanhar a resolução do desaparecimento de uma menina tantos anos após o acontecimento propriamente dito, principalmente quando as pistas são extremamente escassas e apontam em direções aparentemente sem saída.

    Também gostei da forma como o autor retratou o impacto que um caso desta dimensão pode ter na carreira e na vida de uma agente policial. Amanda Baker foi a inspetora responsável pelo caso do desaparecimento de Jessica, há 26 anos, e a pressão interna e mediática relativamente à falta de resultados acabou por fazer dela o bode expiátorio para o insucesso obtido, levando esta no presente uma existência decadente e desregrada.

     A disfuncional família de Jessica também assume um papel central na história, uma vez que é o ponto de conexão entre o passado e o presente, e rapidamente percebemos os danos irreparáveis causados pelo desaparecimento da menina, os segredos e as feridas ainda por sarar, mesmo passados tantos anos. Gostei bastante que o autor tivesse explorado este lado dos que ficam para trás, dos que se recusam a esquecer e dos que precisam a todo o custo de seguir em frente.

     Cada vez gosto mais da protagonista. Ainda que nos volumes anteriores tenha achado Erika um pouco fria, o fortificar das relações com os seus colegas tem mostrado uma outra faceta sua, mais humana e calorosa. Numa fase mais resolvida do luto, é bom começar a ver a sua abertura a uma possível nova relação, e é interessante ver explorado o seu lado mais frágil e carente. 

     "Águas Profundas" é um livro um pouco mais sombrio, um mistério intrigante tecido com mestria numa intrincada rede de acontecimentos, segredos e mentiras. Com o ritmo vertiginoso a que o autor já nos habituou, é um policial envolvente e surpreendente. Mal posso esperar para pegar em "O Último Fôlego"! Recomendo realmente esta série!


Opinião sobre outros livros de Robert Bryndza:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: John Mayer_Free Fallin'

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Opinião sobre "A Sombra da Noite" (Detective Erika Foster #2) - Robert Bryndza

A Sombra da Noite
(Detective Erika Foster #2)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Night Stalker (2016)
Tradução: Ana Lourenço
ISBN: 978-989-999-336-5
Nº de páginas: 352
Editora: Alma dos Livros


ATENÇÃO: esta opinião pode conter spoilers de livros anteriores

Sinopse

    Numa noite quente de verão, a inspetora-chefe Erika Foster é chamada à cena de um crime. A vítima, um médico, é encontrada asfixiada na cama. Tem os pulsos amarrados e os olhos parecem querer saltar-lhe das órbitas através do saco de plástico transparente que lhe cobre a cabeça e o sufocou. Alguns dias mais tarde, outra vítima é encontrada exatamente nas mesmas circunstâncias. À medida que Erika e a sua equipa intensificam as investigações deparam-se com um assassino em série inteligente e calculista - que persegue e sabe tudo sobre as vítimas antes de escolher o momento certo para atacar. 

As vítimas são homens solteiros, com uma vida muito reservada e um passado envolto em segredo. Porém, podem não ser as únicas pessoas a ser observadas... Erika começa a receber mensagens enigmáticas e a sua própria vida corre perigo. Ela tudo fará para desvendar o mistério que rodeia estes crimes, ainda que isso signifique arriscar a sua carreira na polícia. Imperdível!

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

     "A Sombra da Noite" é o segundo volume da série iniciada com "A Rapariga no Gelo" 
(podem ler a minha opinião aqui), e que tem a inspetora-chefe Erika Foster como protagonista. O primeiro livro ficou um bocadinho aquém das minhas expectativas - apesar de ter sido uma agradável leitura -, mas diversas opiniões afirmavam que a série melhorava nos volumes seguintes, e por isso decidi continuar. E ainda bem que o fiz! O amadurecimento da história, a todos os níveis, de um livro para outro, é notável, e "A Sombra da Noite" está mais do que à altura do que promete!

     Um médico bem sucedido é encontrado morto, despido e deitado na cama, de mãos amarradas e com um saco de plástico na cabeça, e a equipa de Erika Foster é chamada para investigar o caso que, aparentemente, não passaria de um crime de ódio. Mas o instinto de Erika dita-lhe um caminho diferente para a investigação do que aquele que os seus superiores desejavam.

     E, de facto, dias mais tarde é encontrado outro corpo em circunstâncias semelhantes. As vítimas têm em comum o facto de serem todas homens bem sucedidos, solteiros ou divorciados, encontrados mortos da mesma forma. Estaremos na presença de um serial killer? Haverá um padrão na escolha das vítimas? Quando a sua vida profissional se começa a embrenhar na pessoal, será Erika capaz de descobrir o culpado antes que ela própria se torne numa vítima?

     Antes de qualquer outra coisa, tenho de dizer que este livro me prendeu realmente. Adorei a forma como o autor teceu e nos apresentou a história e o modo como os acontecimentos foram encadeados.  Bryndza consegue dosear na perfeição os diversos elementos da trama, encontrando um ponto de equilíbrio ótimo entre a vida pessoal e a vida profissional da protagonista.

