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sexta-feira, 30 de junho de 2017

Opinião sobre "O Amor Que Nos Une" (As Guerreiras Maxwell #2) - Megan Maxwell

O Amor Que Nos Une
(As Guerreiras Maxwell #2)
(Artigo de Opinião)



Autora: Megan Maxwell
Título Original: Desde donde se domine la llanura (2012)
Tradução: António Carlos Carvalho
ISBN: 978-989-657-944-9
Nº de páginas: 392
Editora: Editorial Planeta


Sinopse


      A história, tal como no livro anterior, é passada na Inglaterra do século XIV.

    Gillian é conhecida entre os membros do seu clã, como a Desafiadora, devido à personalidade indomável, que sendo uma das suas melhores características é também uma maldição

Apaixonada por Niall desde a infância, viveram uma linda história de amor que acabou quando ele partiu para a guerra sem se despedir dela. Gillian jurou que jamais o perdoaria.

    Niall, no entanto, é tão teimoso e orgulhoso como a amada. Agora que regressou, voltam a encontrar-se, mas nenhum está disposto a dar o braço a torcer. Mas a vida é caprichosa e a paixão começa a apoderar-se outra vez deles. 

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Editorial Planeta em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Começo por agradecer à Editorial Planeta pelo gentil envio do livro.

      "Desejo Concedido" (opinião aqui) iniciou a série d'As Guerreiras Maxwell - que decorre nas Terras Altas escocesas, no século XIV, e que é protagonizada por mulheres fortes e irreverentes, e por corajosos e atraentes highlanders - com a história de Megan e de Duncan. Chegou agora "O Amor Que Nos Une", que narra o romance entre Niall e Gillian - um casal que já me tinha despertado o interesse -, mas que não me cativou tanto quanto esperava.

     Niall McRae e Gillian McDougall conhecem-se desde crianças, e desde cedo nutriram fortes sentimentos um pelo outro, chegando mesmo a estar noivos. No entanto, quando Niall teve de partir para a guerra, Gillian jurou não o perdoar; e o mesmo aconteceu com ele que, quando voltou após servir o seu rei, descobriu que a amada já não o queria ver. E assim, ao longo dos anos, têm andando às avessas, provocando-se mutuamente e desejando-se em segredo. 

      Tudo muda quando, no enlace do irmão de Gillian, Axel, vem ao de cima um acordo feito pelo pai deles, em que promete a mão da filha em casamento a Ruarke, um detestável e repugnante homem, se esta não estiver já casada no dia em que completar vinte e seis anos. Face à ameaça de perder a amada, Niall tem de decidir se estará disposto a perdoar Gillian e a unir a sua vida à dela, ou se preferirá perdê-la para sempre. 

    Em "Desejo Concedido", fiquei particularmente interessada na história de Niall e Gillian, que estavam sempre a desafiar-se, pelo que aguardava com alguma expectativa este novo volume. Porém, tendo em conta o que já conhecíamos das personagens, estranhei a forma como transitou a interação deles, do primeiro para o segundo livro. Tendo em conta que já tínhamos a ideia da atração que ambos nutriam, senti que houve, logo à partida, uma regressão destes sentimentos, pois a frieza com que se tratam no início de "O Amor Que Nos Une" não condiz exatamente com algumas das cenas já vivenciadas.

       À semelhança de Megan, Gillian é uma rapariga teimosa, corajosa e impulsiva, mas é também bastante mais dramática e infantil. Mesmo gostando de Niall, faz os possíveis para contrariar esses sentimentos e por impôr a sua vontade, sem se importar com os problemas que resultam das suas atitudes algo mimadas. Ainda assim, agradou-me o seu espírito guerreiro e a sua bondade.

   Niall, ao contrário de Duncan - que era mais sisudo e controlado -, é bastante mais descontraído e brincalhão, mas também mais imaturo. Empenhado em fazer Gillian pagar pelo sofrimento que lhe causou com a sua indiferença, acaba por ter atitudes bastante acriançadas que, se bem que umas vezes divertem, noutras acabam por cansar. No entanto, os guerreiros do seu selvagem clã fizeram-me rir bastante.
   
   Tal como esperava, neste volume não só reencontramos personagens bem conhecidas do volume anterior, como conhecemos também os filhos delas. Gostei particularmente das cenas em que as crianças participavam, principalmente as protagonizadas pelas filhas de Megan e Duncan que, embora ainda pequeninas, já demonstram ter a força, o carácter e também a teimosia da mãe. São , de facto, várias as novas personagens que conhecemos neste livro, das quais destaco ainda Cris, uma jovem destemida que se torna amiga de Gillian, e os guerreiros de Niall, que, aos poucos, se vão rendendo à petulância e à audácia da nova senhora McRae.

