(Artigo de Opinião)
Autora: Kiera Cass
Título Original: The Selection (2012)
Tradução: Alexandra Cardoso
ISBN: 978-989-754-123-0
Nº de páginas: 292
Nº de páginas: 292
1ª Edição - Outubro de 2014
Editora: Marcador
Sinopse
Para trinta e cinco raparigas, A Seleção é a oportunidade de uma vida.
É a possibilidade de escaparem de um destino que lhes está traçado desde o nascimento, de se perderem num mundo de vestidos cintilantes e joias de valor inestimável e de viverem num palácio e competirem pelo coração do belo Príncipe Maxon.
No entanto, para America Singer, ser selecionada é um pesadelo. Terá de virar as costas ao seu amor secreto por Aspen, que pertence a uma casta abaixo da sua, deixar a sua família para entrar numa competição feroz por uma coroa que não deseja, e viver num palácio constantemente ameaçado pelos ataques violentos dos rebeldes.
Mas é então que America conhece o Príncipe Maxon. Pouco a pouco, começa a questionar todos os planos que definiu para si mesma e percebe que a vida com que sempre sonhou pode não ter comparação com o futuro que nunca imaginou.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela editora Marcador em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à Marcador pelo gentil envio do livro "A Seleção", o primeiro volume de uma série composta por cinco livros que decorre numa América futurista, Illéa.
Primeiramente, não posso deixar de referir o quão maravilhosa é esta capa (e esta lombada!). O vestido, a cor, os espelhos: todos os elementos se conjugam para nos transportar, desde logo, para um mundo de princesas e contos de fadas.
Em Illéa, uma monarquia em que a sociedade se encontra dividida em castas, o príncipe Maxon Schreave está na idade de casar. Para tal, à semelhança do que aconteceu com o seu pai, organizar-se-á a Seleção, uma espécie de competição entre trinta e cinco mulheres, - uma proveniente de cada distrito - e que culminará com a eleição da futura rainha e mulher do príncipe.
America Singer é uma jovem cantora de dezassete anos, proveniente de uma das castas mais baixas. Mantém um namoro secreto com Aspen, um rapaz de uma casta inferior e, inicialmente, recusa participar na Seleção. Acaba por ir para o palácio, onde planeia aproveitar o conforto e a comida o máximo tempo possível, mas sem pretender fazer qualquer esforço para agradar ao príncipe, pois não tenciona ser a escolhida.
Mas o que começa por ser um acordo, evolui para uma verdadeira amizade e, talvez, até algo mais. Mas ela ainda não esqueceu Aspen... Será America mandada para casa? E quem irá Maxon escolher?
Gostei bastante de America. Tem uma personalidade forte, sabe o que quer e não teme dizer o que pensa. Apesar de vir de uma das castas mais baixas - a casta Cinco, a dos artistas -, não se deixa deslumbrar pela vida no palácio nem pelas mordomias que dela resulta. É divertida e preocupa-se com as pessoas, mantendo um espírito humilde. Espero que se conserve assim nos próximos volumes.
Maxon pareceu-me um rapaz bondoso, mas um pouco ingénuo e inseguro. Sente o peso da responsabilidade e das burocracias por saber que em breve irá governar Illéa, mas percebe-se que não conhece o povo, e as dificuldades por que este passa, como deveria. De certa forma enclausurado no palácio, tem pouco contacto com a realidade da vida fora dele, e chega a ser caricata a falta de jeito quando aborda America.
Agradou-me o facto de America ir para o palácio previamente apaixonada, e que tenha deixado claras as suas intenções a Maxon desde o início. Porém, acredito que este tenha abalado as suas convicções ao provar-lhe que estava enganada a seu respeito, e que é, afinal, um doce cavalheiro e um futuro monarca que se preocupa com o bem-estar do povo.
Relativamente a Aspen, o primeiro namorado de America, tenho a dizer que a personagem não me convenceu. Apesar de aparentar uma atitude altruísta, não gostei da forma como se comportou nas (poucas) vezes que apareceu. Além disso, achei um pouco forçada a forma como voltou à história, perto do final do livro.
As candidatas da Seleção têm personalidades diferentes. No início, é possível notar um clima de alguma tensão entre elas, mas que se vai dissipando à medida que se vão conhecendo melhor. Marlee acaba por tornar-se amiga de America, enquanto Celeste demonstra ser uma pessoa odiosa e mesquinha.
Este livro é considerado uma distopia, embora, na minha opinião, raramente apresente traços distópicos. Gostava que a autora tivesse explorado melhor o mundo e a história de Illéa, bem como as condições que presidiram à sua formação. Acabamos por só ter um vislumbre do sistema de castas - e das desigualdades sociais que este implica - e dos ataques dos rebeldes, sem nunca chegarmos a perceber completamente quem são e o que os motiva.
A verdade é que também tive alguma dificuldade em conseguir situar a ação temporalmente: se, por um lado, Illéa é referida como uma América futurista, a ideia contrária é passada através do sistema de castas, da vida no palácio e até dos meios de comunicação.
