sexta-feira, 31 de março de 2017

Novidade da ASA - "As Boas Raparigas Não Ganham Ao Amor"

Novidade da ASA


As Boas Raparigas Não Ganham Ao Amor



De Talulah Riley


Sinopse:


     Bernadette St John é uma mulher implacável. Jornalista famosa pelas confissões embaraçosas que consegue arrancar aos ricos e poderosos, é mimada, manipuladora e não olha a meios para atingir os seus fins. E o que ela mais deseja agora é conquistar Tim Bazier, o seu agente literário. Não lhe interessa nem um pouco que ele esteja noivo de Elizabeth, uma mulher pura e amorosa. 

    Radley Blake é um homem temido. Além disso, magnata de Silicon Valley não só é imune aos encantos da jornalista como tem o dom de adivinhar os seus pensamentos e esquemas mais maléficos. E não vai permitir que ela destrua a relação de Elizabeth, que é a sua mais querida amiga. 

    Quando conhece Radley, Bernadette percebe imediatamente que encontrou um homem à sua altura. Não fosse a irritante capacidade do milionário para ver aquilo que mais ninguém consegue e talvez ele pudesse ser o homem dos seus sonhos. Ela não é a única com algo a esconder... Mas é certamente quem tem mais a perder. 

    Versão moderna do romance icónico "E Tudo o Vento Levou", este livro coloca uma questão pertinente às mulheres de hoje: será que podemos ser totalmente independentes e ao mesmo tempo acreditar na força do Destino? 

As boas raparigas não ganham ao amor
As más não desistem nunca

     Talulah Riley nasceu em Inglaterra em 1985. É atriz, argumentista, realizadora e também fundadora e diretora da Forge, uma aplicação para telemóveis. 

     É mais conhecida pelos seus desempenhos no West End e na televisão. As Boas Raparigas Não Ganham é o seu primeiro romance.

Citação do Dia - 31 de março de 2017

"Só podia encontrar a felicidade se conseguisse subverter o mundo para o fazer entrar no verdadeiro, no puro, no imutável."
Franz Kafka

quinta-feira, 30 de março de 2017

Citação do Dia - 30 de março de 2017

"Às vezes a felicidade está em fugir daquilo que procuramos."
Joaquim Pessoa

Opinião sobre "Jardins da Lua" (Saga do Império Malazano #1) - Steven Erikson

Jardins da Lua
(Saga do Império Malazano #1)
(Artigo de Opinião)



Autor: Steven Erikson
Título Original: Gardens Of The Moon (1999)
Tradução: Carol Chiovatto
Adaptação: Susana Clara
ISBN: 978-989-637-627-7
Nº de páginas: 656
Editora: Saída de Emergência


Sinopse


    Quebrado pela guerra, o vasto império Malazano ferve de descontentamento. Os Queimadores de Pontes do Sargento Whiskeyjack e Tattersail, a feiticeira sobrevivente, nada mais desejam do que chorar os mortos do cerco de Pale. Mas Darujhistan, a última das Cidades Livres, ainda resiste perante a ambição sem limites da Imperatriz Laseen.

     Todavia, parece que o Império não está sozinho neste grande jogo. Sinistras forças das trevas estão a ser reunidas à medida que os próprios deuses se preparam para entrar na contenda…

    Concebido e escrito a uma escala panorâmica, Jardins da Lua é uma fantasia épica da mais elevada qualidade, uma aventura cativante da autoria de uma excecional nova voz.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Saída de Emergência em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Começo por agradecer à Saída de Emergência pelo gentil envio do livro.



   "Jardins da Lua" vem iniciar a Saga do Império Malazano, uma série de dez livros que é considerada uma das melhores da fantasia épica, sendo Steven Erikson até comparado a George R. R. Martin, autor das mundialmente famosas "Crónicas de Gelo e Fogo". Apesar de ter partido para a leitura com expectativa elevada e de, a princípio, não ter conseguido inteirar-me da história como pretendia, a verdade é que esta foi uma leitura espetacular!


