terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

25 Questões ao Criador - Conhecendo melhor... S. Formigo

Biografia:


S. Formigo, natural de Lisboa, licenciou-se em Psicologia no ano de 2006. Desde muito cedo que adquiriu o gosto pela escrita dedicando grande parte do seu tempo a escrever pequenos poemas e contos. Leitora ávida de livros de fantasia, a ideia para “In loving memory of” surgiu de uma revisão de textos antigos reflexo de parte da sua própria história de vida aliada à sua paixão por histórias de magia e fantasia. O projecto, que começou como um entretenimento, depressa se transformou num desafio que abraçou e do qual surge este livro.Actualmente reside na Figueira da Foz e prepara já o delineamento para a sua próxima história de ficção.


(Biografia retirada do site da Chiado Editora: https://www.chiadoeditora.com/)

Começo por deixar aqui o meu agradecimento à Sónia por ter aceite a entrevista, por ter partilhado comigo o seu livro e por toda a simpatia e sinceridade com que enfrentou este pequeno desafio.

Entrevista:

Dream Pages (D.P.): 1_Quando começou a escrever?
    S. Formigo (S.F.): Há já muitos anos que escrevo. Não consigo precisar o ano mas lembro-me que foi num ano em que uma prima minha me ofereceu um caderno em branco como prenda de Natal. Escrevia, como qualquer adolescente, como forma de desabafo; colocar no papel situações e sentimentos sempre me ajudou a lidar como os mesmos, como se de uma conversa mental se tratasse a qual me ajudava a pensar. Eram, na sua maioria, pequenos textos em prosa poética sem qualquer objectivo de edição.

D.P.: 2_Em que contexto surgiu o seu livro “In Loving Memory Of”Como é que surgiu a oportunidade de o publicar?
   S.F.In Loving Memory Of surgiu da mesma forma que surge tudo o que escrevo, da necessidade exteriorizar situações e sentimentos pessoais; começou por ser um projecto para mim, sem qualquer intenção de publicação. A ideia era escrever um livro só pelo prazer e pelo desafio de o fazer mas, há medida que a história se ia desenvolvendo, o que inicialmente pensei que teria cerca de 50 ou 60 páginas, transformou-se num projecto muito maior. De facto, e por estranho que isto possa parecer, foi como se as personagens que criei não quisessem que eu as largasse até que elas mesmas terminassem o que tinham para dizer.
    A oportunidade de publicação surgiu por acaso, ainda o texto não estava sequer acabado. Uma noite lembro-me de estar a ler algures um artigo sobre escrita e publicação de obras de autores desconhecidos; por impulso e curiosidade, procurei o contacto de algumas editoras das quais me lembrei na altura e contactei as mesmas. A partir daí o processo desenvolveu-se de forma natural se bem que inesperada.

D.P.: 3_De onde vêm as suas personagens? Identifica-se com alguma delas?
    S.F.As minhas personagens surgem, acima de tudo, de sentimentos e também como forma de alcançar objectivos. Contudo, não poderei negar que grande parte delas se baseiam, de alguma forma, em pessoas reais as quais são ou foram importantes para mim. Quanto à questão da identificação pessoal, penso ser inevitável, em qualquer trabalho escrito, o autor fugir a um relacionamento pessoal de empatia e identificação com todas as personagens que cria mas, acima de todas as outras, com o personagem principal. Assim, reconheço que sim, a Bianca tem nela muito de mim embora não seja, de forma alguma, uma projeção calculada. Enquanto se escreve, é impossível, não existir um relacionamento vincado e apaixonante entre o escritor e as suas personagens.

D.P.: 4_Como lida com as críticas ao seu trabalho?
    S.F.In Loving Memory Of é o meu primeiro trabalho editado, a expectativa é muita e, desta forma, críticas, desde que construtivas, são sempre muito bem vindas. De facto, uma das coisas que pedi a todos os meus amigos que leram o texto foi que, no final, me dessem a sua opinião sincera ainda que esta não fosse muito, ou de todo, positiva. Quando escrevo faço-o o melhor que posso mas sei que tenho ainda muito para melhorar e a forma mais fácil de o fazer é ouvir o que os leitores têm para me dizer. Até à data, as opiniões que tenho recebido têm sido, no geral, bastante positivas o que, obviamente, me deixa extremamente feliz. Contudo, acima de tudo, peço que sejam sinceros.

