(Artigo de Opinião)
Autora: Julia Heaberlin
Título Original: Black-Eyed Susans (2008)
Tradução: Ana Cunha Ribeiro
ISBN: 978-972-25-3348-5
Nº de páginas: 376
Nº de páginas: 376
Editora: Bertrand Editora
Sinopse
Sou estrela de cabeçalhos de jornal e de histórias assustadoras à roda da fogueira.
Sou uma das quatro raparigas das susanas-de-olhos negros. A que teve sorte.
Aos 16 anos, Tessa foi encontrada num campo do Texas, quase morta e só com alguns fragmentos de memória em relação à sua chegada ali. A imprensa chama-lhe a única Susana-de-Olhos-Negros que sobreviveu a um serial killer.
O testemunho de Tessa mandou um homem para o corredor da morte.
Passados 20 anos, Tessa é artista e mãe solteira. Num dia de fevereiro, abre a janela do seu quarto e depara com um magnífico canteiro de susanas-de-olhos-negros diante de si, embora se trate de flores de verão.
Será que o homem que espera a morte é inocente? E andará o serial killer atrás dela? Ou, pior ainda, da sua filha?
Sou uma das quatro raparigas das susanas-de-olhos negros. A que teve sorte.
Aos 16 anos, Tessa foi encontrada num campo do Texas, quase morta e só com alguns fragmentos de memória em relação à sua chegada ali. A imprensa chama-lhe a única Susana-de-Olhos-Negros que sobreviveu a um serial killer.
O testemunho de Tessa mandou um homem para o corredor da morte.
Passados 20 anos, Tessa é artista e mãe solteira. Num dia de fevereiro, abre a janela do seu quarto e depara com um magnífico canteiro de susanas-de-olhos-negros diante de si, embora se trate de flores de verão.
Será que o homem que espera a morte é inocente? E andará o serial killer atrás dela? Ou, pior ainda, da sua filha?
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Bertrand Editora em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à Bertrand Editora pelo gentil envio do livro.
"O que viram as flores" despertou-me a atenção pela sinopse. A promessa de um serial killer que poderia ainda andar à solta enquanto um homem possivelmente inocente aguardava a execução da sentença no corredor da morte fez-me iniciar a leitura com bastantes expectativas. Assim, apesar de ter gostado muito da leitura, tenho de dizer que esperava um pouco mais.
Com apenas dezasseis anos, Tessie é abandonada numa vala de um terreno abandonado povoado por Susanas de Olhos-Negros - flores que nascem e sobrevivem em condições de solo agreste -, juntamente com uma jovem morta e ossos de outras raparigas. O misterioso caso das Susanas de Olhos-Negros rapidamente se tornou bastante mediático, e o testemunho da confusa Tessie, a única sobrevivente do serial killer, mandou um homem para o corredor da morte.
Dezoito anos depois, Tessa Cartewright, já uma mulher adulta, vive com a sua filha de catorze anos, Charlie, e dá asas à sua veia artística através de trabalhos de costura ou de instalações. Parece ter conseguido um certo nível de estabilidade na sua vida, mas Tessa ainda vive algo atormentada com o passado, principalmente com as dúvidas que se têm levantado cada vez mais sobre a possível inocência do homem que se encontra prestes a ser executado. Abordada por uma equipa de advogados - da qual faz parte Bill -, Tessa começa a questionar seriamente o depoimento que fez anos atrás, e está disposta, finalmente, a mergulhar num tempo negro que preferia esquecer.
Além disso, interiormente, e por mais que o tente negar, Tessa sabe que as Susanas de Olhos-Negros que vem a encontrar desde a adolescência não podem ser uma mera coincidência... Estará um homem inocente preso há dezassete anos e prestes a ser morto por causa de um crime que não cometeu? Estará o verdadeiro assassino ainda à solta? E quem andará a plantar as misteriosas flores?