      Steven Erikson criou um mundo sólido e extremamente complexo, onde cada personagem ocupa o seu devido lugar e desempenha um papel que, por mais insignificante que aparente ser, tem um propósito no panorama geral da trama. A formação do autor, nas áreas da arqueologia e da antropologia, é bem notória na História que cerca o Império Malazano. Todos os pormenores se encaixam para dar a máxima credibilidade ao universo criado, e as descrições sublimes do espaço, do tempo, das personagens e da ação vêm reforçar a magistralidade da obra. 

    Confesso que, numa primeira fase, não me senti muito à vontade com o modo como o autor introduzia a história e as personagens, e com a forma como a trama era narrada. Houve alturas em que senti que Erikson partia do pressuposto de que o leitor teria a capacidade de entender e de entrar no mundo criado sem que este lhe fosse devidamente apresentado, como se partíssemos para a leitura já com um conhecimento avançado sobre a história. Além disso, neste livro encontramos um enredo complexo - um mundo novo, com muitas personagens (muitas delas com nomes verdadeiramente estranhos!), muitas intrigas e muito pormenores - e, se não estivermos devidamente concentrados, é fácil perdermo-nos nos detalhes e, consequentemente, na ação. O autor criou um universo tão fantasticamente intrincado e dinâmico, onde há tanto a explorar e a apreender, que uma pequena distração momentânea pode significar uma perda da linha condutora. Porém, o ritmo de leitura vai aumentando progressivamente assim que nos vamos habituando ao estilo do autor.

     Encontramos todo o tipo de elementos que poderíamos desejar que povoassem um bom livro de fantasia, e a diversidade de seres e de personagens é, de facto, mais um factor que contribui para a singularidade da leitura. Palco de criaturas singulares, desde dragões a zombies, passando por uma variedade de povos e raças com costumes, tradições e regras próprias, "Jardins da Lua" é também pautado por inúmeras conspirações e possui um sistema de magia inovador e bem construído. A par da incrível e original dimensão mágica, é também forte a componente estratega presente em quase toda a obra.

      Este livro prima também pelas reviravoltas sucessivas, intrigas múltiplas e pela ação intensa, o que pode ser algo bom ou mau, consoante o prisma segundo o qual encaramos a questão. Se por um lado significa que a história nunca se torna aborrecida - pelo contrário, consegue surpreender -, por outro, implica que o leitor faça um novo esforço para se reajustar aos novos moldes. Ao longo do livro, o autor leva-nos a adotar a perspetiva de determinados personagens, o que é interessante por nos permitir compreender determinadas atitudes e comportamentos, mas algo confuso por partilharmos a ignorância da personagem e só percebermos a dimensão de alguns acontecimentos um pouco mais à frente - sentindo que talvez nos tenha escapado algo importante e cedendo à tentação de voltar atrás e reler. Mas, finda a história, é fácil perceber porque é esta obra considerada um arquétipo da fantasia épica.

     Devo destacar o formidável trabalho da editora no grafismo e no design do livro: a edição está realmente bonita! São também de salientaros elementos "extra" que nos ajudam a conhecer melhor os locais e as personagens, como os mapas e uma espécie de compêndio de personagens no início do livro, um glossário no final e, no interior da capa, ilustrações das principais personagens, legendadas, que facilitam a atribuição de um rosto aos nomes.

    "Jardins da Lua" é o início perfeito para uma saga que promete dar cartas e que tem tudo para agradar ao fãs mais exigentes do género fantástico. Apesar de não ser uma leitura leve e de carecer de algum tempo e concentração para ser verdadeiramente compreendida e apreciada, é, sem dúvida, uma série que recomendo aos leitores que gostam de uma leitura desafiante, e principalmente aos amantes de fantasia! Felicito a Saída de Emergência pela aposta neste autor e nesta série, e espero que o segundo volume esteja para breve!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Soldier_Fleurie

quarta-feira, 29 de março de 2017

Citação do Dia - 29 de março de 2017

"A felicidade assemelha-se ao azul do céu, que todos vemos e admiramos, mas que ninguém pode alcançar nem tocar."
Henri Alain-Fournier

terça-feira, 28 de março de 2017

Citação do Dia - 28 de março de 2017

"A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve, mas tem a vida breve."
Vinicius Moraes

segunda-feira, 27 de março de 2017

#76 - Dá-lhe Letras

Autora: Sophie Kinsella

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Qual é o livro?

