"A maior parte dos homens utiliza a melhor parte da vida para tornar a outra infeliz."
Jean de La Bruyère
"A maior parte dos homens utiliza a melhor parte da vida para tornar a outra infeliz."
"A maioria das pessoas prefere confessar os pecados dos outros."
"É preciso ter chorado para imortalizar o riso no livro, na estrofe, na sentença, na palavra."
Começo por agradecer à autora, Carla Lima, que gentilmente me cedeu este exemplar do seu livro de estreia.
Narrado na primeira pessoa por Ana, o livro confunde momentos presentes com ocorrências passadas, assim como baralha situações reais com acontecimentos que derivam dos distúrbios da personagem. As circunstâncias expostas são sempre um tanto marcantes/traumatizantes.
Ana é alguém que nos faz pensar. Oscilando entre momentos de loucura e recordações fortes, funde os seus desejos, os seus traumas e a realidade, tornando-se um pouco difícil e, simultaneamente, intrigante para o leitor "desemaranhar" os acontecimentos e arrumá-los no seu devido lugar, numa tentativa de a compreender a ela e à sua história, e de separar o que é real do que é fruto da sua imaginação. Insegura, romântica e sonhadora são as três palavras que, na minha opinião, melhor descrevem a protagonista."Uma vaga noção de tudo, e um conhecimento de nada."
"A filosofia é a ciência que nos ensina a ser infelizes da maneira mais inteligente."
"É preciso termos muito bom senso para sentirmos que não temos nenhum."
"Uma aspiração fechada em torno de uma representação, eis a arte."

"Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero. Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora."
"O homem nasceu para viver e não para se preparar para viver."
"Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe por provar o contrário."
"Perante o mundo que muda, mais vale pensar a mudança que mudar o pensamento."
"Devemos gostar de uma convicção apenas porque é verdadeira e não porque é nossa."
"O autor só escreve metade do livro. Da outra metade, deve ocupar-se o leitor."
A expectativa e a ânsia por este livro foram sendo cultivadas, progressivamente, através das imagens e das mensagens misteriosas publicadas, esporadicamente, na página do Facebook da Suma de Letras. Primeiramente, eram apenas frases soltas que acompanhavam imagens em composição, preparando-nos para a publicação de um novo livro pela editora. Seguidamente, foi-nos revelado que seria um policial nórdico. Era com muita curiosidade e entusiasmo que atualizava constantemente a página da editora, com esperança de que houvessem novas pistas sobre esta recente aposta. E, depois, um primeiro vislumbre do livro.
O livro tem a particularidade de ser muito fiel à realidade: as personagens são muito humanas. Têm os seus defeitos e as suas virtudes, medos e sonhos, vivem momentos bons, tal como experienciam situações mais complicadas. Mas são pessoas comuns. Não têm poderes mágicos, não leem mentes nem têm um carácter particularmente extraordinário. Cometem erros. E, na minha opinião, isso aproxima o livro com o leitor, porque facilmente nos conseguimos rever em algumas das ações protagonizadas."Não admitas 'à priori' nada que possas verificar."
"Cada homem é uma humanidade, uma história universal."