D.P.: 5_O que sente quando escreve? O que lhe dá mais prazer na escrita? Qual é a maior dificuldade que sente quando está a escrever?
    S.F.Escrever é um exercício complicado; ao longo das páginas, o escritor acompanha as suas personagens no percurso de um caminho que o leva ao mais íntimo de si. Partilhamos as suas alegrias e choramos as suas mágoas como parte de nós mesmos. O maior prazer será talvez a construção deste percurso imaginário que, passo a passo, nos transporta e nos carrega como se de “um filho” e de “uma mãe” se tratasse; a maior dificuldade será a persistência necessária à construção de uma história sem “pontas soltas” ou contradições. No final, deveria ficar um sentimento de alegria mas o que fica é uma sensação de vazio, sinto-me esgotada, como se houvesse dado tudo de mim àquele texto e necessitasse de tempo para recuperar.

D.P.: 6_Tem algum ritual de escrita? 
    S.F.: Não sei se lhe chamaria propriamente um ritual; a maior parte das vezes escrevo de noite, no escritório, a ouvir rádio muito baixinha e acompanhada do meu gato. Escrevo sempre em papel, não sei precisar porquê mas não gosto de escrever directamente no computador.

D.P.: 7_Para além de escrever, qual é o seu maior talento?
  S.F.Mais uma vez, não sei se lhe chamaria talento mas, além de escrever, gosto de desenhar, pintar e esculpir.

D.P.: 8_Considera a escrita uma necessidade ou um passatempo?
   S.F.Depende do que estou a escrever. Se nos referirmos aos textos que escrevo para mim, estes surgem, sem dúvida, de uma necessidade de reflexão e partilha; se pensarmos em textos como In Loving Memory Of penso poder afirmar que é uma mistura dos dois.

D.P.: 9_Prefere ler ou escrever?
   S.F.Escrever. Adoro ler e tenho uma predileção por literatura fantástica, adoro acompanhar outros autores nos seus imaginários e torná-los também meus mas prefiro escrever e espero ter conseguido, em In Loving Memory Of, transmitir um imaginário que os leitores gostem de tornar também seu.

D.P.: 10_O que pensa que seria do mundo sem livros?
   S.F.Os livros são veículos de transmissão de informação, testemunhos e pensamentos, transmissão essa que, nas suas variadas formas, surge como um importante factor de aprendizagem aos mais variados níveis; através da leitura, o leitor não só recolhe dados e informação como fomenta o seu próprio pensamento e imaginação.
 Falando em livros não baseados em acontecimentos verídicos, estes são, para mim, uma expressão artística a qual, acima de tudo, fomenta e “torna real” a imaginação e a criatividade; são textos que se baseiam, muitas vezes, em sonhos e no desenho de os tornar reais. Sem “histórias” perderíamos a capacidade de partilha destes “sonhos” e a imaginação ficaria toldada e confinada dentro de nós mesmos. O que seria do mundo sem magia, feiticeiros, vampiros, elfos, fadas, batalhas épicas e tantos outros elementos que surgiram da imaginação de uma pessoa singular e se tornaram parte do nosso imaginário colectivo, não sei responder, mas, com certeza, que o mundo seria um lugar ainda mais solitário e “sufocante”.

D.P.: 11_Qual é o seu escritor favorito?
    S.F.Esta é uma questão que se torna complicada de responder. Gosto de textos dos mais variados géneros literários e parece-me que não faria grande sentido enumerá-los exaustivamente. Autores que se destacam não só como preferência mas também como referência são, entre outros, Anne Rice, Neil Gaiman, J. R. R. Tolkien, J.K. Rowling, Christopher Paolini e Marion Zimmer Bradley.           
      A escolher apenas um, escolho Anne Rice (“The Vampire Chronicles” e “The Mayfair Witches Series”) cuja obra é, para mim, não só uma das minhas leituras favoritas mas também uma fonte de inspiração e admiração.

D.P: 12_Qual é o seu livro preferido?
    S.F.Ao longo da minha vida, tive a oportunidade de ler inúmeros livros de inúmeros géneros literários pelo que, escolher apenas um, torna-se, mais uma vez, extremamente complicado.
   Sou obrigada a mencionar “A Floresta” de Sophia de Mello Breyner Andresen porque foi o primeiro livro que li sozinha, porque foi o livro que me introduziu à leitura e, ainda hoje nutro um carinho muito especial pelo texto; igualmente não poderei esquecer “Os Filhos da Droga” de Christiane F. porque foi um livro que, na altura em que o li, me impressionou imenso; “As Brumas de Avalon” de Marion Zimmer Bradley que é, sem dúvida, um dos meus livros favoritos dentro do género fantástico; e, finalmente, não poderia deixar de mencionar “Stardust” de Neil Gaiman pela capacidade que teve de me fazer sonhar.