    O meu interesse nesta série tem-se prendido ao ambiente medieval escocês, às personalidades fortes das personagens femininas e à leveza geral da história. Porém, a estrutura deste livro é muito semelhante à do anterior e os problemas mantêm-se: os protagonistas chateiam-se, metem-se em problemas, fazem as pazes para, de  seguida, se zangarem novamente. Frustrou-me particularmente o facto de grande parte dos conflitos ser gerado pela falta de diálogo, e de estes se alongarem exatamente pelo mesmo motivo, pois acaba por tornar-se aborrecido o foco ser constantemente as zaragatas de Niall e Gillian.

     Além disso, comecei a sentir que a base de todas as personagens era bastante similar, sendo que só mudavam alguns dos aspetos relativos às personalidades, o que acabou por também contribuir para a repetitividade da trama. A certo ponto da leitura, a sensação com que fiquei foi a de que toda a história girava em torno do mesmo assunto, e que as personagens também divergiam pouco em termos de carácter, o que me desiludiu um pouco. 

     A escrita de Maxwell continua bastante leve e com muitos diálogos e a leitura é rápida e divertida, devidos às várias cenas caricatas entre Niall e Gillian. Todavia, mais uma vez, tenho a apontar o facto de que as falas e as atitudes das personagens não se adequam ao tempo da história, e continuo a sentir que a autora poderia explorar mais a ideia dos highlanders, abordando a vertente da cultura escocesa.

     Apesar de ter esperado elementos mais inovadores nesta leitura, que acentuassem a diferença relativamente ao primeiro livro, esta foi uma leitura divertida e pouco complexa e um romance agradável para um dia de Verão. Quem gostou da construção de personagens e de enredo de "Desejo Concedido", vai também apreciar "O Amor Que Nos Une". Mesmo não tendo gostado tanto como desejava, continuo curiosa para ver o que reservará o terceiro volume d'As Guerreiras Maxwell, que sairá já em setembro.

Opinião sobre outros livros de Megan Maxwell:


 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Ed Sheeran_Nancy Mulligan

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Opinião sobre "Desejo Concedido" (As Guerreiras Maxwell #1) - Megan Maxwell

Desejo Concedido
(As Guerreiras Maxwell #1)
(Artigo de Opinião)



Autora: Megan Maxwell
Título Original: Deseo Concedido (2009)
Tradução: Ana Maria Pinto da Silva
ISBN: 978-989-657-891-6
Nº de páginas: 512
Editora: Editorial Planeta


Sinopse


       A história é passada na Inglaterra do século XIV.

   Lady Megan Phillips é uma jovem muito bela e lutadora que tem a seu cargo dois irmãos mais novos.

     A vida não tem sido fácil, porque nasceu com uma personalidade de autêntica guerreira, que não se verga diante de ninguém nem de nada.

   O highlander Ducan McRae, mais conhecido como o Falcão, é um homem acostumado a chefiar exércitos, comandar batalhas e sair vitorioso de todas.

   Mas ao chegar ao castelo de Dunstaffnage para assistir ao casamento do amigo Axel McDougall, encontra-se com o maior desafio da vida, alguém com quem não está habituado a lidar: lady Megan Phillips, uma morena que não tem medo de nada.

   Assombrado pelo descaramento e impetuosidade da jovem, o Falcão não consegue afastar os seus olhos verdes dela e, após fazer uma promessa ao avô da jovem, vê-se unido a lady Megan num casamento que durará um ano e um dia.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Editorial Planeta em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Começo por agradecer à Editorial Planeta pelo gentil envio do livro.

   "Desejo Concedido" é o primeiro volume da série As Guerreiras Maxwell, cuja história se passa nas Terras Altas da Escócia, com os famosos highlanders. Talvez por ter partido para a leitura com as expetivas pouco elevadas, acabei por gostar mais da história do que esperava.

    Megan, Shelma e Zac Philips são três orfãos que vivem com os odiosos tios em Dunhar, Inglaterra, e que se veem obrigados a fugir para junto do avô, em Dunstaffnage, Escócia, para evitarem casamentos forçados com homens vis. Cansados de sentirem que não pertencem a lado nenhum por serem filhos de pai inglês e mãe escocesa, os três irmãos vivem uma vida pacata junto do avô, no clã McDougall. Tudo muda quando, para o casamento do Laird, Axel McDougall, vêm outros highlanders, cavaleiros das Terras Altas, e as duas irmãs conhecem Duncan McRae e Lolach McKenna.