Citação do Dia - 27 de março de 2017

"A raiz do mal reside no facto de se insistir demasiadamente que no êxito da competição está a principal fonte de felicidade."
Bertrand Russell

domingo, 26 de março de 2017

Citação do Dia - 26 de março de 2017

"Ninguém busca a felicidade, o que todos procuramos é uma razão para sermos felizes... por entre todas as que nos fazem sofrer."
José Luís Nunes Martins

sexta-feira, 24 de março de 2017

quinta-feira, 23 de março de 2017

Convite da 4Estações Editora/O Castor de Papel - "Yoga Para Crianças"

A 4Estações Editora/O Castor de Papel convida todos os elitores para o evento com o livro "Yoga para Crianças", uma aula de Yoga para crianças, acompanhada pela História da Yoguini Dharma, contada pela autora, Estela Inácio.
  • 1 de Abril FNAC VASCO DA GAMA pelas 11h30- Sábado


  • 15 de Abril FNAC ALFRAGIDE  pelas 11h30- Sábado

Citação do Dia - 23 de março de 2017

"Coragem é seres o único a saber o quanto aterrorizado estás."
Tom Clancy

quarta-feira, 22 de março de 2017

Citação do Dia - 22 de março de 2017

"A verdadeira coragem é quando sabes que estás derrotado antes de começar, mas começas de qualquer forma e passas por tudo não importa o quê."
Harper Lee

terça-feira, 21 de março de 2017

#57 - Resultado do Passatempo Especial de Dia dos Namorados: "Corações na Escuridão" - 4Estações/O Castor de Papel

É com grande satisfação que anuncio o vencedor do segundo passatempo especial de comemoração do Dia dos Namorados, realizado em parceria com a 4Estações/O Castor de Papel e que tinha a sorteio um exemplar de "Corações na Escuridão", de Laura Kaye.




Este sorteio contou com 147 números a sorteio e o vencedor foi escolhido através do site random.org. E o número vencedor é o...

  


...8! Que corresponde à participação de Clara (...) Delicado, de Lisboa.

Parabéns à vencedora! Já foi enviado um e-mail para confirmar os dados do envio do prémio.

#56 - Resultado do Passatempo Especial de Dia dos Namorados: "Amor em Minúsculas" - Marcador

É com grande satisfação que anuncio o vencedor do primeiro passatempo especial de comemoração do Dia dos Namorados, que foi realizado em parceria com a Marcador e que tinha a sorteio um exemplar de "Amor em Minúsculas", de Francesc Miralles.




Este sorteio contou com 183 números a sorteio e o vencedor foi escolhido através do site random.org. E o número vencedor é o...

  


...43! Que corresponde à participação de Aida (...) Pinheiro, da Horta.

Parabéns à vencedora! Já foi enviado um e-mail para confirmar os dados do envio do prémio.

Citação do Dia - 21 de março de 2017

"Todas as coisas têm o seu mistério, e a poesia é o mistério de todas as coisas."
Federico García Lorca

segunda-feira, 20 de março de 2017

#75 - Dá-lhe Letras

Autora: Jodi Picoult

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Qual é o livro?

Citação do Dia - 20 de março de 2017

"O pensamento ainda é a melhor maneira de fugir ao pensamento."
Fernando Pessoa

domingo, 19 de março de 2017

Novidade da Planeta - "Empurrado Para o Pecado" (Hard Love Romance #2)

Novidade da Editorial Planeta


Empurrado Para o Pecado
(Hard Love Romance #2)


De Monica James


Sinopse:


    O livro começa onde o anterior nos deixou, com Dixon a tentar fugir das garras de Juliet, e manter o relacionamento crescente com Maddy. Mas o que não esperava era ter de percorrer um caminho tortuoso para afastar a vil Juliet da sua vida.

    Dixon Matthews percebe que está tão apaixonado que fará qualquer coisa para proteger a mulher que ama, até mentir de forma a esconder os pecados do passado. Com a ajuda dos dois melhores amigos, Dixon tenta encontrar uma solução para o problema, mas sem êxito.

    Decide uma jogada muito arriscada para se livrar de Juliet enquanto tenta manter o relacionamento com Madison. Só que uma vida dupla não se consegue manter para sempre.