"O que viram as flores" foi um livro que me surpreendeu e que me manteve agarrada do início ao fim, apesar de ter esperado um clímax mais marcante. A conexão com a protagonista é fácil, apesar de só aos poucos descobrirmos o seu passado, e isso contribui fortemente para um ritmo que vai acelerando gradualmente; a sensação de perigo e a corrida contra o tempo também impelem o leitor a acompanhar Tessa e Bill na sua demanda.
Apesar disto, gostava que tivéssemos mais dados sobre a forma como o assassino escolhia as suas vítimas, bem como uma melhor explicação sobre o que acontecia com elas antes de serem mortas e abandonadas. Uma vez que se trata de um serial killer, gostava que a autora se tivesse preocupado mais em abordar o método e a causa, pois, mesmo que no final tenhamos uma breve explicação dos motivos que desencadearam a psicopatia do assassino, considerei-os pouco marcantes e desejava que tivessem mais aprofundados.
O tema da condenação à morte está muito presente neste livro e gostei bastante que Julia Heaberlin se tivesse debruçado sobre o aspeto da inocência e do arrependimento das pessoas que se encontram no corredor da morte. Sendo o palco da ação o Texas, um estado pouco brando no que diz respeito à pena de morte, é interessante o relato que a autora faz, através da protagonista - e sem se comprometer em demasia -, do caminho que conduz os prisioneiros ao corredor da morte e da própria execução da sentença.
Pobre em descrições de violência crua, mas rico em detalhes científicos, nota-se a pesquisa por detrás de "O que viram as flores". Desde os processos de identificação das vítimas recorrendo ao ADN mitocondrial até à localização geográfica através dos isótopos presentes nos ossos, este livro apresenta uma componente científica consistente e muito interessante. De facto, foram as técnicas forenses descritas, para além dos problemas éticos, que mais me cativaram.
O livro está dividido em três partes, e o relato da protagonista vai alternando com o de outras personagens. Foi interessante ver os danos físicos, mas sobretudo psicológicos, causados na jovem Tessie pelo trauma que viveu, e a forma como estes continuam presentes na sua vida adulta. Gostei bastante da protagonista em ambas as fases apresentadas, mas, como já referi, gostava que autora tivesse detalhado o seu cativeiro.
Quero ainda destacar Lydia, a melhor amiga de infância de Tessa, que foi uma personagem que fomos conhecendo aos poucos, e que se revelou muito interessante. Foi das personagens que mais me cativou durante a leitura, principalmente pela forma como fui mudando a minha opinião sobre ela à medida que a ia conhecendo melhor.
É verdade que o final me surpreendeu, apesar de já desconfiar do culpado, mas mesmo assim senti que faltava algo. A autora consegue manter o suspense, é certo, mas o elemento perigo perde-se um pouco, não chegando a criar-se o apogeu que esperava e que a história merecia.
"O que viram as flores" cativou-me durante a leitura. Recorrendo a uma grande dose de suspense, a autora consegue prender o leitor, enquanto o guia numa corrida contra o tempo para ilibar um homem que poderá ter sido condenado injustamente, e com a presença constante de um assassino que ainda poderá, ou não, andar à solta. Com uma componente científica fascinante e importantes questões éticas, ainda que, por vezes, disfarçadas, este foi um livro de que gostei bastante!
"O que viram as flores" despertou-me a atenção pela sinopse. A promessa de um serial killer que poderia ainda andar à solta enquanto um homem possivelmente inocente aguardava a execução da sentença no corredor da morte fez-me iniciar a leitura com bastantes expectativas. Assim, apesar de ter gostado muito da leitura, tenho de dizer que esperava um pouco mais.
Com apenas dezasseis anos, Tessie é abandonada numa vala de um terreno abandonado povoado por Susanas de Olhos-Negros - flores que nascem e sobrevivem em condições de solo agreste -, juntamente com uma jovem morta e ossos de outras raparigas. O misterioso caso das Susanas de Olhos-Negros rapidamente se tornou bastante mediático, e o testemunho da confusa Tessie, a única sobrevivente do serial killer, mandou um homem para o corredor da morte.