  Erika é uma personagem que me inspira mix feelings. Se, por um lado, é uma mulher ainda profundamente magoada com a morte do marido - e neste livro temos melhor explorado o luto em que a inspetora ainda se encontra -, por outro é uma pessoa extremamente determinada, instintiva e pouco habituada a seguir ordens. Essa mistura de fragilidade escondida com tenacidade feroz faz dela uma personagem, por vezes, um pouco fria. 

    No entanto, adorei ver a forma como a relação entre ela e os colegas da sua equipa de trabalho  - Peterson, Moss e o patologista Isaac - evoluiu, havendo já um elo de amizade e lealdade que me agradou bastante. No entanto, as burocracias e os mecanismos mal oleados dentro da polícia mantêm-se, e confesso que fiquei bastante irritada com algumas atitudes de desdém vindas de superiores hierárquicos. 

     Fiquei um pouco receosa com o facto de descobrirmos tão cedo quem é o assassino, pois geralmente gosto de tentar adivinhar quem terá sido o culpado e pensei que isso fosse retirar grande parte do suspense da trama, mas a verdade é que me enganei! Os capítulos que mostram a perspetiva do assassino levam-nos a compreender que há uma pessoa, ainda que bastante perturbada, por detrás do monstro, e, ao conhecer a sua história, senti que estava a assistir aos episódios que, ao longo de uma vida, levaram à construção de um ser sedento de vingança e morte. Este processo de descoberta da personalidade e dos motivos do assassino agradou-me especialmente, pois, por estranho que pareça, por vezes cheguei mesmo a sentir empatia pela desgraça da personagem - como o autor diz: "todas as crianças nascem inocentes, o mundo é que as corrompe".

    O autor evoluiu imenso, quer ao nível da construção do enredo quer ao nível da maturação das personagens. O facto de termos capítulos - curtos, o que também ajuda - narrados sob várias perspetivas e com planos alternados dá-nos uma visão mais profunda da trama e faz-nos querer continuar a ler até chegarmos ao final.

    Aproveito ainda para congratular a editora, a Alma dos Livros, por ter apostado nesta série e por estar a publicá-la tão depressa em Portugal, uma vez que, já neste mês de Julho, vai ser publicado o quinto livro, "Sangue Frio". 

    "A Sombra da Noite" conquistou-me completamente e estou ansiosa por ler "Águas Profundas", o terceiro livro da série, e descobrir o que reserva o futuro a Erika Foster. Gostei mesmo muito!

Opinião sobre outros livros de Robert Bryndza:
 Música que aconselho para acompanhar a leitura: James Bay_Us

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Opinião sobre "A Rapariga no Gelo" (Detective Erika Foster #1) - Robert Bryndza

A Rapariga no Gelo
(Detective Erika Foster #1)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: The Girl On Ice (2016)
Tradução: Ana Lourenço
ISBN: 978-989-997-058-8
Nº de páginas: 336
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Quando um rapaz descobre o corpo de uma mulher debaixo de uma espessa camada de gelo num parque do sul de Londres, a inspetora-chefe Erika Foster é imediatamente chamada para liderar a investigação. A vítima, uma jovem bela e rica da alta sociedade londrina, parecia ter a vida perfeita. No entanto, quando Erika começa a investigar o seu passado, vislumbra uma relação entre aquele homicídio e a morte de três prostitutas, encontradas estranguladas, com as mãos amarradas, abandonadas nas águas geladas de outros lagos de Londres. 

     A sua última investigação deu para o torto, e agora Erika tem a carreira presa por um fio. Ao mesmo tempo que luta contra os seus demónios pessoais, enfrenta um assassino altamente mortífero e que se aproxima tanto mais dela quanto mais próxima ela está de expor ao mundo toda a verdade. Conseguirá Erika apanhar o assassino antes de ele escolher a próxima vítima? 

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

     "A Rapariga no Gelo" é o primeiro volume da série inspetora Erika Foster 
e a fusão entre o título misterioso, o espetacular design da capa, a sinopse promissora e as muitas críticas positivas que tem recebido levou-me a iniciar a leitura com grandes expectativas que, infelizmente, não vi totalmente correspondidas. Ainda assim, gostei bastante da história!

     Vive Londres a estação mais fria do ano quando é encontrado, sob uma espessa camada de gelo, o corpo de uma jovem mulher, Andrea, filha de uma importante família aristocrata do sul da cidade. Erika Foster, inspetora-chefe, é chamada para liderar a equipa de investigação do homicídio, e acaba por encontrar semelhanças com as circunstâncias da morte de três prostitutas, o que levanta a suspeita da existência de um possível assassino em série por detrás destes crimes.