Matthew Dixon conta-nos a atracção por duas mulheres.
Uma acalma os seus instintos predatórios. A outra o instinto protector.
Qual das duas escolherá?

     Monica James passou a juventude a devorar as obras de Anne Rice, William Shakespeare, e Emily Dickinson.

   Quando não está a escrever, ocupa-se do seu próprio negócio, mas consegue encontrar um equilíbrio entre as duas paixões.

     Gosta de escrever histórias honestas, sinceras, e turbulentas, na esperança de deixar uma marca nos leitores. A sua inspiração é da vida do dia-a-dia. É autora best-seller nos EUA, Austrália, Canadá e Inglaterra.

     Monica James reside em Melbourne, Austrália, com a maravilhosa família, e vários animais. É um bocadinho obcecada por gatos e gloss, e secretamente desejava ser uma ninja aos fins-de-semana.



Citação do Dia - 19 de março de 2017

"Eu não tenho nenhuma coragem, mas procedo como se a tivesse, o que talvez venha a dar ao mesmo."
Gustave Flaubert

sexta-feira, 17 de março de 2017

Novidade da Editorial Presença - "Antes de Vos Deixar"

Novidade da Editorial Presença

Antes de Vos Deixar




De Lauren Oliver



Sinopse:


   Samantha Kingston tem tudo: o namorado com quem sonhava há anos, três grandes amigas e todos os privilégios que a sua simpatia lhe pode oferecer. Sexta-feira, 12 de Fevereiro, devia ter sido um dia igual a tantos outros. Nada faria suspeitar que seria o último… 

Inesperadamente, é-lhe concedida uma segunda oportunidade. Ou melhor, são-lhe concedidas sete oportunidades. Durante uma semana, Samantha revive o último dia da sua vida, tentando perceber os mistérios que envolvem a sua morte - o que pode ou não mudar e até onde seria capaz de ir para se salvar -, descobrindo o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder.

E se este fosse o último dia da tua vida?

      Lauren Oliver estudou nas universidades de Chicago e Nova Iorque e trabalhou como assistente editorial. É autora de diversos livros para crianças, jovens e adultos. Antes de Vos Deixar foi o seu primeiro romance e alcançou enorme sucesso, estando agora adaptado ao cinema. Atualmente escreve a tempo inteiro e vive em Brooklyn, Nova Iorque.


Opinião da Imprensa:

"Um livro apaixonante."_Bella

"Uma mistura perfeita de O Feitiço do Tempo e Visto do Céu."_guardian.co.uk

"Comovente... esta história vai provocar muitas lágrimas."_Now


Para mais informações sobre o livro Antes de Vos Deixar, clique aqui.

Citação do Dia - 17 de março de 2017

"A coragem é a escada por onde sobem as outras virtudes."
Clara Luce

quinta-feira, 16 de março de 2017

quarta-feira, 15 de março de 2017

segunda-feira, 13 de março de 2017

sábado, 11 de março de 2017

sexta-feira, 10 de março de 2017

quinta-feira, 9 de março de 2017

segunda-feira, 6 de março de 2017

Opinião sobre "Anna e o Homem Andorinha" - Gavriel Savit

Anna e o Homem Andorinha
(Artigo de Opinião)



Autor: Gavriel Savit
Título Original: Anna and the Swallow Man (2017)
Tradução: Ester Cortegano
ISBN: 978-989-665-190-9
Nº de páginas: 224
Editora: Suma de Letras


Sinopse


    Uma história sobre a perda da inocência perante a tragédia. 

   Cracóvia, 1939. Um milhão de soldados marcham e mil cães ladram. Este não é um lugar para crescer. 

    Anna tem apenas sete anos no dia em que o alemães levaram o seu pai, professor de Linguística,, durante a purga de intelectuais na Polónia. Está sozinha quando encontra o Homem-Andorinha, um astuto trapaceiro, alto e estranho, com mais de um ás na manga; um impostor que consegue até que os soldados com quem se cruza só vejam aquilo que ele quer que vejam. 

   O Homem-Andorinha não é o pai de Anna - ela sabe-o bem -, mas também sabe que, como o seu pai, está em perigo e, tambémc omo o seu pai, tem o dom das línguas: fala russo, polaco, alemão iídiche e a linguagem dos pássaros. Quando o misterioso indivíduo consegue que uma bela andorinha lhe pouse na mão para que Anna deixe de chorar, a menina fica encantada. E decide segui-lo até onde ele for. 

