(Artigo de Opinião)
Autora: Ángeles Doñate
Título Original: El invierno que tomamos cartas en el asunto (2015)
Tradução: São Amaral
ISBN: 978-989-665-101-5
Nº de páginas: 376
Nº de páginas: 376
Editora: Suma de Letras
Sinopse
O Inverno chega a Porvenir e traz com ele uma má notícia: vão fechar a estação de correios e transferir os funcionários para a cidade. Quem necessita de um carteiro num mundo onde já não se escrevem cartas? A comunicação virtual também ganhou a batalha nas montanhas.
Sara, a única carteira da aldeia, mora em Porvenir com os seus três filhos pequenos. Partilha muitas horas com a sua vizinha Rosa, uma mulher de oitenta anos que estaria disposta a fazer qualquer coisa para evitar que Sara e os filhos sofram.
Mas o que é que uma mulher com uma idade tão avançada pode fazer para impedir que as vidas das pessoas que mais ama se vejam alteradas? Escrever uma carta, aquela que tem guardada no seu coração há sessenta anos...
E com este pequeno gesto começará uma corrente de cartas que vai mudar a vida não só de Sara mas de toda a aldeia. Porque a expectativa com que abrimos a caixa de correio é sempre grande e, como sabemos, tal como os beijos, uma carta leva a outra. E podem mudar o mundo.
Um livro comovente, encantador e cheio de ternura, onde, através da corrente de cartas, vão desfilando personagens do quotidiano, todas elas com os seus sonhos, a sua história e as suas frustrações.
Sara, a única carteira da aldeia, mora em Porvenir com os seus três filhos pequenos. Partilha muitas horas com a sua vizinha Rosa, uma mulher de oitenta anos que estaria disposta a fazer qualquer coisa para evitar que Sara e os filhos sofram.
Mas o que é que uma mulher com uma idade tão avançada pode fazer para impedir que as vidas das pessoas que mais ama se vejam alteradas? Escrever uma carta, aquela que tem guardada no seu coração há sessenta anos...
E com este pequeno gesto começará uma corrente de cartas que vai mudar a vida não só de Sara mas de toda a aldeia. Porque a expectativa com que abrimos a caixa de correio é sempre grande e, como sabemos, tal como os beijos, uma carta leva a outra. E podem mudar o mundo.
Um livro comovente, encantador e cheio de ternura, onde, através da corrente de cartas, vão desfilando personagens do quotidiano, todas elas com os seus sonhos, a sua história e as suas frustrações.
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Suma de Letras em troca de uma opinião sincera
Opinião
Agradeço à Suma de Letras pelo gentil envio do livro.
Antes de mais, quero elogiar a capa de "Cartas Por Um Sonho" por ter representados os elementos chave do livro de uma forma simples e apelativa: adorei a forma como está simbolizada a corrente de cartas!
Numa pequena aldeia espanhola, Porvenir - onde as pessoas cada vez mais se rendem à comunicação digital - Sara, a carteira, recebe um e-mail dos seus superiores na capital que vem ameaçar a sua estabilidade: a central considera desnecessária a sua presença em Porvenir, pois não julgam necessária uma carteira numa aldeia onde escrever cartas já se tornou uma prática descontinuada.
Nascida e criada em Porvenir e habituada a uma vida pacata, Sara fica bastante abalada com a possibilidade de ter de se mudar com os três filhos para uma grande cidade. Conta as suas preocupações à sua vizinha e amiga, Rosa, uma idosa com mais de 80 anos, mas com uma alma jovem. E é Rosa que, conjugando a possibilidade de resolver uma quezília do seu passado que a atormenta e a oportunidade de ajudar uma mulher que é quase como uma filha, inicia uma corrente de cartas anónimas. Não importa quem, como ou sobre o que se escreve. Importa sim manter viva uma cadeia de palavras solidária, partilhar um pouco de si com outra pessoa.
E é no embalo da corrente de cartas que conhecemos um leque de personagens singulares com histórias muito diferentes, repletas de desejos e sonhos por concretizar, amarguradas por escolhas impostas pela vida, saudosas de entes queridos separados pela distância, e, acima de tudo, sonhadoras na eterna procura pela felicidade.
Confesso que me rendi à ideia da corrente de cartas: as cartas revelam a essência das pessoas que as escrevem e Doñate serve-se dessa base para nos apresentar as personagens que habitam Porvenir. Mas "Cartas Por Um Sonho" não é apenas uma história sobre uma corrente de cartas! É também, por exemplo, as histórias de amor entre dois jovens românticos e sonhadores e entre dois adultos que retomam o contacto ao fim de muitos anos; é a história de uma escritora que está de relações cortadas com as palavras; é a história de um jovem que deseja conhecer o mundo; e é a reunião de muitas outras vivências que se cruzam numa pequena aldeia espanhola perdida no mapa, onde são muitos os que partem em busca de algo maior e, os que ficam, resignam-se facilmente ao conforto e aconchego oferecidos pelas memórias de outros tempos mais felizes.
