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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Opinião sobre "A Rapariga Que Sobreviveu" (Agente Especial Tess Winnett #2) - Leslie Wolfe

A Rapariga Que Sobreviveu
(Agente Especial Tess Winnett #2)
(Artigo de Opinião)


Autora: Leslie Wolfe
Título Original: The Watson Girl (2017)
ISBN: 9789898999115
Nº de páginas: 320
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Laura testemunhou a morte da família, mas o choque apagou-lhe da memória tudo o que aconteceu nessa fatídica noite. O assassino pode ser qualquer pessoa. Enquanto a polícia procura que ela se recorde do que sucedeu, o homicida vai tentar matar a única testemunha viva do crime: ela.

    Por puro instinto de sobrevivência, a menina de cinco anos escondeu- se até que os gritos acabassem. A seguir, um silêncio mortal invadiu a casa. Isto foi há quinze anos. Durante esse tempo, Laura Watson acreditou que o assassino da família se encontrava preso, aguardando a execução no corredor da morte. Mas, enquanto tenta seguir com a vida junto da família adotiva, não consegue libertar-se do medo e da incerteza de um dia se lembrar do que ocorreu. Quando uma aclamada psicóloga propõe a Laura ajudá-la a recuperar as lembranças, ela aceita, ansiosa por lançar alguma luz sobre o seu passado adormecido.

    O que não sabe é que, quanto mais mergulha nas memórias, mais se torna um alvo para o assassino, que está à solta e não pode permitir que a verdade seja desvendada.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera

Opinião
     
      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

    Segundo volume da série protagonizada pela Agente Especial Tess Winnet (podem ler a minha opinião sobre o primeiro livro, "A Rapariga Sem Nome", aqui), "A Rapariga Que Sobreviveu" foi uma leitura que não correspondeu totalmente às minhas expetativas...

    Com apenas 5 anos, Laura Watson testemunhou a morte de toda a sua família às mãos de um assassino cruel, sobrevivendo por se ter escondido do atirador. Agora, 15 anos mais tarde, Laura refez a sua vida, mas continua, no seu íntimo, atormentada por não conseguir recordar-se do que aconteceu naquela trágica noite.

     A Agente Especial Tess Winnet é enviada ao corredor da morte para rever os pormenores dos casos de que é acusado o "Homem de Família" - a quem é também atribuído o assassinato da família Watson -, e cuja data de execução está próxima. E é aí que, ao falar com o serial killer, a detetive percebe que há pontos nas investigações que não batem certo, e surgem revelações que vão mudar tudo.

     E eis que, quando uma conhecida psicóloga propõe a Laura ajudá-la a recuperar as suas memórias, expondo-a em público, Tess sabe que a jovem acabou de se tornar um alvo para um assassino que poderá ainda estar à solta...

    Neste livro reencontramos Tess Winnet, ainda a recuperar dos acontecimentos do final do primeiro livro, mas já pronta para voltar a pôr mãos à obra. Tess é uma personagem cujo humor sarcástico e inabilidade social me agradam bastante, mas que gostava que tivesse crescido mais neste livro. Se, no primeiro volume, achei que a autora revelou em demasia o passado da protagonista, neste segundo volume gostava que tivesse havido um maior destaque da sua vida pessoal. Continuo interessada em acompanhar Tess em futuros livros e estou curiosa para saber de que forma Wolfe vai fazer evoluir a personagem.

     A premissa deste livro - uma jovem sobrevivente que não se lembra da noite em que a sua família foi assassinada, e a dúvida sobre se terá havido algum erro na investigação desse crime - é interessante e desperta a atenção. No entanto, durante a leitura, fiquei sempre com a sensação de que o potencial da história estava a ser mal aproveitado, que havia outros ângulos mais interessantes por explorar, nomeadamente o do "Homem de Família" (adorava ter lido mais sobre ele).

   Os capítulos que vamos encontrando, alternadamente, escritos sob a perspetiva do assassino, foram o ponto que mais me agradou neste livro. Gostei que a autora tivesse explorado os aspetos da psique, bem como os seus métodos e motivações, e nota-se, efetivamente, algum trabalho de pesquisa nestas áreas, embora nem todas as explicações me tenham convencido. 

    Acho que o livro pecou, essencialmente, pela falta de personagens. Sendo este um policial, creio ser necessário um leque mais amplo de personagens, para que também o leitor faça aquele "jogo" de tentar adivinhar o culpado. Aquilo que mais me desiludiu foi a previsibilidade, visto que, logo no início, adivinhei quem era o assassino, e passei o resto da leitura a pensar "não pode ser, isto vai dar uma volta, tenho de estar errada". Na minha opinião, devia ter havido, da parte de Leslie Wolfe, um maior esforço para "encobrir" a identidade do culpado durante mais tempo, e o final, que foi um pouco apressado, deixou algumas pontas soltas.

   Outro ponto que, embora não me tenha desiludido particularmente, acho que pode defraudar as expetativas de alguns leitores: na sinopse é referida uma psicóloga que promete a Laura ajudá-la a recuperar as memórias, através da hipnose, mas esse é um tema que quase não é explorado. Gostava que Wolfe também tivesse desenvolvido esse outro lado, explicando como decorre o processo, pois seria um acrescento interessante ao livro.

    "A Rapariga Que Sobreviveu" foi uma leitura que deixou em mim sentimentos ambíguos: se, por um lado, senti que havia potencial nesta história para fazer melhor, por outro, a verdade é que este não é, de todo, um mau livro - o ritmo é rápido, sem "momentos mortos", o que mantém o leitor curioso para continuar e perceber o rumo que a autora vai dar à história. Apesar de esta leitura ter ficado um pouco aquém das minhas expetativas, não tenho quaisquer dúvidas de que agradará a muitos leitores, e recomendo este livro principalmente a quem se está a iniciar no género thriller/policial. 