   Ao longo da viagem, Anna e o Homem-Andorinha escaparão a bombas e a soldados e também farão amigos. Mas, num mundo louco, tudo pode ser um perigo. Também o Homem-Andorinha.

   Destinado a converter-se num clássico, Anna e o Homem-Andorinha revela as mais duras lições de vida, ao mesmo tempo que celebra as suas mais extraordinárias possibilidades.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Suma de Letras em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Começo por agradecer à Suma de Letras pelo gentil envio do livro.
     

      "Anna e o Homem Andorinha", livro de estreia de Gavriel Savit, que, tendo como palco o horrível cenário da 2ª Guerra Mundial, com a invasão da Polónia, narra o desenrolar de um conflito bárbaro através de uma menina abandonada e do homem que a guiará por uma terra a ruir.

      Conhecemos Anna Lania, uma criança de sete anos, na manhã em que esta, como muitas outras, vê o seu pai partir e não regressar. Primeiramente ao cuidado de um amigo, Anna, no seu espírito inocente, tenta encontrar múltiplas explicações que justifiquem a ausência do progenitor. Mas a guerra é um tempo de incerteza, e rapidamente Anna se vê sozinha, com fome e com medo.

      Mas como a vida nos tem sempre surpresas reservadas, Anna conhece o Homem Andorinha, uma personagem misteriosa sobre a qual pouco se sabe e que, entre inúmeras outras qualidades, tem a habilidade de comunicar com os pássaros. Começa assim uma aventura perigosa e uma jornada pela subsistência pelos campos, florestas e pântanos de uma Polónia fria e cinzenta, um lugar onde a esperança já não mora. E é o Homem-Andorinha que, de uma forma algo encriptada, vai ensinando a Anna preciosas lições que lhes permitirão manter-se vivos. 

      O tempo passa e Anna vai crescendo e descobrindo mais sobre si própria e sobre o que a rodeia. A perda da inocência que tão bem a caracterizava vai-se dando gradualmente, à medida que chega a consciência dos horrores com que é obrigada a conviver nesta Polónia tomada pela destruição e pela desumanidade.

     O livro é narrado na terceira pessoa, mas vemos a história através dos olhos inocentes de uma criança. O autor dá-nos a possibilidade de experienciarmos um conflito histórico de tamanha dimensão no campo de batalha das pessoas comuns, que se veem sem nada, obrigadas a fugir e que tentam a todo o custo manter-se vivas. Savit relata-nos pormenores em que só uma criança pode reparar, e dá-nos peças soltas que só o leitor pode juntar. E é neste jogo subentendido que vamos depreendendo o panorama geral da obra e as verdades escondidas por detrás das personagens.

     Quando conhecemos Anna, ela ainda é apenas uma menina inocente e bondosa, mas, ainda assim, extremamente inteligente e com um poder de compreensão surpreendente para a sua idade. Vulnerável e exposta a uma guerra que não entende, Anna sente-se perdida e insegura até conhecer o Homem Andorinha, o seu protetor e guia. Começa a nutrir por esta personagem, então, uma fusão de sentimentos de adoração, encanto, deslumbramento, mas também algum receio. Porém, Anna é caracterizada pela evolução e, ao crescer, a aura quase mágica que envolvia o Homem Andorinha vai-se desvanecendo, dando lugar a uma visão mais clara, lúcida e humana.

    O Homem Andorinha é uma personagem que cativa pelo lado misterioso e pelo seu jeito ímpar com as palavras. Percebemos desde início que é uma situação nova e algo desconfortável lidar com Anna e com a sua falta de perceção sobre os acontecimentos que se vivem na época, mas isso não o faz abandoná-la. O que começa por ser uma relação quase simbiótica pela sobrevivência, acaba por tornar-se numa amizade singular, mas certamente única. Numa segunda fase da história, encontramos algumas pistas sobre o passado do Homem Andorinha que quase podem passar despercebidas. Durante a leitura, sentia que nunca conseguia saber tanto quanto desejava sobre esta personagem e sobre as suas intenções, mas depressa percebi que era este seu lado místico que seduzia e prendia a atenção, aguçando ainda mais a avidez com que desvendava a sua história.

