(Artigo de Opinião)
Autora: Laura Kaye
Título Original: Love In The Light (2016)
Tradução: Maria João Dornelas e Maria Augusta Júdice
ISBN: 978-989-8504-02-9
Nº de páginas: 192
Nº de páginas: 192
Editora: 4Estações/O Castor de Papel
ATENÇÃO: esta opinião pode conter spoilers de livros anteriores
Sinopse
Dois corações na escuridão…
Makenna James e Caden Grayson são inseparáveis, desde que se viram presos num elevador escuro como o breu e encontraram aceitação e amor nos braços um do outro, dois estranhos. Makenna espera que essa noite seja o início de um caminho infindável - o que só poderá acontecer depois de ela apresentar o seu namorado tatuado e coberto de piercings e cicatrizes ao seu pai e a três irmãos super-protetores.
Caden tem de lutar pelo amor às claras…
Assombrado por uma tragédia na infância e pela perda da família, ele nunca pensou a vir encontrar o amor que partilha agora com Makenna. Mas quanto mais se enamora, mais receia o caos que certamente ocorrerá se também a perder. Quando o encontro com a família dela não corre bem, Caden coloca a si mesmo a questão de Makenna merecer alguém melhor, mais forte e pura e simplesmente mais…normal.
Possivelmente, eles sejam demasiado diferentes um do outro e talvez ele já esteja demasiado afetado.
Makenna James e Caden Grayson são inseparáveis, desde que se viram presos num elevador escuro como o breu e encontraram aceitação e amor nos braços um do outro, dois estranhos. Makenna espera que essa noite seja o início de um caminho infindável - o que só poderá acontecer depois de ela apresentar o seu namorado tatuado e coberto de piercings e cicatrizes ao seu pai e a três irmãos super-protetores.
Caden tem de lutar pelo amor às claras…
Assombrado por uma tragédia na infância e pela perda da família, ele nunca pensou a vir encontrar o amor que partilha agora com Makenna. Mas quanto mais se enamora, mais receia o caos que certamente ocorrerá se também a perder. Quando o encontro com a família dela não corre bem, Caden coloca a si mesmo a questão de Makenna merecer alguém melhor, mais forte e pura e simplesmente mais…normal.
Possivelmente, eles sejam demasiado diferentes um do outro e talvez ele já esteja demasiado afetado.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela O Castor de Papel em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à 4Estações/O Castor de Papel pelo gentil envio do livro.
Em "Corações na Escuridão", vemos Makenna James e Caden Grayson conhecerem-se num ambiente fechado e sob circunstâncias especiais. Se já no final pudemos ter a percepção das dúvidas sobre a viabilidade da relação, este segundo volume, "Amor às Claras", retoma essas mesmas inseguranças sobre a possibilidade de um amor na luz.
Passaram-se cerca de dois meses desde o encontro no elevador e a relação de Caden e Makenna está cada vez mais estável. O sentimento que os une é verdadeiro e forte, mas nem sempre tudo é tão fácil como pode parecer... Caden tem sido assaltado por pesadelos resultantes do trauma que sofreu quando tinha apenas 14 anos, num acidente de automóvel que lhe levou a mãe e o irmão, deixando-o sozinho com a sombra do pai. Apesar do seu esforço para se ocultar debaixo de uma máscara de piercings e tatuagens, que afasta naturalmente as outras pessoas, a verdade é que Caden é um homem triste e solitário que só quer ser aceite e amado.
A primeira etapa a ultrapassar é a apresentação de Caden à família de Makenna, no feriado de Ação de Graças. Tendo ela uma ligação muito próxima com o pai e os irmãos, Caden teme não conseguir corresponder às expetativas e acabar por desiludir a mulher que ama. Será ele aceite pelos Jones? Será a relação deles suficientemente forte para resistir aos problemas? Será Caden capaz de não sucumbir aos seus fantasmas do passado? Poderão dois corações na escuridão aprender a amar às claras?