A escrita de Kiera Cass é leve e a história exige pouca concentração da parte do leitor, pelo que a leitura rapidamente se torna ávida e viciante. A falta de momentos mais aborrecidos, principalmente devido às peripécias entre America e Maxon e do processo de Seleção, torna difícil pousar o livro e interromper a leitura.
"A Seleção" oferece-nos uma ponta de um universo de príncipes e princesas, de palácios e contos de fadas, mas num contexto mais atual. Já é possível encontrar, neste primeiro livro, indícios de um triângulo amoroso, que deverá estender-se nos próximos volumes. Espero que o próximo livro colmate as falhas deste, e que se revele uma leitura ainda melhor! Gostei muito e estou pronta para entrar n'A Elite!
Primeiramente, não posso deixar de referir o quão maravilhosa é esta capa (e esta lombada!). O vestido, a cor, os espelhos: todos os elementos se conjugam para nos transportar, desde logo, para um mundo de princesas e contos de fadas.
Em Illéa, uma monarquia em que a sociedade se encontra dividida em castas, o príncipe Maxon Schreave está na idade de casar. Para tal, à semelhança do que aconteceu com o seu pai, organizar-se-á a Seleção, uma espécie de competição entre trinta e cinco mulheres, - uma proveniente de cada distrito - e que culminará com a eleição da futura rainha e mulher do príncipe.
America Singer é uma jovem cantora de dezassete anos, proveniente de uma das castas mais baixas. Mantém um namoro secreto com Aspen, um rapaz de uma casta inferior e, inicialmente, recusa participar na Seleção. Acaba por ir para o palácio, onde planeia aproveitar o conforto e a comida o máximo tempo possível, mas sem pretender fazer qualquer esforço para agradar ao príncipe, pois não tenciona ser a escolhida.
Mas o que começa por ser um acordo, evolui para uma verdadeira amizade e, talvez, até algo mais. Mas ela ainda não esqueceu Aspen... Será America mandada para casa? E quem irá Maxon escolher?
Gostei bastante de America. Tem uma personalidade forte, sabe o que quer e não teme dizer o que pensa. Apesar de vir de uma das castas mais baixas - a casta Cinco, a dos artistas -, não se deixa deslumbrar pela vida no palácio nem pelas mordomias que dela resulta. É divertida e preocupa-se com as pessoas, mantendo um espírito humilde. Espero que se conserve assim nos próximos volumes.
Maxon pareceu-me um rapaz bondoso, mas um pouco ingénuo e inseguro. Sente o peso da responsabilidade e das burocracias por saber que em breve irá governar Illéa, mas percebe-se que não conhece o povo, e as dificuldades por que este passa, como deveria. De certa forma enclausurado no palácio, tem pouco contacto com a realidade da vida fora dele, e chega a ser caricata a falta de jeito quando aborda America.
Agradou-me o facto de America ir para o palácio previamente apaixonada, e que tenha deixado claras as suas intenções a Maxon desde o início. Porém, acredito que este tenha abalado as suas convicções ao provar-lhe que estava enganada a seu respeito, e que é, afinal, um doce cavalheiro e um futuro monarca que se preocupa com o bem-estar do povo.
Relativamente a Aspen, o primeiro namorado de America, tenho a dizer que a personagem não me convenceu. Apesar de aparentar uma atitude altruísta, não gostei da forma como se comportou nas (poucas) vezes que apareceu. Além disso, achei um pouco forçada a forma como voltou à história, perto do final do livro.
As candidatas da Seleção têm personalidades diferentes. No início, é possível notar um clima de alguma tensão entre elas, mas que se vai dissipando à medida que se vão conhecendo melhor. Marlee acaba por tornar-se amiga de America, enquanto Celeste demonstra ser uma pessoa odiosa e mesquinha.
Este livro é considerado uma distopia, embora, na minha opinião, raramente apresente traços distópicos. Gostava que a autora tivesse explorado melhor o mundo e a história de Illéa, bem como as condições que presidiram à sua formação. Acabamos por só ter um vislumbre do sistema de castas - e das desigualdades sociais que este implica - e dos ataques dos rebeldes, sem nunca chegarmos a perceber completamente quem são e o que os motiva.
A verdade é que também tive alguma dificuldade em conseguir situar a ação temporalmente: se, por um lado, Illéa é referida como uma América futurista, a ideia contrária é passada através do sistema de castas, da vida no palácio e até dos meios de comunicação.
A escrita de Kiera Cass é leve e a história exige pouca concentração da parte do leitor, pelo que a leitura rapidamente se torna ávida e viciante. A falta de momentos mais aborrecidos, principalmente devido às peripécias entre America e Maxon e do processo de Seleção, torna difícil pousar o livro e interromper a leitura.
"A Seleção" oferece-nos uma ponta de um universo de príncipes e princesas, de palácios e contos de fadas, mas num contexto mais atual. Já é possível encontrar, neste primeiro livro, indícios de um triângulo amoroso, que deverá estender-se nos próximos volumes. Espero que o próximo livro colmate as falhas deste, e que se revele uma leitura ainda melhor! Gostei muito e estou pronta para entrar n'A Elite!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Good For You_Selena Gomez
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