    A escrita de Savit é simplesmente especial: as palavras são suaves, doces e bonitas, contrastantes com a sobriedade do tema, mas condizentes com a inocência e a doçura de Anna. O autor aproveita a ingenuidade da protagonista para nos fazer refletir sobre variados e pertinentes temas, cuja complexidade e abordagem vão evoluindo com o avançar da idade.

      Confesso que, mais ou menos a meio da leitura, dei por mim a questionar-me sobre qual o destino que o autor iria oferecer às personagens no final do livro - depois de uma trama intensa feita de constante luta e ameaças -, e a verdade é que, apesar de inicialmente ter ficado algo surpresa, gostei da nota de esperança que fica e da crença num futuro melhor.

      "Anna e o Homem Andorinha" toca pela história que conta e pela forma como a história é contada. Ao contrário do que se poderia esperar tendo em conta o cenário retratado, esta é uma narrativa bela e envolvente, que nos prende a esta menina e que, juntamente com o misterioso Homem-Andorinha, nos faz querer levá-la de mão dada para um lugar seguro e feliz. Diria que, tal como o Homem Andorinha, Gavriel Savit tem um talento natural com as palavras. Este é, sem dúvida, um daqueles livros em que, pelo tanto que nos diz, é impossível descrever em palavras o que nos faz sentir. Recomendo!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: So Cold_Ben Cocks

#73 - Dá-lhe Letras

Autor: M. J. Arlidge

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Qual é o livro?

Citação do Dia - 06 de março de 2017

"Não sei o que penso sobre alguma coisa até ter lido o que escrevi."
William Faulkner

Citação do Dia - 05 de março de 2017

"O peso do pensamento (uma teia de mitos) só o sentes quando ele nomeia a terra frágil do sofrimento. Um corpo que seja também o teu corpo."
Casimiro Brito

sexta-feira, 3 de março de 2017

Opinião sobre "A Herdeira" (Saga De Courmont #2) - Elizabeth Adler

A Herdeira
(Saga De Courmont #2)
(Artigo de Opinião)



Autora: Elizabeth Adler
Título Original: Peach (1986)
Tradução: Miguel Romeira
ISBN: 978-989-741-538-8
Nº de páginas: 496
Editora: Quinta Essência


Sinopse


    Bonita, inteligente, independente, ela tinha tudo até conhecer um homem que não seguia as suas regras

    A jovem Peach de Courmont está de visita à avó Leonie, na Riviera francesa, quando os nazis invadem a França e requisitam o elegante hotel da família.

     A sua meia-irmã Lais, amante de um oficial alemão, recolhe secretamente informações para a Resistência, e Peach segue o seu exemplo, levando mensagens vitais na sua mala.

     Nos Estados Unidos, Noel Maddox é abandonado num orfanato e tem de lutar pelas coisas básicas que Peach toma como certas. Os seus caminhos cruzam-se várias vezes sem grande repercussão, até que, anos mais tarde, Noel é um bem-sucedido executivo da indústria automobilística e Peach, que deixou um casamento sem amor, dirige as fábricas de automóveis De Courmont.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Quinta Essência em troca de uma opinião sincera

Opinião

      Começo por agradecer à Quinta Essência pelo gentil envio do livro.
 
     Apesar de este não ser o meu primeiro contacto com Elizabeth Adler, uma vez que já tinha lido e gostado bastante de "Intriga em Monte Carlo", devo dizer que "A Herdeira" foi uma surpresa muito agradável!

    "A Herdeira" começa com o abandono de um recém-nascido às portas de um orfanato, no Iowa, em 1932. É este triste acontecimento que definirá a vida de Noel Maddox, não só por determinar o decorrer da sua infância num ambiente opressivo e deprimente - fator que se repercutirá numa personalidade insegura no campo afetivo e numa ambição desmedida no seio laboral -, mas também ao permitir o desencadeamento de uma paixão platónica por automóveis que, mais tarde, o conduzirá por um percurso intenso e trabalhoso até ao topo.

