terça-feira, 6 de novembro de 2018

Opinião sobre "O Último Fôlego" (Detective Erika Foster #4) - Robert Bryndza

O Último Fôlego
(Detective Erika Foster #4)
(Artigo de Opinião)


Autor: Robert Bryndza
Título Original: Last Breath (2017)
ISBN: 978-989-890-718-9
Nº de páginas: 328
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Quando o corpo torturado de uma mulher, jovem e bonita, é encontrado num contentor do lixo, com os olhos inchados e as roupas ensopadas em sangue, a inspetora-chefe Erika Foster é dos primeiros detetives a chegar ao cenário do crime. O problema é que, desta vez, o caso não lhe pertence.


    Enquanto luta para integrar a equipa de investigação, Erika envolve-se no processo e rapidamente encontra semelhanças com o assassínio não resolvido de outra mulher, quatro meses antes. Largadas ambas num contentor do lixo em parques de estacionamento diferentes, têm ferimentos idênticos - uma incisão fatal na artéria femoral da coxa esquerda... E, entretanto, é localizada uma terceira vítima em circunstâncias idênticas.


    Perseguindo as vítimas online, apresentando-se com identidades falsas, o assassino ataca mulheres jovens e bonitas de cabelo castanho comprido e desaparece misteriosamente, sem deixar qualquer pista. Como irá Erika apanhar um assassino que parece não existir?

   Enquanto decorre a investigação, outra rapariga é raptada quando esperava por um encontro. Erika e a sua equipa têm de a localizar, para não depararem com mais uma vítima mortal, e enfrentar um indivíduo terrivelmente sádico e perigoso.


   Alucinante, tenso e impossível de parar de o ler, O Último Fôlego mantém o leitor preso logo na primeira página, enquanto o livro se encaminha vertiginosamente para um final surpreendente.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião

      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

      Depois de "A Rapariga no Gelo", "A Sombra da Noite" e "Águas Profundas", parti para "O Último Fôlego", o quarto volume da série protagonizada pela inspetora-chefe Erika Foster, e que, apesar de não ter satisfeito completamente as minhas expectativas, foi ainda assim uma leitura muito boa.

      Uma jovem, no início da casa dos 20 anos, é encontrada morta num caixote do lixo, profundamente maltratada: o corpo espancado e mutilado indiciando a tortura de que fora alvo nos seus ultimos dias de vida, e um corte fatal na artéria femoral. 

    Após ter estado no local do crime e verificado a crueldade a que aquela mulher fora sujeita, Erika não consegue manter-se afastada do caso, assomada pelo desejo de apanhar o responsável por aquele crime hediondo. Disposta a engolir alguns sapos para pertencer à equipa que está a investigar o homicídio, a inspetora-chefe rapidamente estabelece a ligação entre o seu caso e o de uma outra jovem, encontrada alguns meses antes em condições semelhantes.

    Quando outra rapariga desaparece, instala-se então a dúvida sobre um potencial assassino em série, que utiliza falsos perfis nas redes sociais para aliciar as suas vítimas, marcando encontros com elas e raptando-as. No entanto, Erika não tem nenhuma pista para seguir, só lhe restando aguardar que o assassino cometa algum deslize - o que implica esperar que uma outra jovem corra perigo. Será Erika capaz de evitar uma nova morte?

     À semelhança de "A Sombra da Noite" - o segundo volume desta série e o meu preferido até à data -, descobrimos cedo a identidade do assassino, e temos, intercalados com a narrativa da investigação, capítulos dedicados à sua perspectiva. Isto poderia levar o leitor a perder algum interesse na história, mas Robert Bryndza já provou que consegue fazer com que este modelo resulte. No entanto, confesso que fiquei um pouco desiludida com a personalidade e motivação deste assassino. Dada a crueldade empregue nos crimes, esperava que o seu perpetrador fosse uma pessoa mais atormentada ou com motivos mais fortes, que, na sua cabeça, justificassem as suas ações. No entanto, a verdade é que se, por um lado, achei a explicação para os seus atos pouco interessante, por outro gostei que o autor fugisse um pouco àquela ideia de que os assassinos são pessoas forçosamente estranhas e com histórias profundamente dramáticas no seu passado.

    Relativamente à investigação propriamente dita, houve pormenores que não me convenceram totalmente. A trama está bem construída, mas, por vezes, senti que alguns desenvolvimentos - embora não demasiado forçados - entravam já no campo das coincidências pouco credíveis. Ainda assim, o facto de haver um assassino em série à solta - e cujo período entre os ataques se vai estreitando -, dá uma outra dinâmica à história, criando um clima de ansiedade e expectativa que impulsiona a leitura e acaba por suprimir esses aspetos menos bem conseguidos.



     Neste volume, vemos finalmente o início de um verdadeiro relacionamento entre Erika e Peterson, o que me agradou bastante. Erika é uma personagem que tem evoluído imenso, mostrando-se cada vez mais humana e revelando uma faceta mais carinhosa, mas sem nunca perder o seu espírito indomável e o seu carácter vincado. Aos poucos, tem vindo a aprender a lidar com a dor da perda e a aceitar sem medo uma nova oportunidade para ser feliz. Gostei muito de ver a ternura, a paciência e a dedicação de Peterson, respeitando sempre o espaço de Erika e compreendendo o luto e os receios da protagonista.

    Deixo uma pequena nota para o papel de destaque assumido pelas redes sociais neste livro - uma vez que o assassino recorria a estas para escolher e investigar as suas vítimas -, que convida a uma importante reflexão sobre o que nelas expomos - de forma ou não consciente -, na falsa ilusão de privacidade e controlo.

    Apesar de, na minha opinião, não ser o melhor livro da série, "O Último Fôlego" é ainda assim uma leitura viciante e surpreendente, que consegue cativar verdadeiramente o leitor. O ritmo crescente dos acontecimentos e o suspense inerentes a um bom policial, conjugados com a dimensão pessoal das personagens, faz desta uma série de sucesso, que tenho adorado ler - e a verdade é que devorei este livro! O final deixa entrever interessantes desenvolvimentos futuros para Erika, tanto a nível pessoal como profissional, e estou curiosa para ver qual a direção que o autor vai seguir em "Sangue Frio". Foi, portanto, uma leitura de que gostei bastante!


Opinião sobre outros livros de Robert Bryndza:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: John Mayer_Free Fallin'

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