Dezoito anos depois, Tessa Cartewright, já uma mulher adulta, vive com a sua filha de catorze anos, Charlie, e dá asas à sua veia artística através de trabalhos de costura ou de instalações. Parece ter conseguido um certo nível de estabilidade na sua vida, mas Tessa ainda vive algo atormentada com o passado, principalmente com as dúvidas que se têm levantado cada vez mais sobre a possível inocência do homem que se encontra prestes a ser executado. Abordada por uma equipa de advogados - da qual faz parte Bill -, Tessa começa a questionar seriamente o depoimento que fez anos atrás, e está disposta, finalmente, a mergulhar num tempo negro que preferia esquecer.
Além disso, interiormente, e por mais que o tente negar, Tessa sabe que as Susanas de Olhos-Negros que vem a encontrar desde a adolescência não podem ser uma mera coincidência... Estará um homem inocente preso há dezassete anos e prestes a ser morto por causa de um crime que não cometeu? Estará o verdadeiro assassino ainda à solta? E quem andará a plantar as misteriosas flores?
"O que viram as flores" foi um livro que me surpreendeu e que me manteve agarrada do início ao fim, apesar de ter esperado um clímax mais marcante. A conexão com a protagonista é fácil, apesar de só aos poucos descobrirmos o seu passado, e isso contribui fortemente para um ritmo que vai acelerando gradualmente; a sensação de perigo e a corrida contra o tempo também impelem o leitor a acompanhar Tessa e Bill na sua demanda.
Apesar disto, gostava que tivéssemos mais dados sobre a forma como o assassino escolhia as suas vítimas, bem como uma melhor explicação sobre o que acontecia com elas antes de serem mortas e abandonadas. Uma vez que se trata de um serial killer, gostava que a autora se tivesse preocupado mais em abordar o método e a causa, pois, mesmo que no final tenhamos uma breve explicação dos motivos que desencadearam a psicopatia do assassino, considerei-os pouco marcantes e desejava que tivessem mais aprofundados.
O tema da condenação à morte está muito presente neste livro e gostei bastante que Julia Heaberlin se tivesse debruçado sobre o aspeto da inocência e do arrependimento das pessoas que se encontram no corredor da morte. Sendo o palco da ação o Texas, um estado pouco brando no que diz respeito à pena de morte, é interessante o relato que a autora faz, através da protagonista - e sem se comprometer em demasia -, do caminho que conduz os prisioneiros ao corredor da morte e da própria execução da sentença.
O livro está dividido em três partes, e o relato da protagonista vai alternando com o de outras personagens. Foi interessante ver os danos físicos, mas sobretudo psicológicos, causados na jovem Tessie pelo trauma que viveu, e a forma como estes continuam presentes na sua vida adulta. Gostei bastante da protagonista em ambas as fases apresentadas, mas, como já referi, gostava que autora tivesse detalhado o seu cativeiro.
Quero ainda destacar Lydia, a melhor amiga de infância de Tessa, que foi uma personagem que fomos conhecendo aos poucos, e que se revelou muito interessante. Foi das personagens que mais me cativou durante a leitura, principalmente pela forma como fui mudando a minha opinião sobre ela à medida que a ia conhecendo melhor.
É verdade que o final me surpreendeu, apesar de já desconfiar do culpado, mas mesmo assim senti que faltava algo. A autora consegue manter o suspense, é certo, mas o elemento perigo perde-se um pouco, não chegando a criar-se o apogeu que esperava e que a história merecia.
"O que viram as flores" cativou-me durante a leitura. Recorrendo a uma grande dose de suspense, a autora consegue prender o leitor, enquanto o guia numa corrida contra o tempo para ilibar um homem que poderá ter sido condenado injustamente, e com a presença constante de um assassino que ainda poderá, ou não, andar à solta. Com uma componente científica fascinante e importantes questões éticas, ainda que, por vezes, disfarçadas, este foi um livro de que gostei bastante!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Do You No Wrong_Richie Campbell
Olá, adorei a resenha, muito legal a dica e muito boa a sua opinião sobre tal...
ResponderEliminarEstou seguindo seu blog. Vem conhecer o meu?! Te espero heim 😊