     No entanto, a investigação vai sofrendo entraves à medida que segredos e mentiras ameaçam vir ao de cima, instalando-se um jogo de poder e pressões políticas, mesmo dentro da própria força policial. Erika tem como desafio contornar os obstáculos que vão aparecendo, tentando ao mesmo tempo conquistar a confiança e o respeito da sua equipa, descobrir o assassino e aprender a lidar com os seus próprios fantasmas. Conseguirá a inspetora apanhar o culpado antes que seja demasiado tarde para evitar uma nova vítima - ou para impedir que se torne, ela própria, a próxima rapariga no gelo?

    Erika é uma personagem que vai conquistando aos poucos. Se inicialmente pode parecer um pouco fria, rapidamente percebemos que essa é a sua forma de se proteger da dor e da culpa que sente pela morte do marido. Além disso, a sua carreira está também em risco, e a inspetora tem de lutar por se afirmar dentro do seio da sua equipa e da investigação que está a conduzir, mostrando-se uma mulher determinada e persistente no cumprimento do dever. 

    Apesar de a leitura ter sido um pouco lenta ao início, vai ganhando ritmo com o avançar da história, e Bryndza conseguiu manter a tensão e o suspense na dose necessária para cativar o leitor. Além disso, os capítulos curtos também contribuíram para a rapidez da leitura.

   Gosto sempre quando os autores introduzem capítulos narrados do ponto de vista do assassino - e esta vez não foi exceção -, porque permitem ao leitor ver a história através de uma outra perspetiva, ainda que por vezes meio distorcida. Ter acesso à mente do assassino, observar a forma como encara as situações, é algo que enriquece a experiência da leitura, e que a mim me agrada bastante.

     A verdade é que este não é um livro que se destaque particularmente dentro do género. O enredo está bem construído, a história é interessante e tem uma narrativa ágil, mas não há elementos que marquem significativamente pelo seu carácter macabro ou rocambolesco. Notei a falta de detalhes que afastassem este livro de outros policiais e senti que toda a história acabou por assentar demasiado em estereótipos. Os dramas familiares e as fragilidades da protagonista também não são propriamente uma inovação, mas apesar disso acabam por resultar, pois aproximam o leitor da personagem, ao revelar-lhe um lado mais humano e vulnerável. 

   No entanto, apesar das falhas apontadas, admito que li este livro muito rapidamente, pois o equilíbrio entre a escrita fluida do autor e a ânsia de mergulhar na teia de segredos e mentiras para descobrir o assassino manteve-me agarrada às páginas até o terminar. Foi, por isso, uma boa leitura, e tenciono continuar a acompanhar a série da inspetora Erika Foster. 

    Recomendo "A Rapariga no Gelo" principalmente a quem não costuma ler muitos policiais e que prefere uma história pouco gráfica em termos de violência.

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: James Bay_Us

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Novidade da Alma dos Livros - "A Rapariga no Gelo" (Detective Erika Foster #1)

Novidade da Alma dos Livros

A Rapariga no Gelo
(Detective Erika Foster #1)



De Robert Bryndza



Sinopse:

     Quando um rapaz descobre o corpo de uma mulher debaixo de uma espessa camada de gelo num parque do sul de Londres, a inspetora-chefe Erika Foster é imediatamente chamada para liderar a investigação.

A vítima, uma jovem bela e rica da alta sociedade londrina, parecia ter a vida perfeita. No entanto, quando Erika começa a investigar o seu passado, vislumbra uma relação entre aquele homicídio e a morte de três prostitutas, encontradas estranguladas, com as mãos amarradas, abandonadas nas águas geladas de outros lagos de Londres.

Ao mesmo tempo que luta contra os seus demónios pessoais, enfrenta um assassino altamente mortífero e que se aproxima tanto mais dela quanto mais próxima ela está de expor ao mundo toda a verdade. Conseguirá Erika apanhar o assassino antes de ele escolher a próxima vítima?

Que segredos esconde um coração sem vida?

    Robert Bryndza é autor, entre outros, do bestseller internacional A Rapariga no Gelo, n.o 1 na Amazon, no USA Today e no The Wall Street Journal. Os seus livros venderam cerca de dois milhões de exemplares e foram, até ao momento, traduzidos em 26 idiomas.

   Pode descobrir mais sobre o autor em www.robertbryndza.com, no Twitter e no Instagram @RobertBryndza

Opinião da Imprensa:

"De vez em quando, um livro faz-nos largar tudo... este é um desses livros!"_Crime Book Junkie

"Perfeição absoluta!... Mas que grandes reviravoltas! Houve momentos em que achei que tinha percebido tudo, mas estava mais do que errado! Um livro fantástico!"_The Eternal Optimist

"Uma leitura empolgante - depois de começar, é difícil largá-la."_Rachel Abbott

"Um dos thrillers mais emocionantes, dramáticos, tensos e fascinantes que alguma vez li."_Bookaholic Confession