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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Opinião sobre "O Contador de Estórias" - DeMoura

O Contador de Estórias
(Artigo de Opinião)


Autor: DeMoura
ISBN: 978-989-8761-01-9
Nº de páginas: 200
1ª Edição - Setembro de 2014
Editora: 4Estações


Sinopse


    Com temas, cenários e personagens totalmente distintos, estes dez contos muito criativos formam, no seu conjunto, um painel multifacetado de um mundo terrível e maravilhoso, generoso e cruel, onde se cruzam vidas singulares, insignificantes, criativas, inúteis, bondosas e maléficas.

       Escrito num estilo informal, solto e com grande apelo visual, permitem ao leitor usufruir do texto quase como se assistisse a um filme ou ouvisse um relato oral.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela 4Estações em troca de uma opinião sincera


Opinião


      Agradeço à 4Estações Editora pelo gentil envio deste livro.

    "O Contador de Estórias" é uma coletânea de dez contos com temáticas diversas e originais, personagens pitorescas e cenários improváveis. Com um carácter mais pessoal ou moralizante, estas são "estórias" que divertem.

     O autor começa por contextualizar estes contos, evocando a imagem do tio Alexandre - a persona a quem atribui a origem deles e a quem se propõe homenagear com este livro -, recordando a infância e o prazer que era ouvir as histórias contadas de modo vibrante por esta figura tão peculiar e atrativa. Desprende-se emocionalmente delas ao frisar que, mesmo que estas sejam contadas na primeira pessoa, tal não implica que sejam verídicas - embora, ao longo do livro, o leitor possa tirar as suas próprias ilações sobre o que será, de facto, fruto da imaginação, e o que é baseado em experiências reais - como penso que será o caso do conto "O Prisioneiro". O certo é que a breve introdução consegue, à partida, despertar a curiosidade.

      O livro começa com "Miúra", um conto que permite refletir sobre a brutalidade das touradas, ao analisá-las sobre a perspetiva do próprio touro. Segue-se "O Ciúme", uma história que evidencia o impacto do ciúme e das deduções precipitadas, resultantes de um mal-entendido, numa relação amorosa. Gostei do final dado a este conto.

     "O Velho Marinheiro" narra a história de um pintor com uma carreira estagnada que busca inspiração e que, ao encontrá-la, esquece as noções morais e éticas, predispondo-se a tudo para garantir a imortalização daquela expressão do modelo. Já em "O Plágio", conhecemos um pintor que escreve, misteriosamente, dois contos de uma qualidade exacerbada - no final deste conto deparamo-nos, mais uma vez, com a fértil imaginação do autor, ao constatarmos a explicação encontrada para a escrita dessas duas obras maravilhosas.

      "Tia Rosa" relata a aventura de dois irmãos que, ao concretizarem uma viagem há muito desejada, se deparam com o cadáver da sua tia e se propõem levá-lo de volta a casa. São muitas as peripécias presentes neste conto, intercaladas com a visão de Gabriel, um carpinteiro, que acaba por também ter uma papel fundamental na grande aventura dos dois jovens.

      "Professor Napoleão" fala-nos de um professor que começa a perder a memória e, no desejo de recuperá-la, consulta um especialista que lhe apresenta uma proposta inovadora - a implantação de um chip no cérebro que promete, não só, a recuperação da memória, como também a capacidade de saber a resposta a todas as perguntas colocadas. Obviamente, nem tudo corre bem... Gostei do desfecho do conto e das possibilidades deixadas em aberto, ao juízo do leitor.

      "Zuluaga" apresenta-nos a história de um empreendedor e de um chefe da polícia que se deixam ludibriar pela possibilidade de ficarem ricos com um elixir que faz crescer cabelo. Este é um conto que evidencia como o desejo de riqueza pode enlouquecer um homem.

       "Una Birra Presto" é, talvez, o conto mais elaborado do livro. Começa por nos falar da infância de JB e do caminho percorrido por este até se tornar quem é hoje, um bem sucedido empresário. A primeira parte do conto é dedicada quase exclusivamente ao duro processo de ascensão de JB e à ajuda prestada por Gino - um marinheiro que o tratava como a um filho e que lhe deu as indicações e o apoio para que este se iniciasse no mundo dos negócios. Numa segunda fase, é importada uma nova personagem - um sagui que, ao fim de algum tempo a aprender os hábitos de JB, decide introduzir a sociedade capitalista na sua floresta virgem, tentando impôr aos animais o modo de vida dos humanos. Este conto permite-nos refletir sobre a forma como é gerida a nossa sociedade e sobre quais os valores que realmente importam.

     "O Pesadelo" foi uma das minhas histórias preferidas, possivelmente pela sua componente romântica e histórica. Conta a história de dois desconhecidos, unidos por uma inexplicável familiaridade, que acabam por se apaixonar. Um pesadelo é a chave que vem desvendar aquela estranha ligação de vidas passadas.