O primeiro contraste entre os dois livros está relacionado com o tempo de duração da história. Se em "Corações na Escuridão" a ação decorre num espaço de poucas horas, "Amor às Claras" prolonga-se por alguns meses. Esta diferença temporal tem também impacto na profundidade dos acontecimentos, e nesta vertente há realmente uma grande evolução, tanto a nível de personagens - que apresentam uma maior densidade psicológica -, como de espaços e desenvolvimento. Nota-se que este livro tem uma base muito mais sólida e real, apresentando a vida de um casal recente e apaixonado que está a lutar pela construção de uma relação feliz.
Apesar de gostar da jovialidade e simpatia de Makenna, é a personalidade de Caden que me seduz. Mesmo que a imagem de homem fragilizado seja já bastante banal e clichê, confesso que gostei de ver o impacto que o acidente e a perda da família teve, e tem ainda, na vida dele, levando-o a afastar-se das pessoas e a evitar relacionamentos por não crer ser possível amarem-no. O facto de o vermos numa fase mais negra e solitária, a precisar de ajuda e sem ser capaz de a pedir, estabelece um forte laço entre a personagem e o leitor.
Laura Kaye mantém uma escrita agradável e muitas vezes quase poética. Apreciei o facto de ter aberto limitadamente o espectro de personagens, permitindo-nos conhecer algumas pessoas do quotidiano dos protagonistas sem sobrecarregar demasiado o leitor. Se inicialmente pensei que o número reduzido de personagens pudesse tornar a história monótona ou aborrecida, rapidamente percebi que tal não iria acontecer, tendo-me habituado ao destaque que a autora oferece sempre aos dilemas de Caden e Makenna. Tal como no livro anterior, a história é narrada na terceira pessoa, mas temos partes sob a perspetiva de cada protagonista, bem como livre acesso aos pensamentos de cada um.
Mais uma vez, agradou-me a espontaneidade das personagens e, em especial, a da família de Makenna! O sentimento de amor, pertença e proteção que une todo o clã James e a dinâmica familiar entre Makenna e os irmãos é divertida e ternurenta.
Aquilo que menos gostei neste livro foi a facilidade com que as personagens ultrapassavam os seus problemas. Gostava que alguns obstáculos tivessem sido mais difíceis de superar e exigido maior envolvimento por parte dos dois. Senti que havia uma vertente que poderia ter sido melhor explorada, pois penso que traria mais ação e agitação à história.
Se já tinha gostado de "Corações na Escuridão", "Amor às Claras" surpreendeu-me pela evolução da história e das personagens. Abordando alguns temas um pouco mais sérios, como o stress pós-traumático, as inseguranças e a depressão, a autora presenteia-nos com um segundo capítulo do romance de Caden e Makkena muito mais interessante e desenvolvido. Apesar de este ser o último livro da duologia Hearts in Darkness, gostava que houvesse mais para ler sobre estas personagens. Fica a ideia de que o verdadeiro amor, quando partilhado na sua plenitude entre duas pessoas que se querem, é capaz de resistir a tudo. Mesmo um amor nascido no escuro pode sobreviver na luz. Gostei muito!
Em "Corações na Escuridão", vemos Makenna James e Caden Grayson conhecerem-se num ambiente fechado e sob circunstâncias especiais. Se já no final pudemos ter a percepção das dúvidas sobre a viabilidade da relação, este segundo volume, "Amor às Claras", retoma essas mesmas inseguranças sobre a possibilidade de um amor na luz.
Passaram-se cerca de dois meses desde o encontro no elevador e a relação de Caden e Makenna está cada vez mais estável. O sentimento que os une é verdadeiro e forte, mas nem sempre tudo é tão fácil como pode parecer... Caden tem sido assaltado por pesadelos resultantes do trauma que sofreu quando tinha apenas 14 anos, num acidente de automóvel que lhe levou a mãe e o irmão, deixando-o sozinho com a sombra do pai. Apesar do seu esforço para se ocultar debaixo de uma máscara de piercings e tatuagens, que afasta naturalmente as outras pessoas, a verdade é que Caden é um homem triste e solitário que só quer ser aceite e amado.