    Dois anos após a entrega de Noel ao Orfanato Maddox, nasce Peach de Courmont, o fruto do amor entre Gérard de Courmont e Amélie d'Aureville. Uma jovem de fibra, Peach é uma força da natureza. Apesar de crescer num ambiente rodeado de luxo e de amor, mantém-se fiel aos seus princípios e às suas paixões, tendo inclusive arriscado a sua vida ao colaborar com a Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Desde criança que demonstra que a sua perseverança e bravura podem vencer tudo. E é esse afinco que, na infância, a faz ultrapassar um grave problema de saúde; que, no final da adolescência, a leva a conhecer o homem que há tanto deseja; e que, já na vida adulta, a impele a dirigir as fábricas de automóveis De Courmont, que estavam numa situação financeira deveras complicada.

    Os caminhos de Noel e Peach cruzam-se várias vezes sem que, no entanto, o choque cause grande impacto. Porém, quando as fábricas estão à beira da falência e Peach está desesperada, Noel vê a oportunidade de obter a rapariga dos seus sonhos e de administrar a De Courmont. Será esta a possibilidade de os dois conseguirem o seu final feliz, ou irão o passado e as inseguranças condenar uma possível relação?

    Este não é o tipo de livro que se foca apenas no casal principal: prima exatamente pelo contrário, ao oferecer uma visão ampla do núcleo de personagens da trama, apresentando episódios da vida pessoal das gerações que compõe esta família - Leónie e Jim; Amélie e Gérard; e Lais, Leonore e Peach - bem como da de Noel, desde quando este era ainda um bebé de dias, passando pela difícil adaptação ao lar, pelo deambulismo pelas ruas de Detroit, e pelo trabalho árduo, espírito de sacrifício e ideal inovador que o conduziu ao topo.

    Noel é a concretização do ideal de que, com esforço e sacrifício, tudo se consegue. Apesar de todas as provações, subiu na vida a custo próprio e conseguiu triunfar no meio que tanto admirava. Irritei-me ligeiramente com algumas questionáveis escolhas de Noel, mas a verdade é que, conhecendo o seu passado, compreendo que a infinita ambição que lhe toda o bom senso é o reflexo de sentir solitário, inseguro e preterido.

    Rendi-me à escrita de Elizabeth Adler: é agradável e cativante, o que se traduz no facto de, apesar do livro ter quase 500 páginas, se ler muitíssimo bem! Os capítulos são curtos, o que também contribui para a fluidez da leitura. A história é narrada na terceira pessoa, mas temos acesso aos pensamentos das personagens, o que nos permite conhecê-las e compreendê-las melhor. A narrativa estende-se por um período temporal de cerca de quarenta anos e entrelaça-se com os climas político e social que se vivem na época. Encontramos marcos como a agitação e a fervilhante vida da Paris dos anos 30 ou a sombra da Segunda Guerra Mundial e a força e coragem da Resistência Francesa. Adorei o facto de a autora ter distribuído a história por vários planos, e por ter conseguido encaixar as dimensões temporal, espacial e social de forma tão natural e aprazível.

     Um dos grandes pontos fortes deste livro é a diversidade e a construção das personagens, que têm um passado, um presente e um futuro. São complexas, têm identidades próprias e profundidade emocional, e o facto de a autora se debruçar na medida certa sobre todas elas reforça exatamente essas características fantásticas. Ao ler "A Herdeira", senti que as personagens poderiam perfeitamente ser pessoas reais: apaixonam-se, cometem erros, sofrem partidas da vida e lutam pelo seu final feliz.Ao contrário de outros livros, não senti aquela ânsia para chegar rapidamente aos capítulos dos protagonistas - não por falta de curiosidade, mas porque as outras personagens também viviam histórias apaixonantes, intensas e interessantes que mereciam ser lidas.

     Percebi, quase a meio da leitura, que este livro era a continuação de um outro sobre Leónie, "Sombras de Paixão", e por momentos temi que tal pudesse prejudicar a minha noção dos acontecimentos, devido a lacunas preenchidas no primeiro volume. Felizmente, este receio revelou-se infundado, uma vez que a autora contextualiza tudo na perfeição. No entanto, fiquei curiosa relativamente ao primeiro volume, pois este esclarece importantes aspetos sobre o passado da matriarca da família, apesar de estes não terem significativa relevância na história de "A Herdeira".

