(Artigo de Opinião)
Autora: Krystal Sutherland
Título Original: Our Chemical Hearts (2016)
Tradução: Paulo M. Morais
ISBN: 978-972-0-04860-8
Nº de páginas: 280
Nº de páginas: 280
Editora: Porto Editora
Sinopse
Henry Page não esperava apaixonar-se. Considera-se um romântico, mas nunca viveu aquele momento em que o tempo para, a barriga se enche de borboletas e a música começa a tocar, sabe-se lá onde. Pelo menos, até ao momento.
Então, conhece Grace Town, a esquiva nova colega de escola, que se veste com roupa de rapaz demasiado grande, apoia-se numa bengala, parece tomar banho poucas vezes e esconde segredos desconcertantes. Não é bem a rapariga de sonho que Henry esperava, mas quando os dois são escolhidos para coordenar o jornal da escola, a química acontece. Depois de tantos anos a salvo do amor, Henry está prestes a descobrir como a vida pode seguir um caminho tortuoso e como, por vezes, os desvios são a parte mais interessante desse mesmo caminho.
Uma estreia brilhante que equilibra humor e corações partidos, lembrando-nos de como o primeiro amor pode ser agridoce.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Porto Editora em troca de uma opinião sincera
Opinião
Começo por agradecer à Porto Editora pelo gentil envio do livro.
Sendo o género YA (Young-Adult) um dos meus preferidos, foi com grande curiosidade que iniciei a leitura de "A Química dos Nossos Corações" e conheci o Henry e a Grace. Este é um livro com uma história bela e com uma capa linda, e que deixa a mensagem de que, embora o primeiro amor nem sempre corra como desejamos, há sempre a esperança de um futuro melhor.
Henry Page tem dezassete anos, está no último ano do secundário e almeja alcançar o cargo de editor-chefe do jornal da escola. Quando vê finalmente o seu desejo prestes a ser realizado, é-lhe comunicado que terá de partilhar a responsabilidade com Grace Town, a nova e misteriosa colega de escola que usa roupas de rapaz demasiado grandes, coxeia apoiada numa bengala e tem segredos que a assombram e que não está disposta a partilhar.
Desde logo, Henry sente-se curioso face a esta rapariga estranha e inteligente, que oculta a beleza debaixo de um ar desleixado. Lentamente, vai conquistando um pouco da confiança de Grace... mas vai-se também apaixonando por ela. Porém, será um novo amor capaz de consertar um coração partido? Conseguirá Henry um amor saudável com Grace? Ou será que, por vezes, o melhor a fazer é deixar livres as pessoas que amamos?
Gostei principalmente que este fosse um daqueles livros capazes de despertar emoções no leitor. A escrita de Krystal Sutherland é envolvente, e a forma como os acontecimentos se desenrolam, gradualmente, à medida que o leitor vai conhecendo as personagens, tornam esta história especial. Alguns dos temas tratados são sérios, mas a autora aborda-os de uma forma suave e apelativa, tornando-os mais leves sem lhes retirar importância.
Outro ponto positivo, e que marca pela diferença, é o facto de este livro ser narrado da perspetiva de protagonista masculino. O Henry foi uma personagem que me cativou completamente. É um rapaz amoroso e inteligente, e achei bastante interessante acompanhar o desenvolvimento da sua primeira grande paixão, e as mudanças na sua personalidade e na sua maneira de ver as coisas. Sendo Henry um rapaz introspetivo, uma das coisas de que mais gostei neste livro foram, sem dúvida, as suas reflexões - nomeadamente as que versavam sobre o universo.
Já Grace é uma personagem que provoca sentimentos contraditórios. Num primeiro contacto, senti sobretudo curiosidade relativamente às suas roupas, às suas atitudes e a toda a aura misteriosa que a circunda. À medida que a fui conhecendo melhor, ao perceber o que motivava os seus comportamentos, comecei a nutrir uma certa empatia e compaixão para com ela. No entanto, chegou um certo ponto em que a personagem me começou a desiludir devido aos seus atos algo egoístas que, embora nascessem da dor, não tinham qualquer preocupação com os danos emocionais causados.
Para além dos dramas amorosos do protagonista, temos também várias cenas com os amigos e com a família deste. Confesso que adorei as intervenções de todas estas personagens, principalmente as dos pais de Henry, que me fizeram rir várias vezes. É engraçado ver também o papel dos amigos - e, em especial de Lola - no evoluir desta trama, e constatar a importância da amizade nos momentos mais complicados.