Opinião sobre outros livros de Leslie Wolfe:
A Rapariga Sem Nome" (Agente Especial Tess Winnett #1)

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Dermot Kennedy_Power Over Me

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Opinião sobre "A Rapariga Sem Nome" (Agente Especial Tess Winnett #1) - Leslie Wolfe

A Rapariga Sem Nome
(Agente Especial Tess Winnett #1)
(Artigo de Opinião)


Autora: Leslie Wolfe
Título Original: Dawn Girl (2016)
ISBN: 9789898907745
Nº de páginas: 304
Editora: Alma dos Livros


Sinopse

    Os olhos azuis vidrados, o belo rosto, inerte, coberto de cintilantes grãos de areia. Os lábios entreabertos, como que para libertar um último suspiro. Quem é a bela rapariga encontrada ao amanhecer numa praia deserta? Qual é o seu segredo?


   A agente especial Tess Winnett, do FBI, procura incessantemente respostas. A cada passo, a cada nova descoberta, desvenda factos perturbadores que conduzem à mesma conclusão: aquela não foi a única vítima. O assassino que procuram já matou antes.


   Escondendo também um terrível segredo, a agente Tess Winnett enfrenta os seus receios mais profundos, numa emocionante corrida para apanhar o assassino, que se prepara para acabar com outra vida. Descobri-lo-á a tempo? Será capaz de o deter? A que preço?


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Alma dos Livros em troca de uma opinião sincera


Opinião
     
      Começo por agradecer à Alma dos Livros pelo gentil envio do livro.

    Depois da série da inspetora Erika Foster, de Robert Bryndza, a Alma dos Livros continua a apostar - e bem! - na publicação de thrillers/policiais, trazendo-nos "A Rapariga Sem Nome", de Leslie Wolfe, que vem iniciar a série protagonizada pela agente especial Tess Winnett. Tendo a sinopse despertado o meu interesse, parti para esta leitura bastante expectante, mas, apesar de ter gostado bastante, senti que ficou a faltar algo para que me arrebatasse completamente.

    Uma jovem rapariga é encontrada na praia, nua, em posição de oração, e o seu corpo apresenta marcas de que foi cruelmente torturada antes de morrer. Tess Winnett, uma agente especial do FBI, é destacada para ajudar a polícia local na investigação deste homicídio, mas rapidamente compreende que este não vai ser um caso de fácil resolução. Não há qualquer vestígio que aponte na direção do agressor, mas começa a surgir a forte suspeita de que esta jovem não foi a sua primeira vítima, e de que este poderá tratar-se de um assassino em série.

     Com uma tendência natural para irritar os seus superiores, mas com um histórico impressionante de casos resolvidos, Tess vê-se a braços com esta investigação, que parece ser uma das mais desafiantes da sua carreira, mas que vai também desenterrar um dos seus maiores traumas. Conseguirá apanhar este assassino antes que seja ceifada uma nova vida?

     Uma das  que coisas de que mais gostei neste livro foram os pormenores mórbidos e o planeamento envolvidos nos crimes. Achei os detalhes muito interessantes e fiquei surpeendida com a originalidade do caso. Isso, aliado ao facto de a escrita ser muito fluida, os capítulos serem curtos e o ritmo intenso, fez com que esta fosse uma leitura bastante rápida.

    Tess é uma mulher independente, com uma personalidade forte e vincada e um espírito de desafio, e que parece ter um talento para fazer perder as estribeiras aos seus chefes e colegas de trabalho. Habituada a trabalhar sozinha desde a morte do seu parceiro, e marcada por um acontecimento traumático do passado, Tess tem dificuldade em confiar nos outros e em mostrar o seu lado mais vulnerável, acabando por transparecer uma atitude algo arrogante e desprendida. Confesso que o feitio arisco da protagonista me atraiu, bem como o seu tom sarcástico, e estou curiosa para ver como vai ser esta personagem desenvolvida nos próximos volumes da série.

 No entanto, o enredo tem também alguns pontos que considero menos positivos, e que acabaram por, na minha opinião, afetar o potencial da história. Em primeiro lugar, penso que peca no facto de a identidade do assassino ser revelada demasiado cedo. Gostava que a autora tivesse manejado melhor a questão do suspense, prolongando durante mais tempo a curiosidade de leitor. Para além disso, sinto que havia mais a explorar na construção do assassino. Acho que a parte do método foi bem desenvolvida e achei muito interessante a parte do assassinato propriamente dito. No entanto, ficou a faltar um maior desenvolvimento das motivações do culpado, o porquê de tudo.


    Além disso, sinto que o final foi muito apressado: o contexto foi bem construído, o sumo da trama é cativante, mas a parte chave, da resolução do crime, foi demasiado rápida. E, por último, o factor que menos me convenceu, foi o facto de o segredo de Tess ser revelado logo neste primeiro volume. Sem querer entrar em grandes pormenores, para não correr o risco de fazer algum spoiler, penso que, sendo este o primeiro volume de uma série, a autora podia ter aproveitado melhor esse trunfo - que, na minha opinião, ao ser usado logo neste livro, acabou por retirar alguma a credibilidade à história.

     "A Rapariga Sem Nome" vem estrear esta série protagonizada pela agente Tess Winnett, uma personagem que me parece ter ainda muito para mostrar em livros futuros, motivo pelo qual continuo curiosa para ler o segundo volume, "A Rapariga Que Sobreviveu". Esta é uma leitura rápida, com uma premissa com potencial e um crime interessante, embora não aproveitados ao máximo, motivo pelo qual talvez saiba a pouco a leitores mais experientes no género. Ainda assim, uma boa leitura!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Dermot Kennedy_Power Over Me