(Artigo de Opinião)
Autora: Salley Vickers
Título Original: The Librarian (2018)
ISBN: 9789898979483
Nº de páginas: 312
Nº de páginas: 312
Editora: Cultura Editora
Sinopse
Em 1958, Sylvia Blackwell, recém-licenciada de uma das novas escolas de bibliotecários do pós-guerra, assume um emprego como Bibliotecária Infantil numa biblioteca degradada na vila de East Mole.
A sua missão é despertar o entusiasmo das crianças de East Mole pela leitura. Mas o caso amoroso de Sylvia com o médico da vila casado e a amizade com a sua filha precoce, o filho do vizinho e a neta negligenciada da senhoria acendem os preconceitos da comunidade, ameaçando-lhe o emprego e a própria existência da biblioteca, com consequências dramáticas para todos.
A Bibliotecária é um testemunho comovente da alegria de ler e do poder dos livros em mudar e inspirar todos nós.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Cultura Editora em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à Cultura Editora pelo gentil envio do livro.
Em "A Bibliotecária", estamos em 1958 e acompanhamos Sylvia, uma jovem bibliotecária que se muda para a pequena vila de East Mole para gerir a secção infantil da biblioteca local. Embora entusiasmada com o seu novo emprego, cedo se apercebe de que a sua missão não será tão fácil como previra, e terá de dar o seu melhor para conquistar os pequenos leitores, enquanto tenta também integrar-se na comunidade - que nem sempre lhe facilita a vida -, e gerir os sentimentos cada vez mais fortes que começa a nutrir por um homem casado.
Uma das coisas de que mais gostei neste livro foi, sem dúvida, a construção do ambiente e das personagens. Vickers consegue realmente transportar-nos para os espaços que descreve e apresenta-nos as personagens em todas as suas vertentes, tanto as boas como as más, o que só contribui para as tornar mais humanas aos olhos do leitor.
O leque de personagens, em especial as crianças - o pequeno Sam e as gémeas Jem e Pam (os novos vizinhos de Sylvia), Lizzie (a neta da nova senhoria) e Marigold (a precoce filha do médico da vila e voraz leitora), tanto dão uma dinâmica muito ternurenta à história, como são desencadeadores de grandes contrariedades e embaraços. A própria protagonista, com apenas 24 anos, sonhadora e ainda algo inocente, é também ela uma personagem de quem é fácil gostar e que inspira simpatia, quer pelo seu amor aos livros, quer pelas suas desventuras.
A escrita de Salley Vickers é fluida e fácil de ler, e rapidamente dei por mim embrenhada nesta teia de personagens e tropelias. Agradou-me o facto de que, embora o livro não seja palco de grande ação e a narrativa seja até bastante pacata, ainda assim rapidamente me vi agarrada à leitura, ansiosa por ver as novas aventuras de Sam, das gémeas, de Lizzie e de Marigold; as quezílias com alguns dos habitantes de East Mole, e, principalmente, o desenrolar do romance proibido de Sylvia com o médico casado.
No entanto, tenho de admitir que um determinado final não me deixou totalmente convencida. Simpatizei tanto com a protagonista - uma rapariga determinada e trabalhadora -, que queria que a autora nos contasse o seu final feliz, mas, na verdade, compreendo a opção de deixar espaço à imaginação do leitor. Ainda assim, sinto que o livro teria ficado a ganhar se esse desfecho tivesse sido um pouco mais desenvolvido.
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Keane (cover de Elsa Roses)_Somewhere Only We Know
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