Claro que este livro também tem a sua quota parte de previsibilidade, como quase todos os do género. No entanto, ainda assim senti que era uma história fresca, tocante e maravilhosa, com personagens interessantes. O final surpreendeu-me e chocou-me um pouco, embora já suspeitasse de algo assim. De facto, ao longo do livro assistimos aos desabrochar do protagonista, e no desenlace encontramos um Henry bastante mais maduro do que quando o conhecemos, e talvez por isso me tenha agradado tanto o desfecho pelo qual a autora optou.
"A Química dos Nossos Corações" é um livro com um protagonista fofo e interessante, personagens bem construídas e com personalidades próprias, e uma história comovente e divertida sobre o impacto de um primeiro amor agridoce na vida de um adolescente. Mas é também um relato de perda, de luto, de trauma, de inseguranças, de superação e, por fim, de esperança. Adorei este livro!
Sendo o género YA (Young-Adult) um dos meus preferidos, foi com grande curiosidade que iniciei a leitura de "A Química dos Nossos Corações" e conheci o Henry e a Grace. Este é um livro com uma história bela e com uma capa linda, e que deixa a mensagem de que, embora o primeiro amor nem sempre corra como desejamos, há sempre a esperança de um futuro melhor.
Henry Page tem dezassete anos, está no último ano do secundário e almeja alcançar o cargo de editor-chefe do jornal da escola. Quando vê finalmente o seu desejo prestes a ser realizado, é-lhe comunicado que terá de partilhar a responsabilidade com Grace Town, a nova e misteriosa colega de escola que usa roupas de rapaz demasiado grandes, coxeia apoiada numa bengala e tem segredos que a assombram e que não está disposta a partilhar.
Desde logo, Henry sente-se curioso face a esta rapariga estranha e inteligente, que oculta a beleza debaixo de um ar desleixado. Lentamente, vai conquistando um pouco da confiança de Grace... mas vai-se também apaixonando por ela. Porém, será um novo amor capaz de consertar um coração partido? Conseguirá Henry um amor saudável com Grace? Ou será que, por vezes, o melhor a fazer é deixar livres as pessoas que amamos?
Gostei principalmente que este fosse um daqueles livros capazes de despertar emoções no leitor. A escrita de Krystal Sutherland é envolvente, e a forma como os acontecimentos se desenrolam, gradualmente, à medida que o leitor vai conhecendo as personagens, tornam esta história especial. Alguns dos temas tratados são sérios, mas a autora aborda-os de uma forma suave e apelativa, tornando-os mais leves sem lhes retirar importância.
Outro ponto positivo, e que marca pela diferença, é o facto de este livro ser narrado da perspetiva de protagonista masculino. O Henry foi uma personagem que me cativou completamente. É um rapaz amoroso e inteligente, e achei bastante interessante acompanhar o desenvolvimento da sua primeira grande paixão, e as mudanças na sua personalidade e na sua maneira de ver as coisas. Sendo Henry um rapaz introspetivo, uma das coisas de que mais gostei neste livro foram, sem dúvida, as suas reflexões - nomeadamente as que versavam sobre o universo.
Já Grace é uma personagem que provoca sentimentos contraditórios. Num primeiro contacto, senti sobretudo curiosidade relativamente às suas roupas, às suas atitudes e a toda a aura misteriosa que a circunda. À medida que a fui conhecendo melhor, ao perceber o que motivava os seus comportamentos, comecei a nutrir uma certa empatia e compaixão para com ela. No entanto, chegou um certo ponto em que a personagem me começou a desiludir devido aos seus atos algo egoístas que, embora nascessem da dor, não tinham qualquer preocupação com os danos emocionais causados.
Para além dos dramas amorosos do protagonista, temos também várias cenas com os amigos e com a família deste. Confesso que adorei as intervenções de todas estas personagens, principalmente as dos pais de Henry, que me fizeram rir várias vezes. É engraçado ver também o papel dos amigos - e, em especial de Lola - no evoluir desta trama, e constatar a importância da amizade nos momentos mais complicados.
Claro que este livro também tem a sua quota parte de previsibilidade, como quase todos os do género. No entanto, ainda assim senti que era uma história fresca, tocante e maravilhosa, com personagens interessantes. O final surpreendeu-me e chocou-me um pouco, embora já suspeitasse de algo assim. De facto, ao longo do livro assistimos aos desabrochar do protagonista, e no desenlace encontramos um Henry bastante mais maduro do que quando o conhecemos, e talvez por isso me tenha agradado tanto o desfecho pelo qual a autora optou.
"A Química dos Nossos Corações" é um livro com um protagonista fofo e interessante, personagens bem construídas e com personalidades próprias, e uma história comovente e divertida sobre o impacto de um primeiro amor agridoce na vida de um adolescente. Mas é também um relato de perda, de luto, de trauma, de inseguranças, de superação e, por fim, de esperança. Adorei este livro!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Ed Sheeran_Hearts Don't Break Round Here
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