Gostei do facto de conhecermos as personagens não só através das cartas que elas próprias escrevem, mas também segundo o ponto de vista dos outros habitantes da aldeia, por meio das relações de convivência. Umas mais profundas ou complexas do que outras, mas todas especiais à sua maneira, as personagens deste livro têm a capacidade de enternecer o leitor.
A leitura é sempre muito fluída e agradável, existindo diversas referências a obras e escritores de renome. Além disso, são também vários os momentos de reflexão suscitados pelas situações em que as personagens se encontram e sobre os dilemas com que estas se deparam. Claro que existem vários acontecimentos previsíveis, mas a forma como são contados faz com que se enquadrem na trama da encantadora Porvenir.
"Cartas Por Um Sonho" é um livro ternurento que facilmente provoca sorrisos espontâneos, e que acende a vontade de retomar a comunicação através das cartas, fazendo o leitor recordar-se da felicidade que advém de as enviar e receber. Uma boa leitura!
Antes de mais, quero elogiar a capa de "Cartas Por Um Sonho" por ter representados os elementos chave do livro de uma forma simples e apelativa: adorei a forma como está simbolizada a corrente de cartas!
Numa pequena aldeia espanhola, Porvenir - onde as pessoas cada vez mais se rendem à comunicação digital - Sara, a carteira, recebe um e-mail dos seus superiores na capital que vem ameaçar a sua estabilidade: a central considera desnecessária a sua presença em Porvenir, pois não julgam necessária uma carteira numa aldeia onde escrever cartas já se tornou uma prática descontinuada.
Nascida e criada em Porvenir e habituada a uma vida pacata, Sara fica bastante abalada com a possibilidade de ter de se mudar com os três filhos para uma grande cidade. Conta as suas preocupações à sua vizinha e amiga, Rosa, uma idosa com mais de 80 anos, mas com uma alma jovem. E é Rosa que, conjugando a possibilidade de resolver uma quezília do seu passado que a atormenta e a oportunidade de ajudar uma mulher que é quase como uma filha, inicia uma corrente de cartas anónimas. Não importa quem, como ou sobre o que se escreve. Importa sim manter viva uma cadeia de palavras solidária, partilhar um pouco de si com outra pessoa.
E é no embalo da corrente de cartas que conhecemos um leque de personagens singulares com histórias muito diferentes, repletas de desejos e sonhos por concretizar, amarguradas por escolhas impostas pela vida, saudosas de entes queridos separados pela distância, e, acima de tudo, sonhadoras na eterna procura pela felicidade.
Confesso que me rendi à ideia da corrente de cartas: as cartas revelam a essência das pessoas que as escrevem e Doñate serve-se dessa base para nos apresentar as personagens que habitam Porvenir. Mas "Cartas Por Um Sonho" não é apenas uma história sobre uma corrente de cartas! É também, por exemplo, as histórias de amor entre dois jovens românticos e sonhadores e entre dois adultos que retomam o contacto ao fim de muitos anos; é a história de uma escritora que está de relações cortadas com as palavras; é a história de um jovem que deseja conhecer o mundo; e é a reunião de muitas outras vivências que se cruzam numa pequena aldeia espanhola perdida no mapa, onde são muitos os que partem em busca de algo maior e, os que ficam, resignam-se facilmente ao conforto e aconchego oferecidos pelas memórias de outros tempos mais felizes.
Gostei do facto de conhecermos as personagens não só através das cartas que elas próprias escrevem, mas também segundo o ponto de vista dos outros habitantes da aldeia, por meio das relações de convivência. Umas mais profundas ou complexas do que outras, mas todas especiais à sua maneira, as personagens deste livro têm a capacidade de enternecer o leitor.
A leitura é sempre muito fluída e agradável, existindo diversas referências a obras e escritores de renome. Além disso, são também vários os momentos de reflexão suscitados pelas situações em que as personagens se encontram e sobre os dilemas com que estas se deparam. Claro que existem vários acontecimentos previsíveis, mas a forma como são contados faz com que se enquadrem na trama da encantadora Porvenir.
"Cartas Por Um Sonho" é um livro ternurento que facilmente provoca sorrisos espontâneos, e que acende a vontade de retomar a comunicação através das cartas, fazendo o leitor recordar-se da felicidade que advém de as enviar e receber. Uma boa leitura!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: The Long Road_Passenger
eu adorei :D
ResponderEliminarnota 5 e não sai cá de casa!!
Olá, Isa! Fico feliz por saber que também se rendeu à ternura da história! :)
EliminarUm beijinho e boas leituras,
Ana