      Com uma capa linda e apelativa, Adler traz-nos um livro que encerra muitas histórias de amores e desamores, num cenário que nos transporta para início e meados do século XX. "A Herdeira" leva-nos numa viagem a um passado não tão distante, mas com estilos de vida significativamente diferentes. Esta é a história de muitas vidas que se cruzam e se separam, que marcam e são marcadas, e que dão origem a uma trama bela, original e encantadora. Gostei mesmo muito!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Dive_Ed Sheeran

Citação do Dia - 03 de março de 2017

"Depois que descobri em mim mesma como é que se pensa, fazendo comigo mesma negociatas, nunca mais pude acreditar no pensamento dos outros."
Clarice Lispector

quinta-feira, 2 de março de 2017

Citação do Dia - 02 de março de 2017

"A ideia da extensão e da plenitude infinitas do cosmo é o resultado da mistura levada ao extremo da criaão laboriosa e da livre auto-reflexão."
Franz Kafka

quarta-feira, 1 de março de 2017

Novidades da Marcador para Março

"Mar Liberal", de Jaime de Oliveira Martins

AS BATALHAS NAVAIS QUE MUDARAM O RUMO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL

Logo após as Invasões Francesas, Portugal entra numa profunda crise. Assassinatos, conjuras, revoluções e contra-
revoluções são parte da vida de muitos portugueses. Num cenário de guerra civil, Teodoro e Rufino, dois jovens e grandes amigos de infância, partem de Leiria, cidade onde se desenrola boa parte da trama, à conquista dos seus sonhos, com o fim de conhecer o mundo a bordo de navios da marinha mercante. Mas esbarram nas dissonâncias de um conflito que os vai colocar em lados opostos da barricada.

Com um enredo cativante, Mar Liberal é um retrato da nossa História, cheio de reviravoltas, humor, acção e desenlaces surpreendentes.

"Guia das Tascas e Tabernas de Portugal", de Orlando Leite
O NOVO GUIA DOS MAIS AUTÊNTICOS E CASTIÇOS ESPAÇOS PARA COMER, BEBER E CONVERSAR EM PORTUGAL

Neste livro, Orlando Leite percorre novamente o país de norte a sul, sem deixar de passar pelas ilhas, oferecendo-nos uma recolha exaustiva, descritiva e cheia de humor desses lugares de culto, cintilantes pérolas e autênticos vestígios de um país sem igual e que vale a pena descobrir.

Tascas, Tabernas e Casas de Fado são um ponto de encontro, lugares essencialmente de lazer, mas também de negócios, onde se ouve cantar e onde se poder beber um «copito» ou comer um «petisco».

O encontro na taberna para comer, beber e trocar impressões sobre a vida e o quotidiano é uma tradição social de longa data e que se perde no tempo.

"Lobo do Mar", de Garrett McNamara
A CORAGEM DO HOMEM.

A BRAVURA DO MAR.

A FORÇA DA SABEDORIA.

Numa emocionante e honesta biografia de Garrett McNamara, o polémico atleta e recordista mundial de ondas grandes relata a sua busca emocional enquanto surfista das ondas mais formidáveis do planeta. Conhecido carinhosamente como GMac, bateu o recorde mundial do desporto, surfando uma onda de 24 metros, na Nazaré, em 2011, e dois anos mais tarde bateria essa marca exatamente na mesma praia portuguesa.

Este é livro pessoal e emocional, que permite aos leitores conhecer o GMac como nunca antes, sob um olhar simultaneamente íntimo e profissional, e que mostra quais as motivações deste homem criativo e iconoclasta. Surfar ondas incríveis não é apenas um gosto pela emoção, explica Mcnamara — trata-se de vencer os medos e ultrapassar obstáculos do passado e do presente.

Lobo do mar é um testemunho de perseverança, paixão e superação. Cheia de suspense e espiritualmente profunda, esta biografia revela, a partir do ponto de vista de um dos mais temerários e devotos praticantes do desporto, o que é surfar com alma.

Citação do Dia - 01 de março de 2017

"Eu exorto-vos: não destruam esses vossos comboios de pensamento. Sigam-nos até ao seu fim. Os vossos pensamentos e sentimentos. Sigam-nos constantemente e irão crescer com eles."
J. M Coetzee