       "O Prisioneiro" é a história de um preso político. Passada nos tempos negros de Portugal, durante a ditadura Salazarista, retrata o sofrimento de um homem sujeito às brutalidades do sistema e da polícia política da época. Incute uma reflexão sobre o valor da liberdade através de um relato marcante e de grande intensidade.

    Por fim, com "Finalmente", o autor brinca com o leitor, jogando com a dicotomia entre passado e futuro - atravessando o presente - e leva-o a questionar-se sobre o que é, ou não, verdade.

       Alguns marcados com um ritmo mais lento e, outros, com um tom mais acelerado, o certo é que estes contos cumprem aquilo a que se propõem - divertem o leitor. Com uma escrita muito agradável - embora, por vezes, marcada por algumas expressões em português do Brasil, denotando o período que o autor lá passou - estas histórias acabam por guiar quem as lê num exercício de reflexão, transmitindo todas elas uma mensagem. O único reparo que tenho a fazer, prende-se com a capa: na minha opinião, esta poderia ter uma imagem mais apelativa, ajudando logo, à partida, na conquista do leitor.

    Acabei por gostar mais deste "O Contador de Estórias" do que inicialmente supus. Os contos conseguiram cativar-me e proporcionar-me bons momentos de leitura! Gostei!


 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Litttle Bird_Ed Sheeran
(https://www.youtube.com/watch?v=YdOF_qYWx-s)

domingo, 5 de junho de 2016

#35 - Resultado do Passatempo: Livro "O Contador de Estórias" - 4Estações/O Castor de Papel (Especial 1º Aniversário)

É com grande satisfação que anuncio o vencedor do passatempo realizado em parceria com a 4Estações/O Castor de Papel - o sorteio de um exemplar de "O Contador de Estórias", de DeMoura!




Este sorteio contou com 152 números a sorteio e o vencedor foi escolhido através do site random.org. E o números vencedor é o...



...6! Que corresponde à participação de Anabela (...) Margaça, de Lisboa.

Parabéns à vencedora! Já foi enviado um e-mail para confirmar os dados do envio do prémio.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Divulgação: "O Contador de Estórias" - 4Estações Editora

 Publicado pela 4Estações Editora

O Contador de Estórias



De DeMoura



Sinopse: 


    Com temas, cenários e personagens totalmente distintos, estes dez contos muito criativos formam, no seu conjunto, um painel multifacetado de um mundo terrível e maravilhoso, generoso e cruel, onde se cruzam vidas singulares, insignificantes, criativas, inúteis, bondosas e maléficas.

       Escrito num estilo informal, solto e com grande apelo visual, permitem ao leitor usufruir do texto quase como se assistisse a um filme ou ouvisse um relato oral.

     Neste livro de contos encontrará dez com os mais variados temas, escritos num estilo fluido e com marcado suspense, como que o relato oral de um personagem imaginário.
     Deparar-se-á com grande diversidade, acredite, desde as agruras de um touro na arena até ao profundo sofrimentos de um ciumento por imaginar o irreal. Além de um caso muito mal explicado de um plágio de um conto, incrível obra de um pintor, saberá sobre a via crucis de um professor com um chip implantado no cérebro. E mais, o sonho quimérico de um agente de viagens em produzir um elixir anticalvície e, também, um doloroso e inquietante caso de regressão absolutamente confirmado. Ainda, mais, a aventura de um sagui que convive na sociedade e que depois deseja implantar a sociedade de consumo na floresta. Numa outra estória, as peripécias extraordinárias de dois rapazes às voltas com o cadáver de uma tia... e com bandidos. Finalmente, acompanhará o longo passar das horas de um prisioneiro político no Aljube, injuriado pelas constantes badaladas do sino da Sé, e não só.

     DeMoura é o nome literário de Mário mendes de Moura, editor durante sessenta anos no Brasil (Fundo de Cultura, Páginas, Vértice, etc.), em Espanha (PluralSingular) e Portugal (Pergaminho, Arte Plural, Bico de Pena e Vogais & Companhia). Editou globalmente mais e três mil títulos e para além de quarenta milhões de exemplares. Emigrado de Portugal após a faculdade, em razão da sua militância antifascista (MUD juvenil), viveu fora do país quarenta anos, na Venezuela, no Canadá, e sobretudo no Brasil. Com 21 anos escreveu O Campismo na Vida Moderna (Biblioteca Cosmos) em apoio ao seu esforço de introdução do campismo desportivo em Portugal.

     Em finais de 2010, após a venda da Vogais & Companhia, desfruta de alguns anos sabáticos... mais leituras e viagens. A partir de 2013 (aos 89 anos) dedica-se à escrita, sendo este o seu quarto título. Os anteriores foram uma novela e dois livros de contos, em pequenas edições digitais destinados a familiares e amigos.

     O Escultor de Almas, assim como O Contador de Estórias, são os primeiros títulos publicados na coleção Estação Primavera e nesta editora.