     Megan e Duncan  sentem uma atração à primeira vista, mas a divergência das suas personalidades leva a que passem a vida a discutir. Porém, uma promessa feita ao avô de Megan, vai uni-los num casamento que durará um ano e um dia. Todavia, conseguirão os dois aguentar viver como marido e mulher até ao fim do prazo? Serão as suas personalidades demasiado incompatíveis? Ou poderá, quiçá, surgir uma pequena chama de amor entre eles?

    As grandes intrigas neste livro são realmente as zangas entre Megan e Duncan. Apesar de ter achado algumas divertidas, considero que as constantes discussões acabaram por se tornar um pouco repetitivas, principalmente tendo em conta que a maioria dos conflitos poderiam ter sido evitados se os protagonistas tivessem comunicado devidamente. Há ainda o facto de todos estas confusões se resolverem demasiado depressa, sem grandes consequências na maioria dos casos, para depois se repetirem. Falta um problema maior e mais complicado, que dê consistência à história e que alterne com as interações quotidianas das personagens.

   A escrita de Maxwell é bastante fluída e com muitos diálogos - se bem que, por vezes, estes têm pouco sem sentido -, mas nem sempre é a mais adequada para a época. Temos bastantes partes divertidas e caricatas, e dei por mim a rir-me dos pensamentos e das condutas das personagens. No entanto, gostava que a autora tivesse explorado melhor o ambiente e a época em que se passa a história. Estamos na Escócia, no século XIV, e as Terras Altas estão divididas em clãs, na altura em que ainda se testa a recém adquirida independência. Tendo em conta o tempo em que a narrativa acontece, esperava que Maxwell se tivesse debruçado mais sobre a cultura e as tradições dos highlanders, em vez de se focar tanto nas discussões dos protagonistas. Além disso, apesar de ter apreciado a vertente feminista, as atitudes de Megan não são as mais condizentes com o papel da mulher na sociedade escocesa do séculos XIV.

   A história não tem nenhum elemento realmente inovador, pelo que são as relações entre as personagens que se tornam mais marcantes. Gostei das personagens em geral, embora não tenha concordado com algumas ações destas, nem com a forma como a autora optou por delinear a trama. Senti que a autora tentou criar protagonistas femininas com uma personalidade forte e vincada, e que lutam pela independência, mas penso que não conseguiu alcançar verdadeiramente o objetivo pois, apesar de Megan ser bastante teimosa e de se insurgir quando acha que algo está errado, acaba por ceder muito facilmente aos encantos de Duncan. Tudo isto, conjugado com o facto de algumas das suas atitudes terem um carácter bastante infantil, acaba por torná-la um pouco irritante e mimada.

    Duncan é um homem atraente e corajoso, conhecido pela sua fama de mulherengo e de guerreiro bravo. Laird do clã McRae, acaba por preocupar-se significativamente com a opinião que os seus guerreiros poderão ter sobre si, o que leva a alguns problemas com Megan, que nem sempre consegue controlar a sua rebeldia. Tendo em conta os climas social e político do século XIV, o seu comportamento machista e autoritário é em parte justificado. Porém, é engraçado ver as mudanças que Megan vai introduzindo na sua vida e na sua forma de ver as coisas, nomeadamente no que toca ao amor.

   A personagem de que menos gostei foi Shelma. No início, mostra-se uma mulher de ideais bem traçados, como a irmã, mas, ao longo da história, acaba  por modificar a sua maneira de ser para se encaixar na nova posição social e para agradar ao marido. Não gostei do facto de não se ter mantido fiel a si própria e, pior ainda, por ter criado bastantes confusões a Megan.


     O final é, como esperado, consideravelmente previsível. Porém, gostei da forma como autora terminou o capítulo da história de Megan e Duncan, deixando em aberto o que se seguirá na história de outras personagens...

    "Desejo Concedido" é uma leitura divertida, simples e pouco exigente, com personagens femininas fortes e independentes, mas que cativam pela sua irreverência. Apesar de, por vezes, ter achado o enredo um pouco repetitivo, acabei por me afeiçoar às personagens e tive alguma pena quando tive de me despedir delas. No entanto, se os outros livros seguirem o mesmo registo deste, penso que nos voltaremos a cruzar com Megan e com Duncan. Estou bastante curiosa para saber como resolverá Niall o seu problema com Gillian, no próximo volume, "O Amor Que Nos Une". Gostei!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: When You're Gone_Avril Lavigne