A primeira etapa a ultrapassar é a apresentação de Caden à família de Makenna, no feriado de Ação de Graças. Tendo ela uma ligação muito próxima com o pai e os irmãos, Caden teme não conseguir corresponder às expetativas e acabar por desiludir a mulher que ama. Será ele aceite pelos Jones? Será a relação deles suficientemente forte para resistir aos problemas? Será Caden capaz de não sucumbir aos seus fantasmas do passado? Poderão dois corações na escuridão aprender a amar às claras?
O primeiro contraste entre os dois livros está relacionado com o tempo de duração da história. Se em "Corações na Escuridão" a ação decorre num espaço de poucas horas, "Amor às Claras" prolonga-se por alguns meses. Esta diferença temporal tem também impacto na profundidade dos acontecimentos, e nesta vertente há realmente uma grande evolução, tanto a nível de personagens - que apresentam uma maior densidade psicológica -, como de espaços e desenvolvimento. Nota-se que este livro tem uma base muito mais sólida e real, apresentando a vida de um casal recente e apaixonado que está a lutar pela construção de uma relação feliz.
Se em "Corações na Escuridão" tivemos oportunidade de conhecer o drama que motivou os traumas de Caden, só neste segundo livro conseguimos realmente compreender as consequências graves que este trágico acontecimento repercutiu na cabeça deste homem. Caden é um homem fragilizado, e nesta história há um período em que é realmente atacado pelo peso da sua vulnerabilidade. Gostava que a Makenna tivesse estado mais atenta e presente no período menos bom de Caden, desempenhando um papel mais ativo na sua recuperação. Todavia, compreendo que a autora tenha optado por deixá-los curarem as suas feridas sozinhos antes de serem capazes de lutar pelo amor que sentem.
Apesar de gostar da jovialidade e simpatia de Makenna, é a personalidade de Caden que me seduz. Mesmo que a imagem de homem fragilizado seja já bastante banal e clichê, confesso que gostei de ver o impacto que o acidente e a perda da família teve, e tem ainda, na vida dele, levando-o a afastar-se das pessoas e a evitar relacionamentos por não crer ser possível amarem-no. O facto de o vermos numa fase mais negra e solitária, a precisar de ajuda e sem ser capaz de a pedir, estabelece um forte laço entre a personagem e o leitor.
Laura Kaye mantém uma escrita agradável e muitas vezes quase poética. Apreciei o facto de ter aberto limitadamente o espectro de personagens, permitindo-nos conhecer algumas pessoas do quotidiano dos protagonistas sem sobrecarregar demasiado o leitor. Se inicialmente pensei que o número reduzido de personagens pudesse tornar a história monótona ou aborrecida, rapidamente percebi que tal não iria acontecer, tendo-me habituado ao destaque que a autora oferece sempre aos dilemas de Caden e Makenna. Tal como no livro anterior, a história é narrada na terceira pessoa, mas temos partes sob a perspetiva de cada protagonista, bem como livre acesso aos pensamentos de cada um.
Mais uma vez, agradou-me a espontaneidade das personagens e, em especial, a da família de Makenna! O sentimento de amor, pertença e proteção que une todo o clã James e a dinâmica familiar entre Makenna e os irmãos é divertida e ternurenta.
Aquilo que menos gostei neste livro foi a facilidade com que as personagens ultrapassavam os seus problemas. Gostava que alguns obstáculos tivessem sido mais difíceis de superar e exigido maior envolvimento por parte dos dois. Senti que havia uma vertente que poderia ter sido melhor explorada, pois penso que traria mais ação e agitação à história.
Se já tinha gostado de "Corações na Escuridão", "Amor às Claras" surpreendeu-me pela evolução da história e das personagens. Abordando alguns temas um pouco mais sérios, como o stress pós-traumático, as inseguranças e a depressão, a autora presenteia-nos com um segundo capítulo do romance de Caden e Makkena muito mais interessante e desenvolvido. Apesar de este ser o último livro da duologia Hearts in Darkness, gostava que houvesse mais para ler sobre estas personagens. Fica a ideia de que o verdadeiro amor, quando partilhado na sua plenitude entre duas pessoas que se querem, é capaz de resistir a tudo. Mesmo um amor nascido no escuro pode sobreviver na luz. Gostei muito!
Opinião sobre outros livros de Laura Kaye:
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Like I Did_Shane Harper
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