D.P.: 13_Houve algum livro que a tenha feito olhar o mundo de forma diferente?
   S.F.: “O Principezinho” de Antoine de Saint Exupéry pela complexidade que um texto tão simples possui, pelo “encantamento” que o texto possui. Na minha opinião, é um livro incontornável.

D.P.: 14_Prefere o livro ou o filme?
    S.F.: Livro. Embora compreenda a necessidade de adaptação e, muitas vezes, de resumo das obras para apresentação cinematográfica, os filmes tendem a desiludem-me em relação aos livros até porque, os livros fomentam sempre, em menor ou menor grau, a imaginação do próprio leitor que, há medida que avança no texto, vai, a partir da descrição do autor, construindo mentalmente as personagens e cenários nos quais se desenvolve a história; esta é uma componente própria a cada leitor que o filme não consegue alcançar ou reproduzir para todos. Isto não quer dizer que não goste dos filmes, de facto admiro tanto o cinema como a literatura mas, a escolher, escolho o livro.

D.P.: 15_Qual é a sua música preferida?
    S.F.Ouço um bocadinho de quase tudo mas, sem dúvida, que as minhas preferências recaem sobre o Gothic Metal e o Heavy Metal.


D.P.: 16_Costuma ouvir música quando está a escrever?
  S.F.Sim, mas rádio e muito baixinho. Se colocar música de que gosto tendo a distrair-me.

D.P.: 17_É fácil conciliar a escrita com o seu trabalho e a sua vida? 
   S.F.Não. Considero que escrever é, acima de tudo, um exercício de paciência e teimosia que requer uma grande dose de empenho e força de vontade. Exige uma total disponibilidade mental que nem sempre é fácil ou sequer possível de conseguir. Apesar disto, todos sabemos que é quase impossível ser, profissionalmente, apenas escritor; assim, escrever torna-se numa espécie de passatempo que fazemos por paixão mas que nos envolve por completo e, por isso, exige tempo, muito tempo e, mais importante do que isso, exige uma completa disponibilidade mental, física e espiritual extremamente complicada de conseguir no dia-a-dia.

D.P.: 18_Qual é a sua citação favorita?
   S.F.: Gosto de várias e penso que o favoritismo que atribuímos às citações depende do momento da nossa vida em que as encontramos. “Sometimes I’ve believed in as many as 6 impossible things before breakfast.” (Alice in Wonderland).

D.P.: 19_Quem/Qual é a sua fonte inspiração?
      S.F.: Tudo aquilo que não conto a ninguém, nem a mim própria.

D.P.: 20_Qual é o seu maior sonho?
      S.F.: Que os meus impossíveis se tornem reais.

D.P.: 21_Qual é o seu lema de vida?
      S.F.: Acreditar no impossível.

D.P.: 22_Está a trabalhar em novos projetos? O que podem os leitores esperar para o futuro?
    S.FEstou, de momento, em processo de escrita de um novo romance. Não será uma sequela de “In Loving Memory Of” mas a temática será a mesma e os dois livros estarão relacionados. A minha ideia é contar várias histórias dentro do universo que criei, dedicar-me a diferentes personagens em diferentes textos os quais, embora possam ser lidos isoladamente, se encontram e entrelaçam em algum momento. Este é o meu projecto a longo prazo.

D.P.: 23_Onde podem os leitores adquirir os seus livros?
    S.F: In Loving Memory Of está disponível, em formato digital ou em papel, na Fnac, Wook, Bertrand, Smashwords e Chiado online ou poderão adquiri-lo directamente comigo através de mensagem privada para a minha página no Facebook (www.facebook.com/slformigo) ou para o e-mail: sformigomemory@gmail.com

D.P.: 24_Alguns conselhos para os novos escritores?
    S.F.Honestamente, e visto o meu ainda curto percurso enquanto autora, não sei se serei a pessoa indicada para dar conselhos. Escrever é um processo moroso que, na grande maioria das vezes, não tem qualquer garantia de sucesso; é um exercício de teimosia e crença e, por isso, o meu conselho é: sejam teimosos! E escrevam! Acima de tudo escrevam. Não desanimem, não adiem, não tenham receio. Se não gostam do que escreveram, revejam, alterem ou escrevam tudo de novo até estarem satisfeitos com o resultado do vosso trabalho mas não desistam.
    Acreditem no que escrevem e continuem mas não criem expectativas demasiado altas. É bom que se tenha consciência do quão difícil é ser escritor. Escrever, na actualidade, deve ser encarado como uma forma de realização pessoal e não como um meio para um fim; parece-me que só assim seremos capazes de nos sentir realizados enquanto autores.

D.P.: 25_E, por fim, qual é para si o maior segredo do Universo?
    S.F.O próprio universo, a noção de infinito, a existência de vida inteligente noutros planetas.


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